31 agosto, 2018

Preocupações de início de época




Num momento em que o FCPorto já devia ter terminada a fase de reorganização do plantel, quer na dispensa de jogadores, quer nos reforços, o que vemos é uma confusão nunca antes vista. Olha-se para o semblante dos atletas, seniores ou juniores, parece que estão de luto. São jovens reconhecidamente portistas que abandonam o clube, alguns deles descendentes de antigos jogadores, como é o caso dos filhos de Domingos, e outros que prometiam um bom futuro, como é o caso de Galeno e demais, foram cedidos ou partiram para outros clubes onde provavelmente terão sucesso. 

É difícil compreender como é que um grupo de jovens que tiveram tão boas prestações na Youth League e de repente, mal começa a época, desatam a perder sem que se vislumbre o regresso àquilo que estávamos habituados. Foram contratar-se novos jogadores considerados com futuro, e as derrotas não páram. Isto era invulgar, mas agora tornou-se um hábito. Se o Folha era tão elogiado, por que será que o deixaram ir para o Portimonense para nomear Rui Barros? A profusão de entradas e saídas, as notícias veículadas pelo jornal O Jogo, que deve ter alguém dentro do clube a fornecer-lhe informações sobre a suposta contratação de reforços, para no dia seguinte dizer que se gorou o negócio era algo inédito no FCPorto bem administrado. Isto, sem que houvesse uma reacção a estas desinformações, admitindo que algumas delas fossem falsas! Nem uma palavra. Suponho ser possível apresentar queixa jurídica contra um jornal que constantemente publica notícias enganadoras sem terem a menor sustentabilidade ou creditação. Sendo fidedignas as notícias, então a "toupeira" só pode estar no Dragão...  

Hoje, último dia do fecho do mercado de transferências, parece que finalmente foram contratados dois jogadores aparentemente fiáveis. Assim mesmo,  não me venham poupar a SAD e atirar outra  vez as culpas para o Sérgio Conceição, porque isso é profundamente injusto. Podemos especular e dizer que foi Sérgio Conceição que fez isto e aquilo, mas se  queremos ser honestos não podemos dizer que a SAD soube reforçar o clube em tempo útil, porque não soube. Desculpar-lhes tudo como se não tivessem responsabilidades, deixa de ser gratidão para passar a ser uma perigosa aventura.  Neste caso concreto a SAD não tem desculpa possível. Primeiro, porque Sérgio conseguiu ganhar um campeonato que outros treinadores falharam e com um plantel não escolhido por ele. Segundo, porque foi contratado pelo mesmo presidente que contratou ininterruptamente técnicos que foram todos mal sucedidos (e não foram poucos). E há outro problema que tem a ver com o sistema de jogo de Sérgio, que assenta muito na velocidade e na pressão alta, sistema que exige muita energia e uma óptima preparação física, o que implica um número suficiente de atletas para cada lugar com níveis de qualidade muito simétricos. A sucessão excessiva de lesões obriga-nos a admitir que pode estar a não ser bem gerido este aspecto específico da preparação física. Tudo isto deve ser bem sintonizado entre o treinador e o Presidente.   

Sabemos ainda que da voz da SAD não sai nada, nem que seja para tranquilizar os adeptos. A única coisa que não se esquecem é de aumentar as cotas aos abnegados sócios. Tudo se faz no silêncio dos Deuses, mas de nada lhes adianta porque as notícias saem na mesma cá para fora.

Oxalá isto não passe de um mau momento. Que seja ao menos breve, porque hoje é angustiante ser fã do FCPorto! Suspeito que haja gente a mais dentro do clube a mexer em assuntos para os quais não está qualificado, e palpita-me saber quem é... E a provar-se uma coisa destas, é muitíssimo grave! Há adeptos que julgam superiores por permitirem tudo aos dirigentes só porque Pinto da Costa ainda é Presidente, mas esquecem-se que este Pinto da Costa não é o mesmo, não é aquele homem arguto e pro-activo que já foi. Pensa que é, porque é vaidoso, mas seria melhor para o FCPorto que alguém verdadeiramente seu amigo o aconselhasse a preparar a saída para impedir qualquer ruptura. O clube não anda bem. É evidente. 

Até o Porto Canal anda à deriva. A programação de verão é uma miséria. Dá a ideia que toda a gente vai de férias ao mesmo tempo! Nem os telejornais se aproveitam. Só se aproveitam os programas desportivos e meia dúzia de outros manifestamente curtos para preencher 12 horas seguidas de emissão.

Última Hora:
É a anedota da semana. O órgão inútil do IPDJ acaba de anunciar que vai "castigar" o Benfica com 1 um jogo à porta fechada! Só podem descender de gente burra, ou desavergonhada, de contrário não tomavam uma decisão destas. É brincar com as pessoas sérias. Oh Costa, não tens vergonha de colaborares com gente desta. Será a tua benfiquite aguda que te transtorna os miolos, ou és assim de nascença? 

