12 janeiro, 2018

A indignação portista está revelar-se


Basta dar uma olhadela pelas redes sociais para percebermos o sentimento de revolta que paira na grande comunidade portista.  Há já mesmo quem proponha uma intervenção de força na cidade, e isso é muito significativo. À medida que se vão descobrindo as manigâncias e cumplicidades do Benfica, aumenta a indignação de milhares de pessoas, o que é um óptimo sinal. A causa é nobre, tão nobre quanto contrastante com os motivos que a inspiram. Como portuense e portista, ganhá-la dáva-me mais prazer que a victória do FCPorto na Champions. Então,  se ganhássemos as duas batalhas, era oiro sobre azul. Não faço ideia se alguma coisa vai acontecer, mas estou convencido que nada vai ficar como dantes. Alguma coisa de sério tem de ser feito, sob pena de o feitiço se virar contra o feiticeiro, caso a PJ tarde a concluir as investigações.

Apesar de termos sido confrontados com resmas de processos escandalosos, como a corrupção dos submarinos e dos CTT´s, os buracos do BPP, do BPN e BES, a Operação Furacão e Monte Branco, a privatização do Totta, o caso "Sócrates", os crimes hediondos de Duarte Lima e muitos outros, nenhum tem uma área de influência tão vasta e comprometedora para o próprio Estado como o caso dos emails. Se os outros casos tinham muitos cúmplices, o Benfica tem-nos imensamente mais, dadas as pessoas e instituições que de uma forma ou outra cooperaram nos seus esquemas mafiosos.

O Governo e os partidos políticos vão ter de pensar muito bem na forma como tencionam tratar deste grande problema, porque, enquanto nos outros casos os deputados puderam esgrimir argumentos consoante a ligação com os acusados, com o FCPorto é um assunto politicamente mais delicado, porque pode significar a perda de milhares de votos, que é das poucas coisas que os políticos não podem, nem gostam de centralizar e muito menos desperdiçar...      



  

