18 junho, 2010

Jacques Brel / La chanson des vieux amants




Bom fim de semana

Abate de plátanos na Circunvalação


Penso ser nosso dever acompanhar as diligências que a Divisão de Jardins da Câmara do Porto tem vindo a tomar com o património natural da nossa cidade.

A Associação Ambiental Campo Aberto detectou o abate pela raiz de alguns saudáveis plátanos  na estrada da Circunvalação tendo participado a ocorrência à Câmara Municipal do Porto.

A troca de correspondência entre as partes é elucidativa. Leiam aqui e tirem as vossa próprias conclusões.

Luto e respeito

Controverso, denso e talentoso, Saramago foi o escritor contemporâneo que mais internacionalizou a literatura portuguesa.

O Prémio Nobel de Literatura em 1998 faleceu hoje.

Com o meu mais profundo respeito, aqui lhe presto esta singela homenagem.

Esquecer formalismos e procurar novos caminhos

Se há alguém que não se tem preocupado em esconder o seu cepticismo com relação às virtudes da nossa democracia - desculpem-me a imodestia -, esse alguém sou eu. É só vasculhar aqui neste mesmo blogue e não faltarão  diversos posts a comprová-lo. De tal modo, que considero completamente patéticas as citações feitas na imprensa aos discursos do senhor Presidente da República sobre o estado da nação. É-me indiferente. É por isso que acho muita piada àquelas flechinhas dos jornais com o mais e o menos  do que foi dito de relevante por diversas personalidades a respeito de determinado assunto.

Se quiserem saber porquê, eu concretizo. É que, para dizer coisas, estou cá eu e um batalhão de bloguistas por esse imenso espaço que é a Internet, e não recebemos nada por isso. Não é que defenda a lei da rôlha às figuras com altas responsabilidades no país, não me interpretem mal. O que já não suporto e até acho obsceno, é que um Presidente da República se limite a dizer umas palavras de circunstância partindo do infantil pressuposto que por as dizer o Governo e os cidadãos as tomarão em boa conta. 

Dados os poderes ultra limitados constitucionalmente estabelecidos à figura do Presidente da República, o impacto dos seus discursos junto de uma opinião pública racional não resulta mais objectivo do que a inevitabilidade da constatação da perda de alguém que já partiu e que ainda podia estar entre nós. É a velha história da avozinha que morreu. Não entendo portanto a razão pela qual os jornais perdem tempo a escrever sobre os recados ao país [e ao Governo] do Presidente, principalmente se também levarem em consideração a sua personalidade. Cavaco não é um homem de Estado é um carreirista e dá-se bem nesse papel. Não é homem para promover situações que possam comprometer o seu estatuto. Ele, é Presidente da República, e quer continuar a sê-lo até que o prazo dos mandatos se esgote, ponto. Não o chateiem.

É assim, e como é assim, só muito raramente e muito superficialmente, o senhor Presidente se lembrará de falar da crise nortenha e das libertinas discriminações a que está a ser submetido, até porque sabe que foi ele mesmo um dos seus principais mentores. Portanto, poupem-nos por favor à tentativa de relevar o que o senhor Presidente diz, porque, de facto, é irrelevante.

Apesar disso, e do meu pessimismo com a partidocracia, defendo que, quando os partidos políticos não nos representam convenientemente, há que procurar outras formas de representatividade.  A Democracia é sobretudo isso, é a renovação de ideologias e de partidos. E não percebo aqueles que sendo do Norte, que reconhecem a discriminação negativa que nos é movida há longos anos, com as consequências dramáticas que se conhecem, apareçam agora a contestar com receios infundados a pertinência da constituição do Movimento Pró-Partido do Norte. Uns, dizem [surpreendentemente] que o Movimento só pode atrasar o processo de Regionalização como se esse processo estivesse na iminência de avançar e não tivesse sido [há muito tempo],  tácita e constitucionalmente bloqueado. Outros, talvez por absurdo espírito de contradição, alegam que seria suficiente um Movimento cívico, como se já não existissem dezenas deles com  os resultados inconsequentes que se conhecem. Não perceberam, talvez porque ainda não ouviram ou leram o Manifesto do Movimento, que a ideia é mesmo assustar o Poder com mais um Partido a disputá-lo e despertar os partidos da oposição do laxismo em que todos eles se deixaram cair no que concerne à Regionalização. 

