08 janeiro, 2016

Lopetegui,um adeus inevitável


Lopetegui acerta rescisão

Quem me conhece, e lê o que venho escrevendo sobre Julen Lopetegui, sabe que não fui daqueles que logo nas primeiras impressões desatou a malhar nas suas capacidades enquanto treinador. Levei sempre em conta a necessidade de tempo para conhecer o valor do plantel e nele poder implantar as suas ideias de jogo e se adaptar à realidade de um clube com as características do FCPorto. Foi-lhe dado esse tempo. Numa primeira fase, suscitou alguma expectativas, embora sem entusiasmar, mas nunca me pareceu ser um mal amado, como a comunicação social gosta de enfatizar.

Os problemas de Lopetegui, foram identicos aos que Victor Pereira e Paulo Fonseca tiveram de enfrentar ainda que com condições e resultados algo diferentes. Resumindo: todos foram protagonistas de um futebol que não dava garantias de sucesso, nem da qualidade a que os adeptos estavam habituados. Há medida que o tempo decorria a tensão dos adeptos explodiu com o afastamento da Champions League, no jogo em casa com o Dínamo de Kiev quando todos esperavam passar à fase seguinte.

Os portistas habituaram-se (e bem) ao convívio com o palco-mor do futebol europeu, não só pelo prestígio, como pelo dinheiro que aporta ao clube, impossível de obter de outras fontes. Por isso, colocaram como meta mínima de tolerância na Champions, os quartos de final. Lopetegui começou a baquear nos momentos decisivos, e isso acelerou a desconfiança. A partir daí, as exibições afrouxaram, a confiança esboruou-se e contaminou os jogadores. Não vale a pena encontrar mais bodes espiatórios. Se há aqui um 1º. culpado, esse chama-se Pinto da Costa, porque foi ele quem o contratou. Diga-se, que o Presidente portista nem sempre o ajudou nos piores momentos... Ponto.

De resto, só podia ser  este o desfecho. No futebol criam-se demasiados mitos que às vezes bloqueiam as decisões mais correctas. O facto da história nos provar que a mudança de treinador a meio de uma época nem sempre resulta não deve deixar nenhum clube refém de um problema. De futuro, o FCPorto tem de ponderar melhor os riscos das contratações no início das épocas porque depois delas serão certamente maiores, como é o caso. Mas tem de ser. Lopetegui vinha dando sinais de não controlar os acontecimentos, os jogadores já não o ouviam, a confiança estava perdida. Dir-me-ão, e agora, será possível recuperar essa confiança com outro treinador, quando o tempo escasseia? É difícil, mas impossível não é.   

De qualquer forma, desejo a Julen Lopetegui a maior sorte do mundo. Gostava dele como pessoa. Pareceu-me um homem honesto, mas prisioneiro das suas convicções que infelizmente se revelaram inadequadas. Boa sorte Lopetegui!

O FCPorto tem de se reequilibrar. Tropeçou, mas talvez estejamos ainda a tempo de não o deixar cair. 