11 janeiro, 2018

Câmara do Porto unânime contra fecho de postos dos CTT

A recomendação foi apresentada na reunião pública do executivo pela vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, mas a redação final do texto foi sugerida pelo presidente da Câmara, o independente Rui Moreira, tendo levado toda a equipa de vereadores a manifestar “o seu protesto face à anunciada intenção de encerramento de mais balcões dos CTT no Porto, atendendo ao serviço público que assim fica prejudicado”.
A autarquia aprovou ainda “solicitar ao Governo que verifique se empresa está a cumprir caderno de encargos da privatização e, em qualquer caso, tome as medidas necessárias para que o serviço público, com a sua componente de proximidade, seja garantido às populações”.
Rui Moreira, classificou estes novos encerramentos como “absolutamente preocupantes”.
“Temos um Estado cada vez mais exíguo que parece que está capitulando”, observou.
Moreira disse estar “absolutamente de acordo” com as preocupações manifestadas na moção da CDU, nomeadamente quanto à cidade do Porto, “onde se têm transferido custos para as juntas de freguesia”.
No seu entender, o serviço postal “continua a ser essencial para muitas pessoas”, pelo que a Câmara deveria perguntar ao Governo “se há incumprimento do caderno de encargos da privatização” da empresa.
De acordo com o autarca, “mesmo que não haja incumprimento, é preciso chamar a atenção de que é necessário encontrar formas de mitigar estes efeitos”.
Relativamente à moção inicial da CDU, Rui Moreira pediu para que a mesma fosse dirigida ao Governo, em vez de interpelar diretamente a empresa, algo que Ilda Figueiredo aceitou.
Segundo a vereadora, “algumas das responsabilidades [dos CTT] foram assumidas pelas juntas de freguesia, mas estão a custar-lhes caro porque recebem muito mais do que gastam”.
A comunista indicou ainda ter informações de que os CTT “têm novas propostas para novas passagens para freguesias do Porto”.
“É escandaloso que seja o erário público a cumprir um serviço público que a empresa se comprometeu a cumprir. As juntas de freguesia estão a suportar custos sem a cobertura total da despesa”, vincou.
Para o vereador do PS, Manuel Pizarro, o encerramento dos CTT é “muito grave para a cidade e o país”.
“Acho que não vão passar muitas semanas sem que eu venha defender em público a renacionalização dos CTT”, avisou.
Para Pizarro, os CTT têm “uma componente social que não é despicienda e que não pode ser esquecida”, parecendo que o “caderno de encargos da privatização não assegura o serviço público”.
Para Álvaro Almeida, do PSD, o encerramento de balcões dos CTT não está relacionado com a privatização da empresa, ocorrendo porque “o mundo mudou”.
“Eu já não recebo cartas nenhumas a não ser a das Águas do Porto. Trata-se de ajustar os modelos de negócio à nova realidade”, observou.
O vereador eleito pelo PSD destacou que, apesar disso, “há obrigações que a empresa tem de cumprir”, caso contrário “o Governo deve recorrer a mecanismos legais para que cumpra”.
Quanto aos encerramentos previstos para o Porto, Álvaro Almeida considerou que, na cidade, “o problema parece ser mais de mobilidade do que outra coisa”, pelo que se deve “atuar na mobilidade e não na multiplicação dos serviços”.
Os CTT confirmaram no passado dia 2 o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação, que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.
No Porto, os postos em causa são os da Galiza e da Asprela.
A empresa referiu que o encerramento de 22 lojas situadas de norte a sul do país e nas ilhas “não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente”.
Em causa estão os seguintes balcões: Junqueira (concelho de Lisboa), Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de São Vicente (Penafiel), Socorro (Lisboa), Riba de Ave (Vila Nova de Famalicão), Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde (Paços de Ferreira), Filipa de Lencastre (Sintra), Olaias (Lisboa), Camarate (Loures), Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprela (Porto), Areosa (Gondomar), Araucária (Vila Real), Alpiarça, Alferrarede (Abrantes), Aldeia de Paio Pires (Seixal) e Arco da Calheta (Calheta, na Madeira).
A decisão de encerramento motivou já críticas de autarquias e utentes.

09 janeiro, 2018

O seguro morreu de velho. E o FCPorto estará de acordo?

Não sei se hei-de elogiar, ou temer, o excesso de confiança de alguns portistas. Sabendo que os árbitros tudo têm feito para prejudicar o FCPorto, continuam a confiar que os jogadores e Sérgio Conceição bastam para superar esse grande obstáculo. São uns grandes adeptos, sem dúvida, mas receio que tanta confiança lhes venha a causar grandes dissabores num futuro próximo. 

Também tenho grande confiança na equipa e no treinador. Sobre isso, não tenho dúvidas.  No entanto, teria mais garantias se estivéssemos a falar apenas do futebol jogado. Mas não estamos. Estamos sim, a jogar contra forças obscuras, e mal intencionadas, que tudo fazem e continuarão a fazer, para impedir que o FCPorto seja campeão. Se não conseguirem levar o Benfica ao colo do invejado penta, passará a ser o Sporting o novo protegido. Está visto e confirmado, os árbitros já deram provas da sua grande cobardia. Entre optar pelos batoteiros, ou pelos recatados, a escolha caiu sobre os primeiros. Eles sabem muito bem quem são uns e outros. Sabem que com os vigaristas estão mais protegidos pelo poder, e se o poder lhes garante boas "negociatas", a escolha é coerente...  Bastaria lembrar as arbitragens contra o FCPorto, que de tão más, nem conseguimos distinguir os árbitros maus, dos medíocres (veja-se a triste figura que um dos "melhores" árbitros portuguêses fez no domingo).

