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SÓ NÃO NOS PEÇAM PARA ACEITAR???
MAS QUE CONVERSA É ESTA??? |
Confrange-me bastante saber o estado de espírito da grande generalidade dos portistas. O meu é semelhante, portanto compreendo-os.
Por um lado entendo o sentimento de impotência gerado pela segregação que continua a ser praticada ao FCPorto e à própria cidade, o que agrava a situação.
Por outro lado, sinto algum excesso de conformismo, patente no discurso e na reacção desses adeptos. Detesto ouvir expressões como estas: "já estamos habituados", "já sabemos com o que podemos contar" , "os arbitros são incompetentes" (quando são manifestamente desonestos) e desabafos do género. Muito vezes repetidas, expressões deste tipo acabam por se transformar em murmúrios de resignação que em nada contribuem para meter na ordem quem nos anda a faltar ao respeito, não só na condição de adeptos, como principalmente de cidadãos (do mesmo país).
Talvez por culpa das permanentes ocorrências do âmbito criminal, vindas da própria esfera política e também económica, sem que a Justiça acerte no tempo e na eficácia, sempre que se trata de arguidos dessa área, se explique a naturalidade com que neste país se lida com a fraude. Há uma espécie de medo de reivindicar direitos neste país. Mesmo que saibamos como é a ficção circense da nossa "democracia" temos que a pôr a prova exactamente por isso. Os dirigentes do FCPorto não são muito diferentes do tipo de adeptos de que venho falando. O Presidente Pinto da Costa merece alguma tolerância, devido à sua idade, ao seu passado glorioso e aos problemas de saúde. Mas que conste, ele não está só. Mas parece. É incompreensível por que é que os restantes dirigentes não se dispõem a ajudá-lo a defender o FCPorto com outra coragem e pertinência.
Aqui não se trata de qualquer desobediência à Lei, antes pelo contrário, trata-se de um dever cívico, de uma obrigação hierárquica. Trata-se de convidar o Governo a cumprir o que não está a ser cumprido, que são as normas da Constituição da República! O Governo arroga-se como democrata, mas não sabe levar a democracia à letra. O Governo não tem apenas direitos, tem como todos nós, deveres, e o primeiro deles é cumprir e fazer cumprir a Constituição.
Na minha opinião, acho extremamente simples apresentar provas da violação de alguns desses direitos. O mais importante dos princípios constitucionais é assegurar o primado do Estado de Direito democrático de um país mais livre, mais justo e fraterno. Assim sendo, bastaria convidar os dois principais poderes (presidencial e governativo) a pronunciarem-se sobre o tratamento dado FCPorto pela comunicação social, pública e privada, e o que têm a declarar com o que se está a passar no futebol português, sem sofismas nem hipocrisias. Isto é, com a integridade que é exigida a quem está no tôpo da pirâmide do poder. O FCPorto pode (e deve) inclusive evocar o péssimo desempenho dos órgãos desportivos e disciplinar do futebol, e até apresentar provas. Por falar nisto, não gostei nada de ver Pinto da Costa ao lado de Fernando Gomes, não condiz com protocolos coerentes. É protocolo sim, mas sem autenticidade partilhada... Um sapo difícil de engolir.
O FCPorto continua a acreditar demasiado na justiça, e talvez se venha a arrepender, porque apesar da má gestão dos últimos 4/5 anos ser um facto, está agora mais que provado que se não fomos Campeões, foi também por gravíssimos motivos extra desportivas.
O Director da Comunicação, Francisco J. Marques já está a sofrer as consequências da passividade ou do excesso de confiança da SAD que não tomou ainda nenhuma medida adequada à dimensão das causas. Assim como o suspenderam de fazer o seu trabalho - coisa impensável numa democracia séria e livre - também castigaram Sérgio Conceição no jogo da Super Taça e o Director Desportivo do FCP, nomeando para árbitro um catraio que, mais do que incompetente, fez questão de se portar como um vendido! É assim que devem ser classificadas arbitragens destas, e não como incompetentes, ao bom estilo de quem não quer queimar os dedinhos e prefere obedecer à hipocrisia do politicamente correcto.
Por favor, habituemos-nos a chamar os bois pelo nome. Essa gentinha não merece nenhuma cortesia verbal. Num país como nosso, as boas maneiras não são para qualquer vigarista. O código de conduta dessa canalhada só obedece ao dinheiro, mesmo que seja roubado. O Sérgio Conceição até soube conter-se, porque no lugar dele premiava o pseudo árbitro com um bom huperkut nos queixos com um recadinho a seguir. Sei que há responsabilidades e consequências, mas sem Justiça social, não há como resistir a um bom sopapo. Sou fã do olho por olho, dente por dente, e não me tenho como um tipo adepto da violência, só que, por vezes, não há outro "remédio"para contermos a adrenalina e a revolta. Não podemos contar muito com a Justiça, porque quando é lenta (diz o ditado) raramente é justa.
Estou curioso de ver até quando, e a que ponto, irá durar o branquemento da bandalhice vermelha!