04 junho, 2010

David Bowie - Heroes




BOM FIM DE SEMANA

Santísses

O semanário Grande Porto, representado pelo director-interino Rogério Gomes, "sentou-se hoje à mesa" com o advogado João Anacoreta Correia e o ex-vice presidente do Parlamento Europeu, Manuel dos Santos, para recolher a opinião de ambos sobre o neófito Movimento Pró-Partido do Norte.

O critério habitual seguido nestas entrevistas é, como já devem saber, o de juntar duas figuras públicas cujas ideias sobre o tema em discussão sejam antagónicas, ou então, apenas não consensuais. Do ponto de vista democrático, a ideia é de louvar. Do ponto de vista objectivo, em casos como este, duvida-se. Por quê? Porque no caso de Manuel dos Santos, é por demais previsível a sua linha de pensamento. Ou seja, Manuel dos Santos, é o modelo típico do político carreirista, homem fiel ao aparelho partidário, de quem nunca se pode esperar grande entusiasmo pela mudança, mesmo que seja para melhorar qualquer coisa. Senão, notem bem no que disse:
  • O contrato político só deve ser alterado quando consideramos que não funciona. Mas concordo que as verbas do QREN não foram aplicadas como eu esperava.

    • Os líderes desse Movimento têm de ter credibilidade e só assim podem fazer com que os partidos políticos se preocupem mais com os problemas das regiões.
    O que será para MS um contrato político funcional? O deste Governo, ou  qual outro? Mas vá lá que, ainda assim, conseguiu discordar com o desvio [eu diria mesmo, roubo] das verbas  do QREN para Lisboa. Convenhamos, que seria excessivo se não o fizesse, embora duvide que ficasse muito mal com a sua consciência cívica de homem nortenho...

    Suponho que estaria a pensar na sua própria credibilidade, quando questionou a credibilidade dos líderes do Movimento, e confesso que não percebi patavina deste diamante: "só assim podem fazer com que os partidos políticos se preocupem mais com os problemas das regiões." Só assim como? Clonando a credibilidade do senhor eurodeputado, ou respeitando o direito dos cidadãos ao livre arbítrio de
    definir o seu próprio destino político?  E já agora, por que não, com um Movimento, ou um Partido novo?

    Entrevista no Porto Canal


    Caros amigos, 

    no próximo domingo (06-06-2010) no programa Grande Plano pelas 21h30, não percam a entrevista que o Dr. Pedro Baptista irá dar ao Porto Canal.

    02 junho, 2010

    Hoje, na TVI 24, às 22 horas

    Caros leitores,

    Hoje, 02-06-2010 na TVI 24, não percam a entrevista com o Dr. Anacoreta Correia, pelas 22H.

    A «música» dos bardos regionalistas

    Ainda ontem manifestei aqui a minha antipatia pelas generalizações, e decorridas 24 horas  já tenho motivos de sobra para a reforçar.

    A Porto Canal transmite às 3ªs feiras à noite, pelas 22 horas, um programa com a coordenação de Jorge Fiel, que conta com a participação de três convidados residentes, um dos quais é um senhor advogado cujo nome prefiro não citar.

    Pois, foi este mesmo senhor que ouvi no programa da semana passada usar dos tais clichés que abomino, do tipo: "a culpa do país estar como está, é de todos nós"..etc.,etc,etc. A seguir,  procurou apresentar exemplos [sem grande sucesso, diga-se], enfatizando a fraca participação de cidadania dos nossos compatriotas, o que  até seria aceitável se não abusasse do plural. Ignorou, que há quem não se sinta confortável incluído nesse lote generalista de cidadãos indiferentes. Bastaria acompanhar o que se passa na blogosfera e nas redes sociais, para perceber que algo está a mudar no país [e no mundo] ,e que ainda há quem procure contribuir para a sociedade para lá das paredes de um escritório de advocacia...

    Mas, o melhor estava para vir. No programa de ontem, Jorge Fiel lançou o tema do Movimento Pró Partido do Norte para a mesa e, para minha surpresa, o protagonista que se diz defensor da regionalização, que na semana passada se queixava do baixo empenho dos nortenhos pela coisa pública, não concorda agora com a criação de um partido para defender a região! Jorge Fiel, perguntou-lhe por quê, se os partidos que existem na Assembleia se desinteressaram completamente da temática. A resposta chegou camuflada da ambiguidade tradicional daqueles que gostam de dizer que estão, sem nunca quererem estar. Primeiro - disse -, porque achava que não era necessário criar um partido para regionalizar, e depois, porque não gostava de alguns dos protagonistas...Uma senhora, que também participava no debate, ainda lhe lembrou que, para já, se tratava apenas de um Movimento, mas pouco adiantou.

    Não imagino o que terá aquele senhor contra os protagonistas deste Movimento, nem a quais se queria referir, mas o que retiro da sua opinião é que se trata de alguém melindrado  com qualquer situação de ordem pessoal ou política, que não resistiu à crítica fácil sem se dar conta que estava a opinar em público, e se esqueceu das suas próprias contradições [pouco antes, tinha dito que o maior problema dos nortenhos era a inveja]...

    A ajudar à missa, teve um mediático comentador [benfiquista e monárquico], que pelas mesmas ou outras razões, alinhou pelo mesmo discurso pessimista.

    Razão teve Jorge Fiel, ao dizer que o nosso maior problema no Norte, é o excesso de individualismo, uma crónica tendência para nos dividirmos. Eu subscrevo as suas palavras. Neste momento, depois de tantos anos de um centralismo sufocante que está a levar à ruína a economia regional, é inaceitável que haja gente que não consegue ver o Porto e o Norte para lá das paredes de suas casas.

