19 abril, 2019

O mais importante é não complicar, e avançar


Nota de RoP:

Espero que a Comissão Independente para a descentralização sirva para alguma coisa, e não para baralhar e dar de novo. Um dos integrantes desta Comissão é Alberto João Jardim, o homem que, goste-se ou não, mais contribuiu para o desenvolvimento e a autonomia da Madeira, sem se vergar ao poder central, mesmo quando este era constituído pelo PSD, o seu partido. 

Tal como aqui venho lembrando desde que o Renovar o Porto existe, a reforma da Regionalização não é nenhuma dádiva, é um dever imposto pela própria Constituição. Foi isso mesmo que Alberto J. Jardim disse na entrevista que deu ao Porto Canal. O referendo de 1998 teve o apoio de Marcelo Rebelo de Sousa e de António Guterres, portanto foram estes dois protagonistas que deram aval ao não (a intenção era essa). Marcelo era então líder do PSD (entre 1996 e 1999), e Guterres 1º.Ministro (entre 1995 e 2002).

Portanto, se a referida Comissão Independente vier por bem, se fôr mesmo independente e pragmática só fará sentido se esclarecer e não estorvar. E mais. Talvez seja contra indicado misturar as coisas, ou seja, falar ao mesmo tempo em descentralizar e regionalizar. Na Constituição a palavra de ordem é Regionalizar não é confederar nem descentralizar ainda que possa parecer a mesma coisa. Não é. Respeite-se tão só o que todos devíamos ter respeitado desde 1976 e limitem-se a avançar com a lei original: regionalize-se o país. O que está  mal e tem prejudicado as regiões (sobretudo do interior) é o regime centralista. Se alguns estavam preocupados com os tachos gerados pela regionalização, lembrem-se de duas coisas: primeiro, a proximidade dos governos regionais condiciona sempre mais a atracção por tachos que o centralismo (com é claro!). Segundo: puxem pela memória, e lembrem-se do lamaçal e das resmas de tachos que os governos centrais pariram.

Será preciso mencioná-los a todos? Peço as minhas desculpas, mas acho que não é preciso, e além disso não tenho tempo a perder só para elencar tudo o que todos sabem. Por mim, já sei o suficiente, mas há muito mais por saber.

VOTOS DE UMA BOA PÁSCOA A TODOS

18 abril, 2019

Sobre o jogo de ontem e das nossas fraquezas


Resultado de imagem para sergio conceição


O jogo de ontem  não correu bem ao FCPorto. Logo de início teve uma oportunidade flagrante de marcar, com um remate bem colocado de Corona, mas a sorte não ajudou. A bola passou poucos centímetros acima e ao lado da barra da baliza. Toda a primeira parte  a equipa funcionou como um bloco, exercendo grande pressão sobre os adversários sem falhar muitos passes, procurando corresponder ao plano de Sérgio Conceição. Foram fantásticos! Sucede que, as oportunidades criadas para marcar foram todas esbanjadas (como diz, e bem, o treinador) por falta de eficácia.

Ora, é aqui que reside o problema principal deste plantel, e já é antigo. Vem do tempo do Lopetegui. Mas não é de hoje que destaco este aspecto, e não o faço apenas com esta equipa, acho mesmo que a arte de rematar não é o ponto forte dos jogadores portugueses. Acresce que este plantel nem sequer é composto por muitos portugueses, e os que existem, salvo Danilo e Hernani, vieram da formação, também pouco dotados para chutar. Foi por isso (e não só) que destaquei há tempos a excelente capacidade de remate e passe dos sub 15 e 17 ! Por não ver essas qualidades nos escalões mais idosos (nos sub19 por ex.)  

Sérgio Conceição disse que faltou eficácia até ao primeiro golo do adversário. É uma verdade. Essa falta de eficácia chama-se dificuldade em rematar com precisão e confiança. No entanto, fico sem saber porque causas nunca assisti a treinos do FCPorto actual, excepto quando o saudoso Boby Robson era treinador. Ignoro se hoje é habitual treinar jogadores especificamente em função das suas dificuldades técnicas individuais. O aperfeiçoamento técnico e psicológico também pode ensinar-se nos treinos. Eu penso mesmo que deve!  Sou de opinião que essa tarefa devia ser obrigatória nos treinos. Há jogadores com qualidade mas que têm quase fobia em rematar e isso limita as suas performances. O caso de Oliver, é paradigmático. Contudo, suponho tratar-se apenas de falta de confiança.

É uma pena que Sérgio Conceição não tenha herdado um plantel mais homogéneo e maduro, que não houvesse grandes diferenças entre os jogadores titulares e os substitutos, sem precisar de se preocupar com as condicionantes dos menos dotados, e experientes. Essa é a razão porque não me canso de dizer que foi ele, e só ele, o principal responsável pela produtividade alcançada por este plantel! É que, se por um lado dispõe de jogadores de top (como Alex Telles, Éder Militão, Pepe, Corona, Cassillas), por outro tem jogadores de fiabilidade incerta (Felipe, Brahimi, Herrera, Oliver, Octávio). Outros, custam a estabilizar como Adrian Lopez e Hernani. Outros prometem muito, como Wilson Manafá e outros como Marega e Soares esforçam-se muito e vão apresentando resultados, apesar de não serem tecnicamente exímios. Enfim, Sérgio Conceição soube adaptar esta multifacetada equipa ao sistema de jogo que, não sendo brilhante, mais garantias lhe davam. Só que, não tendo um plantel equilibrado para as várias posições, sentiu-se obrigado a apostar mais vezes do que provavelmente gostaria nos jogadores mais seguros. Ora, isto tem um enorme inconveniente (e ele sabe-o certamente), o cansaço prematuro e as lesões dos mais usados (os melhores). Arrisca muito, mas não tem outra alternativa. Joga com o que lhe "deram".