Apesar de não gostar, tenho-me repetido nos últimos tempos. Vejo-me impelido a fazê-lo por uma questão de sensatez. Não peçam ao Sérgio Conceição e aos jogadores, mais do que eles podem dar, porque apesar de determinados e competitivos, são apenas jogadores. Não têm de ser mais do que isso. Profissionalmente falando, têm dado tudo. Peçam sim, a quem manda, que defenda mais e melhor o clube e os seus atletas. Nas modalidades e na formação já se notam sinais de revolta nos jogadores que não podem ser dissociados do que está a acontecer. Os atletas sentem como ninguém a discriminação terrível de que o FCPorto está a ser alvo, sobretudo quando jogam fora, e isso acaba por desanimá-los. Os planteis do Andebol, do Hóquei são tão bons, ou melhores, que os dos adversários, mas têm sentido uma hostilidade que vai para além da rivalidade  nas deslocações. Trata-se de lidar com gente ligada ao banditismo que já terão arquitectado com clubes amigos esquemas de provocação para desestabilizar os nossos jogadores. O FCPorto já devia ter tomado providências para impedir que estas coisas alastrem e possam resultar numa desgraça.


Há que perceber uma coisa, e de uma vez por todas: antigamente, a mística do FCPorto, os slogans guerreiros como o "Somos Porto", tinham um líder a conferir-lhes genuidade e é isso que hoje falta. Além de que, a realidade agora é diferente, os jogadores já não se prendem tanto ao clube, querem olhar pelo seu futuro, e ninguém lhes pode levar a mal, o que não quer dizer que não se empenhem. Pelo contrário, é isso mesmo que causa admiração nesta equipa de Sérgio Conceição, vê-los tão motivados a travar uma batanha tão desigual, quando deviam limitar-se a jogar bom futebol e a ganhar, que é para isso que são pagos. 

Até ao momento não vi da parte do presidente Pinto da Costa nenhuma iniciativa de vulto no sentido de proteger os atletas e o clube. Estamos dependentes de uma investigação cujo desfecho não podemos prever, quer no seu prazo, quer na eficiência do castigo. Até lá, os bandidos têm carta branca para continuar a causar estragos, e a côrte de cartilheiros não vai travar a vigarice, que é o seu ofício principal.

Estamos em Portugal. Temos um Governo que já deu provas de ignorar os sinais iminentes de perigo. Morreram mais de 100 pessoas em dois incêndios, contra os quais não foi capaz de reagir à altura das responsabilidades.  Será preciso dizer mais? 


08 janeiro, 2018

Com o FCPorto é promiscuidade, com o Benfica é solidariedade, não é anjinhos?

Quando um Governo dá exemplos destes, que podemos esperar dele, que confiança
merece? Se eu estivesse no lugar do Rui Moreira enviava um comunicado ao Governo 
a informar que a partir de agora ia para o Dragão sentar-me ao lado de Pinto da Costa 
e que processava o primeiro energúmeno que abrisse a boca para falar de cumplicidade. 
Era o que eu fazia, podem crer, e com muito gozo!
Hipócritas!

07 janeiro, 2018

Chega de queixas, obriguemos o Governo a agir!

Se publiquei o artigo anterior, do jornalista Manuel Luís Mendes,  foi porque lhe reconheci algum valor e sentido de oportunidade. Nesta perspectiva, nada tenho a acrescentar, a não ser que o conteúdo peca por não ir um pouco para além do óbvio. Não dá para acreditar que nesta altura do campeonato haja algum jornalista (para não dizer, algum português), que não tenha conhecimento do escândalo dos emails e do silêncio que os media procuram manter sobre o mesmo o tempo que puderem. Claro que, à medida que o garrote dos factos aperta e os obriga a enfrentar a realidade, aos poucos, lá vão soletrando a custo a questão dos emails, ainda que sempre acompanhada de muito desconforto, mas mesmo assim sem poderem ignorar totalmente  o que está a acontecer.

Na prática, o que quero dizer sobre este assunto é o seguinte: já cansa falar de factos, é preciso interpretá-los, investigá-los, e a partir daí agir em conformidade com as respectivas conclusões. Já todos sabemos que a RTP, como empresa de comunicação e serviços públicos, paga com o dinheiro de todos os contribuintes, devia ter um comportamento condizente com esse estatuto, e não tem. Pergunto:  é só de agora que a RTP  anda a abastardar essas obrigações? Desde quando é que a RTP deixou de ser isenta no tratamento com os clubes de futebol, ou se preocupou em dar o mesmo tempo de antena aos três principais clubes portugueses? Desde quando é que a RTP não privilegiou o Benfica? Sabemos bem que a RTP anda a discriminar o FCPorto há muitos anos, portanto isso já não é  novidade. Com os media privados passa-se a mesma coisa. Só com uma diferença: a RTP, sendo estatal, devia ser punida, porque fazendo discriminação, está a ir ao bolso dos contribuintes não benfiquistas, ou seja, rouba-os. Já imaginaram os milhões que nos estão a dever? Que teria o Governo para argumentar contra a esta realidade?  Atrever-se-ia a lançar-nos areia para olhos? A mentir na nossa cara?