Este, não será pois [espero] mais um Partido qualquer. Será um Partido que nasce do inconformismo voluntário, quase espontâneo de toda uma região que está a ser discriminada por uma sucessão de governos centralistas com tiques megalómanos e regionalmente racistas cuja pertinência não deve ser posta em causa por ninguém, muito menos por aqueles que até aqui diziam baixinho não aceitar a condição de portugueses de segunda categoria.  O tempo de espera  e de expectativa expirou.  É chegado o momento de decidirem de que lado querem estar.

   

17 junho, 2010

Os patrões e a MEO

Temos todas as razões do mundo para estarmos decepcionados com a construção da Democracia e com a qualidade dos nossos políticos. Do 25 de Abril até  hoje as coisas só têm piorado.

A adornar este clima de crise pré-anárquica, o empresariado nacional também deixa muito a desejar. Mal encontra uma oportunidade para contribuir para a degradação da qualidade de vida do povo, não hesita e avança de pronto com as medidas mais reaccionárias e anti-sociais que se pode imaginar. Seria impensável no pós 25 de Abril ouvir declarações [pedir ao Governo maior "flexibilidade" para despedir pessoas] como as proferidas pelo Presidente do Turismo de Portugal . Por essa altura, desfaziam-se em promessas optimistas de progresso e bem estar, desde que os deixassem tranquilos. E foi o que se viu. Nunca, mas nunca mesmo, quando acabam o ano com grandes lucros, os ouvi regularmente a anunciar melhorias substanciais dos salários para os seus colaboradores, dos mais aos menos qualificados. Em contrapartida, a maioria deles não se coíbe de exibir sinais exteriores de riqueza absolutamente pornográficos... Hoje, o patronato tem a mentalidade do pedinte, mas não tem a dignidade. É agiota e chantagista. O país, com este tipo de mentalidades não só não terá futuro como não tem presente.

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Fiquei entusiasmado [nem tudo é cinzento...]com a notícia do outro recorte. A MEO inventou um método de silenciar as vuvuzelas permitindo a manutenção do som ambiente. Com um bocadinho de sorte, pode ser que no futuro também seja possível ver os jogos de futebol com o som ambiente sem os comentários cretinos e enfadonhos de alguns "jornalistas".  Só isso, me fará optar pela MEO.Passe a publicidade...

16 junho, 2010

O "Norte" de Miguel Esteves Cardoso

 



O Norte é mais Português que Portugal. As minhotas são as raparigas mais bonitas do País. O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela. As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.

 Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca. Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas.

 Mais verdades.
 No Norte a comida é melhor.
 O vinho é melhor.
 O serviço é melhor.
 Os preços são mais baixos.
 Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia
 Estas são as verdades do Norte de Portugal

 Mas há uma verdade maior.
 É que só o Norte existe. O Sul não existe.
 As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta.

 Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte.
 No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista?
 No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.
 Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país

 Não haja enganos.
 Não falam do Norte para separá-lo de Portugal.
 Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal.

 Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal.
 Mas o Norte é onde Portugal começa.
 Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo.

 Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte.

 Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa.
 Mais ou menos peninsular, ou insular.

 É esta a verdade.

 Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte. Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.

 No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa.

 O Norte cheira a dinheiro e a alecrim.

 O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade.

 Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.

 O Norte é feminino.

 O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.

 As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos.
 Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito. Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas.

 São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem. As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente.

 Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial.

 Só descomposturas, e mimos, e carinhos.

 O Norte é a nossa verdade.

 Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores.
 Depois percebi.

 Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte".

 Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente.

 No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita.
 O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os- Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.

 O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm e dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?


 Escrito por Miguel Esteves Cardoso

15 junho, 2010

A importância da Comunicação

NOTA PRÉVIA - neste breve apontamento utilizo a palavra marketing no seu real significado e não na errónea acepção, tão difundida em Portugal, de que marketing e publicidade são sinónimos.

"Não chega fazer um bom produto sem o dar a conhecer e sem o valorizar". Esta afirmação é válida tanto para uma fábrica de detergentes como para um partido político. Por isso, um dos importantes capítulos do marketing é precisamente a Comunicação, que um Autor definiu como " o conjunto de sinais emitidos (...) em direcção a todos os alvos".