E para aqueles que fazem de Pinto da Costa um eterno insubstituível, não me venham com a infantilidade de lhe atribuir mérito por ter contratado o Sérgio Conceição porque antes dele contratou sem sucesso 5 treinadores, a saber:
  1. 2013/2014 - Paulo Fonsea
  2. 2014          - Luís Castro
  3. 2014/2016 - Julen Lopetegui
  4. 2015/2016 - José Peseiro
  5. 2016/2017 - Nuno Espírito Santo 
Consta que Ricardo Quaresma está de volta. Não sei se corresponde à verdade, mas espero que isto não seja mais uma invenção da actual SAD e do Sr. Presidente. Porque, sendo hoje mais difícil adquirir potenciais bons jogadores (e jovens) a preços acessíveis, como num passado não muito distante, não creio que seja impossível. 

Podia citar aqui uma série deles que foram contratados por equipas com muito menos recursos que o FCPorto, mas não o farei por uma questão de bom senso. O Pepe é um jogador já com uns anitos mas ainda é muito útil ao FCPorto, o Quaresma é uma incógnita. Prefiro-o mil vezes a Brahimi, mas considero evitável entrarmos por estas soluções. 

Se há que gerir recursos façam-no, mas não gastem mais dinheiro com jogadores caros demais para a sua qualidade. Isto já aconteceu, e não pode acontecer novamente. Seria bem mais útil tratar da defesa do clube em vez de se preocuparem com convidados  de honra duvidosa que pouco têm feito para nos tratar com isenção. Chamar à festa do Dragão figuras ligadas à FPF e à Liga como Fernando Gomes e Pedro Proença é uma provocação para muitos adeptos. Para mim, é uma enorme hipocrisia, que só me distancia mais de alguém que já admirei e respeitei noutros tempos.

PS-Deixar o Francisco J. Marques e o Diogo Faria a dar a cara pelo FCPorto como se fossem o topo da hierarquia portista,  parece-me tudo menos próprio de líderes. E também um manifesto comodismo.


17 abril, 2019

Que o FCPorto vença e o Rui Pinto também!


É-me difícil dar prioridade ao futebol jogado sem saber o que está a acontecer no futebol fora dos estádios. Em Portugal tornou-se impossível acreditar nas instituições desportivas, e em quem as dirige. Não temos gente qualificada em nenhuma delas. Tanto o Presidente da FPF como o da Liga, e as Comissões de Disciplina tem tido comportamentos absolutamente suspeitos face ao que está a acontecer. O conluio e a corrupção saltam aos olhos, sente-se e já cheira  mal. Não há como mascarar esta pouca-vergonha por muito mais tempo. A classe política (incluindo do Governo) está a bater no fundo, e a fraude no desporto só vem por acréscimo. Acho espantoso como é que ainda há gente com lata para lançar para o mundo desportivo, principalmente para o futebol, o cartel número um da corrupção deste país. Palpita-me que se vier a fazer-se Justiça, vai haver muita gente surpreendida com os resultados (ou talvez não).

Estas são as razões que me levam a não escrever hoje sobre o jogo desta noite entre o FCPorto e o Liverpool. Vai ser uma tarefa muito difícil, mas não impossível, o FCPorto não tem um plantel de luxo como tem o adversário, mas tem um conjunto de jogadores altamente combativos. Portanto, tudo pode acontecer, e que seja o sucesso do FCPorto.   

Fiquei com um sentimento de orgulho indisfarçável ao saber que Rui Pinto se recusou a colaborar com a justiça portuguesa. Antes de mais porque de portuguesa a justiça tem muito pouco, tal como outras coisas. A comunicação social por exemplo. é sectária e divisionista, portanto é lisboeta não é nacional. Os governos, o actual e os que o antecederam são centralistas, logo discriminadores e injustos. Por que carga de água um rapaz inteligente e orgulhoso como é Rui Pinto havia de confiar na justiça portuguesa?  É preciso não terem vergonha! Até as finanças - que são parte importante do Estado - queria servir-se dos conhecimentos do rapaz para sacar dinheiro dos devedores, sem se dignarem restituir-lhe a liberdade! Eu faria o mesmo, não lhes revelava nada! Não merecem outra coisa. Para quê? Para depois ilibarem os corruptos? Razão teve o Alberto João Jardim quando disse no Porto Canal que se lhe saísse o Euromilhões não depositava um tostão na Banca! Mas o que é que estes gajos querem? Mais mama? Quem anda a roubar quem? Quem é que merece prisão e ainda está em liberdade? Quem? E quantos?

Que não arrepiem caminho estes garotos que enxamearam a política de tachinhos e ainda se arriscam a ter pesadelos se desta vez a população abrir os olhos e se deixar de votar como quem vai a uma romaria. Lá romaria é, mas o problema é que o povo pensa que está a votar. E não está. Está a enganar-se a si próprio. A não ser que alguém dentro do partido garanta, o tachinho da ordem. Mas isso não é votar, é corroborar com o princípio de toda a corrupção...