07 janeiro, 2016

A suave beleza da monarquia

Tenho por hábito inscrever, num armazém de memórias com pretensão a diário, a forma como as acontecências quotidianas me vão marcando. Recuperei de 1 de Dezembro passado, esta pérola de fervor patriótico.
“O governo de Passos Coelho, tocado pela centelha nacional-socialista, de obediência cega à führer Merkel, proclama a dignidade do trabalho e institui o Arbeit macht freicomo supremo desígnio da nação. Segundo os heroicos patriotas do PC e Bloco, Passos alienou a lusa pátria ao imperialismo teutónico e, no sentido de combater a preguiça congénita dos portugueses, reduziu-lhes os feriados nacionais.
Pôr o país a trabalhar mais está bem; anular-lhe a história, isso é que não. O 1º de Dezembro é intocável. Viva a monarquia, abaixo o rei. Hoje, que se comemora a restauração da independência e a morte dos que se venderam a Espanha.
Que lógica assiste a esta proclamação paradoxal? Porquê uma monarquia sem rei? Esperem que eu explico esta minha serôdia aderência a um projeto pró-monarquia. Os que me conhecem como indefetível republicano tenderão a classificar-me como louco ou traidor. E, para traidor, só a solução que os conjurados utilizarem com o Miguel de Vasconcelos – lançamento do alto das ameias da liberdade. Perguntarão alguns:
- Quais as vantagens da restauração da monarquia?
- A melhoria da competitividade empresarial que nos permitisse ombrear com as maiores potências económicas do mundo? A resposta é não.
- A atenuação dos impostos usurários que tendem a reduzir a classe média a um novo lumpemproletariado? Também não.
- A erradicação do nepotismo que vinga na classe política e que é causa de favorecimentos vários que optam pelo amiguismo em detrimento da competência? Não, outra vez.
- A criação de um escol de políticos com elevada dimensão patriótica, com vida social e profissional relevantes e que entrem na política com espírito de missão? Mais uma vez, não.
- A criação de uma escola que respeite os valores que sedimentaram, para o bem e para o mal, a idiossincrasia que a história nos inculcou? Redondamente, não.
- A promoção de um sistema universal de saúde que não permita que nenhum cidadão, legal ou ilegal, preto ou amarelo, rico ou pobre, novo ou velho, fique sem os cuidados de saúde quando deles necessite? Outra vez, não.
- A responsabilização da família na formação dos filhos que evite que a escola se torne num gueto de irresponsabilidade que amedronte professores e funcionários? Não, também aqui.
- A procura de finanças públicas justas que coloquem o Estado ao serviço do cidadão, evitando todos os desperdícios, e que, adequados investimentos públicos e privados, concorram para a melhoria da saúde económica do país? Também isso, não.
Então por que carga de água quererás tu a monarquia?, perguntariam os meus interlocutores já desnorteados.
- Por causa da bandeira. Sim, vocês já viram como a bandeira monárquica é linda. Uma bandeira azul e branca que nos extasia os olhos e aquece a alma. O símbolo central realça a conjugação de duas cores tão perfeitas. Instaurando a monarquia, o azul e branco constituir-se-iam como as cores da nação. Depois, fazia-se outra revolução e mandava-se o rei para o exílio, ali para os arrabaldes sul de Vila Franca de Xira e recuperava-se a República sem as cores cruentas e sanguinárias que caracterizam a bandeira republicana. Verde e vermelho, não podem dar uma bandeira estética e eticamente aceitável.
A monarquia é a solução transitória para Portugal se tornar num país eticamente saudável e esteticamente admirável. Uma república com bandeira azul e branca realiza a utopia da perfeição. Tenhamos coragem de a implantar.

[ José Augusto Rodrigues Dos Santos/Porto24]

Nota de RoP:
Como terão reparado, o artigo não é de agora. Inseri-o, não por ser apologista da monarquia (tal como o autor), mas por partilhar com ele o gosto pela bandeira monárquica, bem mais bonita e elegante que a da República, que acho de um mau gosto inominável. 

06 janeiro, 2016

A culpa será dos pipoqueiros?

Caros amigos, não vale a pena dizer que o Porto não fez um mau jogo, como está neste momento a dizer o Cândido Costa no Porto Canal, pensando que negando a porcaria do jogo que todos vimos, com os vícios do costume, a falta de atitude, de velocidade, e de concentração, é mais portista que nós.

Tenham paciência, por mais que queiramos negar a realidade, não vamos lá. Se presidente, técnico e jogadores pensam que assim vão ganhar alguma coisa, declaro desde já que estão enganados. Dou-vos todo o direito de me censurarem. insultarem até, se por obra e graça do Nosso Senhor, o nosso clube ganhar este campeonato. Não vai ganhá-lo, não. Sou realista. Este, é o pior FCPorto que vi jogar em toda a minha vida.

E, Cândido Costa, não vale a pena exagerares com as tuas expressões de portismo, de mística e de fé religiosa, porque sei que não podes estar a ser sincero. Se isto é dar o litro, como disseste, então todas as equipas do FCPorto que vi jogar até hoje foram sobrenaturais. 

Curvemo-nos em sua honra. Com saudade.

PS-Já sei que as chicotadas psicológicas nem sempre resultam, o problema é que o fracasso não pode  vir a acontecer, já aconteceu. A partir daí, acho que todos os riscos são aceitáveis.