Um Movimento/Partido como o nosso, em todas as fases da sua vida mas sobretudo no início quando é desconhecido da maioria e é uma incógnita para grande parte dos que o conhecem apenas de nome, tem de prestar especial e prioritária atenção à Comunicação.

Qual a mensagem a passar? Obviamente que dependerá do posicionamento que o partido decida adoptar. Sem pretender opinar, de momento, sobre esta questão, apenas enfatizarei que parece realístico considerar que os nossos alvos são heterogéneos e portanto os nossos sinais ou serão diferenciados conforme os alvos, ou então terão de ter três ou quatro ideias-força, lógicas e objectivas, capazes de ser entendidas por toda a gente. Não podemos cair na tentação de enviar sinais que só sejam descodificados por elites intelectuais.

Além da definição do teor da mensagem, há outras decisões a tomar dentro deste capítulo. Por exemplo, há que definir o vector que encaminhará as mensagens até ao receptor. Há muitos e variados meios, pelo que importará decidir quais os que serão utilizados, como, quando, e em que condições.

Importante factor no marketing, a Comunicação terá de ter o seu espaço na definição estratégica do MPPN.

14 junho, 2010

Discursos sem substância


O humor negro de Manuel António Pina pode disfarçar a frustração de termos que lidar com políticos de tão baixo nível, mas não nos satisfaz a exigência de cidadãos integrados numa União Europeia que se quer próspera e evoluída.

De facto, hoje, até os putativos homenageados tiram o brilho às estátuas...













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Esquecer a clubite, fazer um grande manguito às Scuts, e pensar na região

Como diz, e bem, neste artigo  [JN], Carlos Abreu Amorim, o dever de cidadania exige que se lute contra as decisões injustas dos Governos. Suponho que a "consideração" do executivo de Sócrates de brindar em exclusivo o Norte com as portagens nas SCUTS já nem sequer merece discussão. Essa fase, foi rapidamente ultrapassada pela obscena discriminação de que a decisão se revestiu. Mais. Pessoalmente, tomo esta atitude como uma provocação despudorada às populações da nossa região, resultante do laxismo das elites locais com a consequente perda de protagonismo para o país.

Alguns nortenhos - vá-se lá saber porquê -, parecem ainda não ter percebido que os sucessivos desvios de verbas destinadas ao Norte para a região de Lisboa a par de toda a sorte de obras faraónicas despesistas e irracionais para a mesma região, mais não foram do que subtis testes à nossa dignidade e capacidade de tolerância. 

Foi por não termos reagido antes, por outras razões, incluindo [convirá lembrá-lo], as decisões arbitrárias  da Procuradoria Geral da República de instaurar processos judiciais como o Apito Dourado exclusivamente aos clubes do Norte, que o centralismo  estendeu agora os seus tentáculos noutras direcções. Foi  também por Rui Rio querer ser politicamente correcto com as elites de Lisboa que o Porto se fragilizou . Foi por Rui Rio ter vencido três mandatos seguidos, com os votos desses nortenhos desnorteados, que o Porto perdeu protagonismo político e económico. Quem não quiser admiti-lo, continuará a enganar-se a si mesmo e a prejudicar o Porto. É chegado o momento de admitir o erro e de procurar outras alternativas.

Se o futebol, com os seus peculiares afectos, constituir um factor de divisão para a causa do Norte, é porque os nortenhos estão mais interessados no clube do que na região, e esse, será um problema que terão de decidir de moto próprio. Os portuenses não podem culpar-se por serem adeptos do FCPorto, do Boavista, do Leixões ou do Salgueiros, porque adoptaram por clubes próximos das suas raízes. Nem tão pouco os portuenses afectos a clubes de regiões mais afastadas se devem excluir desta causa - que é de todos os nortenhos -, por razões clubísticas. 

Seria fantástico, um hino à noção de cidadania da Região, se os nortenhos fossem capazes de separar as águas, de esquecer momentaneamente rivalidades futebolísticas, de reconhecer a importância de  se unirem em defesa de um outro "clube" bem mais relevante para o seu futuro : o "clube" do Norte, que é como quem diz, o Movimento Pró Partido do Norte. 

E para começar em grande, dirigindo-se todos à rua, para fazerem um  grande manguito ao Governo recusando categoricamente os chips e as portagens nas Scuts.