PS-Para evitar interpretações erradas (Já me caiu aqui um dito "portista" confundido), este comentário tem um sentido irónico. Por quê? Porque se o IPDJ precisou de uma época inteira para se certificar da ilegalidade das claques vermelhas, é porque, ou andou a dormir este tempo todo, ou (o que é mais provável), pensa que somos todos uns calhaus. Não senhor, é justamente o contrário. Com decisões deste quilate só provam uma coisa: os calhaus são eles! Está percebido?   

28 agosto, 2018

Informação anti-melindre


... informo os portistas e não portistas menos esclarecidos, que não tenho simpatias político-partidárias. Tenho os meus conceitos muito pessoais. 

Como tal, recomendo que visitem outras "tabernas" para evitarem melindres do fôro partidário caso não se revejam nas minhas ideias. Estejam à vontade.

Eu não olho para os partidos políticos como olho para o  FCPorto. São coisas muito distintas, para mim. A primeira (a política) tem de ser vista com a razão, a segunda (o FCPorto) tem ser alimentada de paixão.

Talvez isso explique a razão pela qual Portugal continua a ser o país de que muitos se queixam quando se trata do FCPorto. É que, gostem ou não, são os partidos e quem neles ainda se revê que contribuíram para o domínio mafioso do Benfica. Então?  Ainda levam a sério as eleições?

Haverá algum político metido no bando? Não, que ideia!!!

27 agosto, 2018

O respeito implica reciprocidade para durar


As crises, ou os sinais de crise num clube de futebol habituado a ganhar como o FCPorto, são sempre a causa de pequenos conflitos entre os adeptos. Felizmente nunca chegam a extremismos e no fim acaba sempre por imperar o bom senso e a união com um apoio incansável ao clube. Tenho aqui destacado muitas vezes isso, esse apaixonado suporte dos portistas, tanto dentro como fora do campo. 

Nesses momentos, é aconselhável não extrapolar as nossas críticas, tanto com os jogadores e o treinador, como com o presidente e a SAD. Extrapolar é passar para o insulto, não é explicar o que achamos que está mal, porque esse é um direito que temos e ninguém deve pôr-nos a rolha na boca. Já critiquei aqui algumas vezes Pinto da Costa e a SAD, e continuarei a fazê-lo quando assim entender. Estou-lhe muito reconhecido pelo muito que deu ao clube mas nem por isso me sinto obrigado a fazer de conta que não vejo as atitudes danosas ao FCPorto.  Mas há aqui um detalhe que não partilho de todo com alguns adeptos. Se defendo o respeito por Pinto da Costa e pelo que ele fez de positivo ao clube, também acho que deve respeitar os adeptos, e não pode ser apenas quando lhe convém. Pela parte que me toca, a reciprocidade das boas maneiras é algo altamente importante.

Posso parecer contraditório, mas já sabem que não sou. Por exemplo, não respeito a classe política e às vezes só me apetece insultá-los, como já tenho feito. E por quê, porque a "democracia" entre cômas, não me confere a possibilidade de lhes dizer através do voto ou de outro qualquer processo de decisão: "faça o favor de ir para a rua porque eu não acredito em si, e não é porque sim, é porque é um inútil!". Se acham contraditório que um cidadão tenha de se submeter a um regime "democraticamente" corrompido e ainda respeitar quem o representa, então faço-vos a vontade, mas não tenciono mudar.

Não confundo os políticos com Pinto da Costa, mas confesso que às vezes ele comporta-se como tal, e essa faceta não me agrada mesmo nada. Há momentos - e nestes últimos anos não foram poucos - que é preciso comunicar com os portistas para lhes dar as informações que eles precisam nos momentos certos, e neste capítulo Pinto da Costa não tem aparecido. Faz mal, porque ainda é Presidente. Preside a um clube, não preside a uma empresa de propriedade sua. Mesmo a integração de familiares nos quadros do clube, laboriais ou intermédios deve ser explicada aos sócios, não podem estar lá como se o FCPorto fosse uma monarquia. Não custa nada e só lhe ficava bem. Até porque consta à boca pequena que algumas das aquisições de jogadores foram da autoria de um familiar próximo sem utilidade nenhuma.