Ser do Porto e ser do Norte

Emídio Gomes
Sendo certo que se poderá dizer que não se escolhe a terra onde se nasce, o mesmo já não será necessariamente verdade com o local em que se vive. Por decisão dos meus pais nasci no Porto, na freguesia de Massarelos. Por opção própria, é também nesta cidade que vivo, após regressar definitivamente de um intervalo de cerca de treze anos que se seguiu à conclusão do liceu. Descontando algum grau de parcialidade, entendo que vivo num dos melhores locais do Mundo. A relação da cidade com o rio e com o mar, que estão dentro de si, a situação geográfica, o seu caráter moldado pelas pessoas, as infraestruturas, o acesso à educação e à saúde e o nível de segurança percebida fazem do Porto um local único para viver. Acresce ainda um lado emocional puro que resulta da minha paixão pelo Futebol Clube do Porto, com que me identifico desde que tenho memória de infância e então me deslocava a pé durante mais de uma hora para o estádio, levado pela mão de um avô substituto, porque a lei na vida não me permitiu conhecer os verdadeiros. Este lado não se explica, sente-se; é um estado de espírito que me levará a nunca compreender os que assobiam o seu próprio clube, mas também a ter um respeito absoluto por todos aqueles que não partilham esta minha causa.
Mas sou também de Trás-os-Montes e Alto Douro por adoção. Vivi mais de seis anos em Vila Real, cidade que fez de mim seu cidadão "grau ouro". Desde os cinco anos sou também de uma aldeia de São João da Pesqueira, bem no coração da mais fantástica região vinhateira do Mundo, justamente reconhecida pela UNESCO Património Mundial.
Gosto de ser do Norte, com muito orgulho em ser português. É nesta região que me sinto bem a trabalhar para o país, com o privilégio atual de gerir a sua CCDR. Em que cada um dos projetos que abraço é o mais importante de sempre, porque é aquele que no momento importa. Porque me sinto muito bem como profissional da Universidade do Porto há trinta anos, onde fui pró-reitor, da mesma forma que tive enorme orgulho em presidir ao Conselho Geral da Universidade de Trás-os-Montes, em ter integrado o Conselho Estratégico da Universidade do Minho, em ter sido diretor de uma Escola da Universidade Católica do Porto e na colaboração com dezenas de projetos envolvendo municípios da região, visando a criação de emprego e a sua qualificação.
Porque acreditem que é muito bom ser do Porto, gostar de ser do Norte e ser português inteiro

05 janeiro, 2016

A letargia de Pinto da Costa também vende jornais

Esta foto saiu várias vezes no JN

Estou convencido que o novo assédio justicialista movido a Pinto da Costa pelos mesmos do costume, vai dar em nada. A avaliar pelos sinais de evidente discriminação face a outros suspeitos, o ruído vai continuar a fazer-se ouvir nos jornais e na televisão durante mais uns tempos e depois, quando finalmente a Justiça actuar (se chegar a isso), ficaremos a saber que a montanha pariu um rato e que tudo não passou de mais uma campanha de desestabilização contra o FCPorto. 

Essa minha convicção, assenta no historial de competência do departamento jurídico do clube que em matéria de legalidades e questões contratuais não costuma desmazelar-se, precisamente por saber que o FCPorto é muito mais escrutinado que qualquer dos seus adversários. Se assim não fôr, será para mim uma surpresa, embora ultimamente já pouco me surpreenda com os tiros nos pés que lá para os lados do Dragão se tem vindo a dar.

Actualmente não sou sócio do FCPorto, mas já fui. Para ser franco, duvido que se voltasse a inscrever-me, não viesse logo a arrepender-me, caso me fosse coartado o direito de questionar a Direcção e de obter as respectivas respostas em tempo útil.  Às vezes, penso que me preocupo mais com a imagem do clube e do Presidente que ele próprio, e isso não me agrada nada. Já disse e repito, as questões sentimentais, só são saudáveis e duradouras se forem vividas como uma viagem de ida e volta. Por isso, não quero ser, nem parecer, mais papista que o papa. Só posso imaginar o que faria neste momento se estivesse no lugar do papa...

Em primeiro lugar, promovia uma reunião-geral com os sócios para debater o estado do clube, para os informar sobre as questões que me fossem previamente colocadas. Prometia manter esse hábito no futuro e apoiar o treinador, quando e sempre que necessário. Exigia ao Director do Jornal de Notícias que retirasse imediatamente o meu mome do Conselho Editorial do jornal por perda de confiança na actual Direcção e pela clara perda da sua matriz nortenha e portuense (sim porque o JN não teve que pedir a Lisboa licença para nascer). 

Se a  decisão fosse contestada, e me perguntassem os motivos que a fundamentavam, responderia perguntando quem é Nuno Miguel Maia, o jornalista responsável pela publicação na página de Justiça da "Operação Fénix" (que criatividade), e porque razão publica repetidamente a mesma notícia durante vários dias quase seguidos, praticamente com o mesmo texto,  quando não haviam dados novos que o justificassem.  Aproveitaria para perguntar também por que é que publicaram notícias sem aparente evolução, dias a fio, sobre um suposto traficante de droga (Vitor do Ouro, no foto) sempre vestido com a camisola do FCPorto...

