26 agosto, 2018

Faite vous jeux messieurs/dames


Por quê tantas lesões seguidas?

São jogos como os de ontem, contra o Victória de Guimarães, que nos devem servir de lição para não nos deixarmos deslumbrar com jogos excelentes, como o que fizemos com o Desportivo de Chaves. Escrevi aqui mesmo que se Brahimi jogasse sempre como jogou nesse dia gostaria que continuasse no FCPorto. Aliás, todos jogaram bem nessa primeira jornada.

No futebol como na vida, tudo é possível. Mas o jogo de ontem, não sendo decisivo, era daqueles que devia ter exigido dos jogadores e do treinador uma atenção e empenho especiais. Os nossos rivais principais tinham acabado de perder dois pontos e o V. Guimarães precisava desesperadamente de fazer os primeiros pontos. Ainda não tinha conseguido uma única victória, e só acumulara derrotas nas duas jornadas anteriores. Ora, nem os jogadores corresponderam às expectativas, nem o treinador desta vez soube agir em conformidade com as mesmas. Apesar dos 2-0, sentia-se alguma lentidão de processos, pressão inexistente, um estranho regresso à lateralização e recuo da bola que nada de bom augurava (pelo menos para mim). Depois deu-se aquele lance em desespero de Sérgio Oliveira que decidiu o resultado e a perda dos primeiros 3 pontos no Dragão, quando podíamos ampliar para dois pontos a distância dos rivais de Lisboa (e do Feirense?)

Foi um golpe traiçoeiro para os portistas que mais uma vez esgotaram o Dragão para os ver a ganhar com mais uma sólida e convincente victória. Pronto, foi um dia péssimo, que merece uma reflexão definitiva para o que resta da época, porque não sendo assim, se nos dermos ao "luxo" de queimar oportunidades destas em casa, estaremos a estender a passadeira aos nossos rivais para um objectivo que devia pertencer-nos de novo de acordo com a nossa condição de campeões.

É o que se me oferece dizer sobre o jogo de ontem. No entanto, continuo a ter a mesma convicção sobre um aspecto técnico de um bom número de jogadores que é a questão do remate. Este é um problema que já dura há uns anos e parece ainda não estar resolvido. Deixa-me a sensação que os treinadores portugueses não dão muito relevo (ou não querem) este ponto importantíssimo do treino, como se os contentasse as faculdades naturais dos jogadores. Parece uma espécie de obediência natural ao valor individual de cada jogador. Se chuta bem, óptimo, se não chuta, paciência. 

Acho sinceramente que o Sérgio Conceição já fez muito, individual e colectivamente pela equipa do FCPorto, e isso é evidente se a compararmos com o passado. Agora, este problema do remate espontâneo, bem direccionado e com força, parece manter-se. Basta ver a formação para ficarmos esclarecidos. A bola é mais empurrada que chutada. Continua portanto a notar-se uma grande dificuldade no pontapé para a balisa e  para a direcção certa. Mesmo quando o rematador só tem o guarda-redes pela frente não é fácil meter a bola dentro da baliza. Não foi só ontem que isto sucedeu, o ano passado e em épocas anteriores, muitas vezes fazia-se o mais difícil que era criar situações de golo, mas falhavam-se demasiadas!  Foi por isso que ontem achei alguma piada ao Rui Cerqueira quando atribuiu muito mérito ao guarda-redes do Guimarães, e não teve a frontalidade de falar  do muito demérito de quem chutou isolado à frente do GR para as suas próprias mãos, com uma pontaria que devia visar os 3 metros à esquerda ou à direita do mesmo. 

No excelente jogo com o Chaves, conseguimos marcar 5 golos, um número hoje raro no futebol, é verdade, mas se tivessemos bons rematadores, podíamos ter marcado o dôbro! Para mim, isto é um facto, um problema resolúvel que precisa de treino específico e regular. É que, quer-me parecer que a SAD do FCPorto não está muito empenhada em arranjar "reforços a sério" para esta época, e, das duas uma, ou percebe que manter o plantel como está pode ser arriscado, ilibando o treinador de um eventual fracasso, ou transfere para a SAD e Presidente a responsabilidade do dito cujo. Faite vous jeux, cada responsabilidade a cada macaco.      


3 comentários:

  1. O RESPEITO É MUITO BONITO, ERAM 50 Mil
    Já no Belenenses as coisas descambaram mesmo a ganhar por 2 a 0 ontem, não fugiu à regra, só que, desta vez perdemos e não ganhamos mas os defeito são os mesmos.
    O meio campo está cansado sem pulmão, e as compras para uma equipa que joga para campeonato Europeu são aquilo que se vê, ou melhor que não se vê. Um na B outro lesionado e o mais recente na bancada e no banco, já para não falar em três ou 4 que vieram mas que se evaporaram, já sabemos que favores não se negam aos amigos ou aos parentes.
    Não defrontamos uma grande equipa defrontamos uma boa equipa que ganhou mais pelo desmérito do FCP, que nos últimos 5 minutos não virou o resultado por mérito do guarda/redes e alguma infelicidade nossa.
    Os jogadores e a equipa técnica assim como o presidente que desaparece quando se perde, só dizer que somos campeões da época transacta, esta é outra, que precisa da mesma vontade e a mesma crença e força.

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  2. Deixa-me a sensação que os treinadores portugueses não dão muito relevo (ou não querem) este ponto importantíssimo do treino, como se os contentasse as faculdades naturais dos jogadores. Parece uma espécie de obediência natural ao valor individual de cada jogador. Se chuta bem, óptimo, se não chuta, paciência.

    SC 96 minutos a deixar andar. Mas vai corrigir, diz ele.

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  3. Deacon Blue27/08/18, 12:13

    Bom dia Rui,

    Um jogo "ganho" ao intervalo (sem necessidade de trabalhar muito diga-se...) e na segunda parte foi o relax, uma bela soneca!
    Mas alguém esta convencido porque ganha, nao tem de continuar a trabalhar???
    Peço desculpa mas, treinador incluido...

    Espero que tenham entendido o aviso!

    DB

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