É prudente não levantar polémicas dentro do clube, mas não podemos atirar para cima dos treinadores as culpas do desempenho da equipa, e poupar irresponsavelmente o Presidente quando é ele quem decide quem entra ou quem sai. Pessoalmente, não sou de me influenciar por más línguas, algumas delas peritas em minar o ambiente interior do clube quando alguém põem em causa o Sr. Pinto da Costa. Sérgio Conceição deu-nos um campeonato com os mesmos jogadores que outros não souberam render. Isto sim, é gratidão e ainda foi o ano passado. Pinto da Costa no seu lugar, fez muito, mas já lá vão uns anos... Tanto assim é que agora ninguém o vê a defender o clube como defendia outrora. São outros que estão a dar a cara. Quanto aos elementos da SAD, ninguém os vê, nem ouve.

Grandes comunicadores, sim senhor...   

26 agosto, 2018

Faite vous jeux messieurs/dames


Por quê tantas lesões seguidas?

São jogos como os de ontem, contra o Victória de Guimarães, que nos devem servir de lição para não nos deixarmos deslumbrar com jogos excelentes, como o que fizemos com o Desportivo de Chaves. Escrevi aqui mesmo que se Brahimi jogasse sempre como jogou nesse dia gostaria que continuasse no FCPorto. Aliás, todos jogaram bem nessa primeira jornada.

No futebol como na vida, tudo é possível. Mas o jogo de ontem, não sendo decisivo, era daqueles que devia ter exigido dos jogadores e do treinador uma atenção e empenho especiais. Os nossos rivais principais tinham acabado de perder dois pontos e o V. Guimarães precisava desesperadamente de fazer os primeiros pontos. Ainda não tinha conseguido uma única victória, e só acumulara derrotas nas duas jornadas anteriores. Ora, nem os jogadores corresponderam às expectativas, nem o treinador desta vez soube agir em conformidade com as mesmas. Apesar dos 2-0, sentia-se alguma lentidão de processos, pressão inexistente, um estranho regresso à lateralização e recuo da bola que nada de bom augurava (pelo menos para mim). Depois deu-se aquele lance em desespero de Sérgio Oliveira que decidiu o resultado e a perda dos primeiros 3 pontos no Dragão, quando podíamos ampliar para dois pontos a distância dos rivais de Lisboa (e do Feirense?)

Foi um golpe traiçoeiro para os portistas que mais uma vez esgotaram o Dragão para os ver a ganhar com mais uma sólida e convincente victória. Pronto, foi um dia péssimo, que merece uma reflexão definitiva para o que resta da época, porque não sendo assim, se nos dermos ao "luxo" de queimar oportunidades destas em casa, estaremos a estender a passadeira aos nossos rivais para um objectivo que devia pertencer-nos de novo de acordo com a nossa condição de campeões.

É o que se me oferece dizer sobre o jogo de ontem. No entanto, continuo a ter a mesma convicção sobre um aspecto técnico de um bom número de jogadores que é a questão do remate. Este é um problema que já dura há uns anos e parece ainda não estar resolvido. Deixa-me a sensação que os treinadores portugueses não dão muito relevo (ou não querem) este ponto importantíssimo do treino, como se os contentasse as faculdades naturais dos jogadores. Parece uma espécie de obediência natural ao valor individual de cada jogador. Se chuta bem, óptimo, se não chuta, paciência. 

Acho sinceramente que o Sérgio Conceição já fez muito, individual e colectivamente pela equipa do FCPorto, e isso é evidente se a compararmos com o passado. Agora, este problema do remate espontâneo, bem direccionado e com força, parece manter-se. Basta ver a formação para ficarmos esclarecidos. A bola é mais empurrada que chutada. Continua portanto a notar-se uma grande dificuldade no pontapé para a balisa e  para a direcção certa. Mesmo quando o rematador só tem o guarda-redes pela frente não é fácil meter a bola dentro da baliza. Não foi só ontem que isto sucedeu, o ano passado e em épocas anteriores, muitas vezes fazia-se o mais difícil que era criar situações de golo, mas falhavam-se demasiadas!  Foi por isso que ontem achei alguma piada ao Rui Cerqueira quando atribuiu muito mérito ao guarda-redes do Guimarães, e não teve a frontalidade de falar  do muito demérito de quem chutou isolado à frente do GR para as suas próprias mãos, com uma pontaria que devia visar os 3 metros à esquerda ou à direita do mesmo. 

No excelente jogo com o Chaves, conseguimos marcar 5 golos, um número hoje raro no futebol, é verdade, mas se tivessemos bons rematadores, podíamos ter marcado o dôbro! Para mim, isto é um facto, um problema resolúvel que precisa de treino específico e regular. É que, quer-me parecer que a SAD do FCPorto não está muito empenhada em arranjar "reforços a sério" para esta época, e, das duas uma, ou percebe que manter o plantel como está pode ser arriscado, ilibando o treinador de um eventual fracasso, ou transfere para a SAD e Presidente a responsabilidade do dito cujo. Faite vous jeux, cada responsabilidade a cada macaco.