Bem, isto sou eu a sonhar. Ou por outra, isto podia ser o Pinto da Costa de outrora, operário, lúcido, corajoso. Não o aburguesado, o oligarca de agora. Sim, porque quando vemos o rumo que o Porto Canal está a levar, ninguém acredita que Pinto da Costa e o FCPorto sejam os principais patrões.

Chega a ser uma provocação.

Curiosas coincidências







Mariana Mortágua
[JN]
Trezentos e quatro mil e oitocentos euros (304 800euro) é quanto Sérgio Monteiro vai receber ao longo dos próximos 12 meses para vender o Novo Banco. Sabemo-lo porque, finalmente, o Banco de Portugal publicou o contrato que assinou com o antigo secretário de Estado do Governo PSD/CDS.
O Banco de Portugal anunciou a contratação no dia 29 de outubro de 2015. Um mês depois, no dia 27 de novembro, perante notícias sobre a remuneração milionária de Monteiro, o regulador voltou a fazer novo comunicado. Dizia então que "o contrato de prestação de serviços, que terá a duração de doze meses, prevê que o dr. Sérgio Monteiro tenha uma remuneração igual à que auferia na Caixa - Banco de Investimento, SA antes de desempenhar as funções de secretário de Estado (...)".
O problema é que os lugares numa administração não são cativos. A menos que fosse novamente nomeado administrador, Sérgio Monteiro voltaria ao grupo Caixa como simples diretor, cujo salário mensal não chega decerto a 25 mil euros. Mas, se Monteiro tem estatuto de administrador da Caixa para justificar o salário milionário, então deve explicar como pode dirigir a privatização do Novo Banco, uma vez que a Caixa é credora do Fundo de Resolução que é acionista do Novo Banco. É difícil não identificar um conflito de interesses, certo?
Mas as curiosidades deste caso não terminam aqui. Conhecendo a sua delicadeza política, chamemos-lhe assim, no dia 11 de dezembro o Bloco de Esquerda perguntou ao Banco de Portugal pelo contrato assinado com Sérgio Monteiro. Acumulavam-se as questões de conflito de interesses e motivação da escolha e o Banco de Portugal continuava sem publicar o contrato na base de Contratos Públicos online, como manda a lei. Tivemos de esperar até ao último dia de dezembro para que finalmente o contrato fosse publicado. Qual não foi o nosso espanto ao verificarmos que tem data de 18 de dezembro. Isto é: só depois da pergunta do Bloco é que o Banco de Portugal se deu ao trabalho de realizar o contrato. Até aí, o vínculo de Sérgio Monteiro era apenas informal.
Se não houvesse pressão pública, não sabemos quanto mais tempo teria passado até ser assinado um contrato. Também não sabemos a razão deste caríssimo ajuste direto, não só pelo montante, mas sobretudo pela completa falta de pudor político. Acrescentado o potencial conflito de interesses, é insustentável que Sérgio Monteiro e Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal, continuem a desempenhar funções em choque permanente com o interesse público

03 janeiro, 2016

O FCPorto não era isto!

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O Dragão não é uma Feira de Moda

Há um tempo para tudo. Do meu ponto de vista, o actual treinador do FCPorto já teve o seu tempo. Ao todo, totaliza uma época inteira e quase metade da actual. Porque tenho o hábito de dar tempo ao tempo, quando treinador e equipa são novos, e porque acreditei que quem contratou Lopetegui sabia o que estava a fazer, fui observando, e esperando que se fizesse luz nos seus conceitos técnico-tácticos e partisse daí para uma época empolgante. Enganei-me. O treinador não é novo, e o plantel também não. A decepção está instalada. Não estou só, nesta situação. Como eu, estão muitos, uma maioria seguramente de portistas. Mas, ficam por aqui as críticas a Julen Lopetegui que, afinal de contas não é o principal responsável pelas asneiras e más prestações das últimas 4/5 temporadas do FCPorto.

Lopetegui é apenas responsável pelo rendimento da equipa. Acima dele há uma SAD e um presidente com um passado que fala por si. Foi Pinto da Costa [e respectivos quadros directivos] o primeiro responsável por tudo o que de melhor aconteceu ao FCPorto nos últimos 30 anos. Pelo meio, teve a desestabilizar-lhe o currículo, um processo instigado pela inveja dos vários representantes do centralismo que não obstante  a falta de matéria acusatória legal e os sucessivos recursos vencidos, lhe causou grande desgaste físico e psicológico. As intervenções cirúrgicas a que foi submetido não devem ser alheias a isso.  É portanto natural que essas coisas tenham deixado mossa, embora a imputação objectiva entre uma e outra coisa seja discutível. Mas, a verdade é só uma: Pinto da Costa não é o mesmo.