    01 junho, 2010

    Um sonho possível

    Como escrevia hoje no JN o prof. Alberto Castro, em Portugal, os "outros" são o problema, e "nós" as vítimas.

    Tenho sempre muita antipatia pelas generalizações, venham elas de que quadrante político vierem. Há quem goste de lançar para o ar alguns clichés perniciosos como alternativa à resolução de problemas complicados,  mas a verdade, é que esses clichés nem sempre emanam da população. Ao contrário do popular,  o populismo é uma invenção política.

    Os políticos, são sem dúvida a classe mais atacada pelas generalizações negativas, não apenas  da parte do comum cidadão, como pela dos próprios políticos, mas a questão que se impõe, é  saber se, face ao saldo das suas já longas governações [o 25 de Abril foi há 36 anos], merecem, ou não, a reputação trauliteirista que lhes foi inexoravelmente anexada, ao status.  Lamentavelmente, eu acho que [ainda] merecem.

    Talvez pareça despropositado colocar estas questões num post que pretende falar sobre um Movimento que resolvi apoiar sem rodeios desde a 1ª. hora , mas é o desejo de que ele venha a ter sucesso,  que dispare para uma dinâmica imparável de crescimento que me deixa a esperança de inverter a péssima reputação dos políticos.

    O Movimento Pró Partido do Norte  terá de ambicionar crescer sustentado em justas razões e sólidos alicerces, procurando corrigir não só as aberrações políticas de governações passadas com a região Norte, como propor sistemas de administração pública mais justos e menos despesistas. O facto de congregar gente de várias áreas políticas e partidárias só o enriquecerá e  tornará, provavelmente, menos "aparelhista" que os tradicionais. Será, na génese, um Movimento pluralista.

    Entre aquilo que separa hoje a esquerda e a direita, talvez não seja impossível uma recíproca aproximação ideológica. Talvez um «cocktail», com uma dose moderada de pragmatismo à esquerda, e uma pitada de sociabilização à direita, fosse o aperitivo ideal... Sinceramente, não me parece assim tão difícil.  Haja vontade. Com este espírito,  um bom projecto, doses industriais de seriedade, e uma noção correcta de serviço público, o Movimento Pró Partido do Norte não só poderá transformar-se rapidamente num Partido político regional, como propiciar uma forte adesão a nível nacional. O Porto, e toda a região Norte , efectivamente, são quem tem mais razões de queixa, mas outras regiões do país também as têm.

    Gostaria de continuar a ver unidas pessoas de  áreas ideológicas distintas, como algumas que estiveram presentes na reunião do Grémio Literário do Porto. Se tal não for possível no futuro, façamos votos  ao menos, para que o Movimento Pró Norte tenha valido a pena. Eu quero acreditar que vai valer. 

    MPPN com ideias corajosas


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    31 maio, 2010

    Personalidades querem criar Partido do Norte





    Política
    Há um movimento que reúne personalidades de diversas áreas empenhado em criar o Partido do Norte. Fazem parte nomes como Anacoreta Correia e Pedro Baptista. A ideia é combater o centralismo e as assimetrias que dizem ser cada vez maiores. A verdade é que a actual lei não permite a criação de partidos com denominações regionalistas e por isso, era necessária uma alteração constitucional. O Partido do Norte propõe candidatar-se nas próximas legislativas e contribuir para um novo mapa administrativo.

    Salvé o MPPN [Movimento Pró Partido do Norte]!

    Com as cautelas que estas iniciativas recomendam, também fiquei satisfeito com o ambiente da reunião e com o número muito razoável de participantes.

    Vale o que vale, mas até eu, que [como sabem] estou escaldado com a política e com os políticos, apreciei a informalidade dos diversos depoimentos que me pareceram sérios e particularmente sentidos. Os intervenientes mais mediáticos souberam estar à altura da situação e quase todos eles aguentaram firme, até ao fim.

    Apreciei as diversas intervenções, como a do Carlos Abreu Amorim, pessoa que admiro e gosto de ouvir, assim como a de Paulo Morais, Rui Fajó e Francisco Sousa Fialho. Achei, no entanto, que Pedro Baptista conseguiu temperar o discurso com muita alma, o que, em iniciativas desta natureza é de extrema importância. O Porto está órfão de líderes, venham eles então, se vierem por bem... 



    Ler aqui artigo de Carlos Abreu Amorim

    30 maio, 2010

    " Eu estive lá!"

    Como previsto, realizou-se ontem no Círculo Literário do Porto, a primeira reunião formal do Movimento pró-Partido Regional do Norte.

    Deixo aqui uma brevíssima nota, apenas para referir que correu tudo muito bem, foi uma boa reunião que não se alongou para além dos limites do razoável, e houve intervenções de bom nivel. Foi aprovada por unanimidade e aclamação a Moção de Estratégia e foi nomeada a Comissão Coordenadora do Movimento.

    Quero acreditar que esta reunião representará o primeiro passo duma longa caminhada cuja finalidade é, como se sabe, a criação de um partido político cuja principal preocupação será constituir-se como a voz do Norte e, ao mesmo tempo, um baluarte contra os sucessivos ataques desferidos pelo poder ultra-centralista que governa este país e que é o primeiro responsável pelo continuado empobrecimento da nossa Região.

    Quando este desiderato for atingido, todos nós os que assistimos à reunião de ontem, poderemos dizer, com justificado orgulho, "eu estive lá e assisti ao nascimento do NOSSO partido!".