O centralismo, o poder excessivo leva a estes abusos, e quem o tem, tudo faz para dele nunca abdicar. Portanto, é coisa velha, saturada de factos, e isso cansa, e o que cansa arrisca a esquecer-se.. Ora, é preciso impedir que tal aconteça e incutir objectividade ao conhecimento dos factos, sobretudo quando estes comportam vestígios de ilegalidade, como o escândalo dos emails. E se forem ilegais como tudo faz crer, significa que causam danos a terceiros, logo, importa atalhar tanto quanto possível a sua investigação e consequente julgamento na Justiça.

Do meu ponto de vista, a reacção do FCPorto face ao problema espelha um pouco a postura dos cidadãos no regime de Salazar, com tímidas queixas e excesso de cautelas perante ocorrências altamente suspeitas que lhe têm causado prejuízos enormes, parecendo ignorar a legitimidade que a Constituição lhe confere. Ninguém mais do que eu duvida da credibilidade do actual regime. A democracia portuguesa é débil e muito teórica, mas é precisamente essa percepção que devia estimular o FCPorto a  desafiá-la. Era isso que devia fazer, pressionar o Governo sem perturbar as investigações em curso, para o obrigar a optar entre decisões democráticas, ou a assumir-se como um governo ditatorial. Trata-se de obrigar os responsáveis do regime a retratarem-se. O Governo tem de ser chamado às suas responsabilidades, com decisões idóneas, sem o deixar fugir dos seus deveres. Os dirigentes do FCPorto parecem ainda pensar como  pessoas integradas no antigo regime. Constitucionalmente, Portugal ainda é um regime democrático mas o Governo tem de o provar com atitudes condizentes, e deixar de encobrir estas vigarices, mesmo pondo em causa o "bom nome" do Benfica. Mas isso, não importa, é irrelevante para a dignidade de um verdadeiro Estado de Direito. Não podemos dar demasiada importância a isso, sob pena de estarmos a pactuar com comportamentos sórdidos de quem devia ser eticamente exemplar.

O FCPorto não devia reconhecer autoridade, quer à Federação, quer aos Conselhos de Arbitragem que a integram, quer à própria Secretaria de Estado do Desporto, porque já provaram ser de tal modo incompetentes que mais parecem cúmplices do Benfica. Parece-me desnecessário dizer mais. O prazo para os modos civilizados já terminou. O persistente silêncio dos destinatários trataram de o esgotar... Esta gente sabe que está a ser protegida, e por isso a tendência é para abusarem, para provocarem até situações conflituosas, estratégias para aplicar castigos e expulsões, procurando fragilizar o nosso clube, e desta maneira deixarem abertas as portas do penta ao Benfica. Isto, é mais que óbvio. Pela minha parte já desisti de acreditar na inocência dos árbitros. Todos! Uns mais descarados, outros mais subtis, todos se têm mostrado altamente comprometidos com o que está a acontecer.

Caso o FCPorto tencione bloquear esta conspiração (premeditada), não pode dar-se ao luxo de aguardar pelo término das investigações, porque quando der por ela já fomos esmagados pelo regime. É tempo de colocar este enorme escândalo na esfera política e obrigar todos os partidos a retratarem-se. Se formos impedidos de o fazer, não vale a pena continuarmos a fingir que não percebemos, e estaremos a dizer ao Mundo que afinal o 25 de Abril foi uma grande vigarice, que a Democracia não existe, e que a PIDE ainda mexe e deixou muitos descendentes.