É impossível dissociar as várias áreas ligadas ao FCPorto, distintas entre si, mas com deficiências semelhantes, em que se verificam abstracções impensáveis no Pinto da Costa do passado. Clube e Televisão não devem ser separados porque a entidade patronal é a mesma. Vamos lá ver se me lembro das mais evidentes. 

A primeira que me ocorre, é o distanciamento que o líder portista mantém com a massa associativa, com os adeptos e a própria equipa técnica. Lopetegui foi (e continua a ser), como são quase todos os treinadores do FCPorto, intensamente perseguido e gozado pelos mesmos do costume: a comunicação social. Na hora em que estava a ser mais achincalhado, não se ouviu a voz do presidente a apoiá-lo. Isto, era impensável no Pinto Costa de antigamente (que voltas o mundo dá...).

No Porto Canal, nota-se, tanto a ausência de Pinto da Costa como a presença das vicissitudes que agora o (des)caracterizam. Indiferença, com os espectadores, falta de coerência e sentido de oportunidade na acção (que é quase nula). Agora, é vê-lo franquear as portas aos representantes dos jornais que mais denegriram a sua imagem e a do FCPorto. Ontem, à entrada do Altis, vimo-lo dar uma palmadinha nas costas ao Nuno Luz, o gajo que fez o trabalho sujo da SIC contra ele e o nosso clube, no tempo do miserável programa "Donos da Bola". Percebem estas atitudes? Eu também não.

Não há portista com sentido crítico, que esteja satisfeito com a gestão e programação de Júlio Magalhães do Porto Canal. Na informação, as opções são no mínimo bizarras para quase toda a família portista... Júlio M., foi incapaz de usar a própria "casa" (o Porto Canal) para informar o público alvo sobre o futuro do canal, mas não esteve com modas para dar uma entrevista ao jornal Económico, por sinal um jornal híbrido, de pouca popularidade. Claro que, as informações que prestou falharam rotundamente como se pode provar. Mas há mais.

Recentemente, Fernando Gomes, o administrador da SAD portista, aceitou o Diário de Lisboa para dissertar sobre o famoso negócio da Altice/PT/Meo...  O entrevistador não podia ser "melhor", foi o mesmo Manuel Queiroz, esse grande "portista" que comentou na TVI os jogos do FCPorto com mais sectarismo que o mais aziado dos vermelhos. A entrevista teve lugar no restaurante Líder nas Antas e nem faltou o menú, com o preço da conta e tudo... Percebem o critério, do jornal e do entrevistado? A mim, transcende-me. Devo ser de outra galáxia.

Se juntarmos a isto a cultura de vaidade que está a ser implementada, quer na estação de tv, quer nos próprios jogadores que mais parecem modelos da Giorgio Armani, nada disto tem a ver com a cultura de austeridade e dedicação clubista que outrora fez escola e tantos sucessos trouxe ao FCPorto. Nem no Canal, nem no clube, impera o rigor e o respeito por quem menos ganha com ambos: os adeptos/espectadores.

Talvez assim se explique o que está a acontecer com a equipa principal, que afinal de contas tem sido a maior fonte de receitas do FCPorto. O Lopetegui, é só um pormenor, um erro entre os vários que aqui apontei.

PS-Recomendo a leitura da entrevista de Fernando Gomes ao DN. Lá está bem espelhada a ideia que hoje se tem de um clube/empresa, dos custos e das "facilidades"... 

Última hora:
Pinto da Costa outra vez nas malhas da Justiça. Ler aqui. Como consta da notícia, a acusação refere apenas uma suposta ilegalidade por benefício de serviços de guarda-costas ao clube e Estádio do Dragão. Uma questão de ter ou não ter alvará... 
Mais uma vez, é só Pinto da Costa que o Ministério Público gosta de investigar. O Vieira do Benfica e outros dirigentes de clubes, "não tem" guarda-costas, e se tem, estão todos legalizados(como a claque dos Diabos Vermelhos) uns anjinhos... O caso Porta 18, do Estádio da Luz, da cocaína, de repente, evaporou-se...  É isto que me enoja nesta comunicação social de merda. São uns vendidos, uns perfeitos hipócritas.
Mas, Pinto da Costa põe-se a jeito. Espero que desta vez perceba que não sé possível estar bem com Deus e com o Diabo. Esse,é o seu pior defeito. Além disso, está a prejudicar o clube. Se nada teme, que ataque, em vez de se limitar a defender.