18 abril, 2019

Sobre o jogo de ontem e das nossas fraquezas


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O jogo de ontem  não correu bem ao FCPorto. Logo de início teve uma oportunidade flagrante de marcar, com um remate bem colocado de Corona, mas a sorte não ajudou. A bola passou poucos centímetros acima e ao lado da barra da baliza. Toda a primeira parte  a equipa funcionou como um bloco, exercendo grande pressão sobre os adversários sem falhar muitos passes, procurando corresponder ao plano de Sérgio Conceição. Foram fantásticos! Sucede que, as oportunidades criadas para marcar foram todas esbanjadas (como diz, e bem, o treinador) por falta de eficácia.

Ora, é aqui que reside o problema principal deste plantel, e já é antigo. Vem do tempo do Lopetegui. Mas não é de hoje que destaco este aspecto, e não o faço apenas com esta equipa, acho mesmo que a arte de rematar não é o ponto forte dos jogadores portugueses. Acresce que este plantel nem sequer é composto por muitos portugueses, e os que existem, salvo Danilo e Hernani, vieram da formação, também pouco dotados para chutar. Foi por isso (e não só) que destaquei há tempos a excelente capacidade de remate e passe dos sub 15 e 17 ! Por não ver essas qualidades nos escalões mais idosos (nos sub19 por ex.)  

Sérgio Conceição disse que faltou eficácia até ao primeiro golo do adversário. É uma verdade. Essa falta de eficácia chama-se dificuldade em rematar com precisão e confiança. No entanto, fico sem saber porque causas nunca assisti a treinos do FCPorto actual, excepto quando o saudoso Boby Robson era treinador. Ignoro se hoje é habitual treinar jogadores especificamente em função das suas dificuldades técnicas individuais. O aperfeiçoamento técnico e psicológico também pode ensinar-se nos treinos. Eu penso mesmo que deve!  Sou de opinião que essa tarefa devia ser obrigatória nos treinos. Há jogadores com qualidade mas que têm quase fobia em rematar e isso limita as suas performances. O caso de Oliver, é paradigmático. Contudo, suponho tratar-se apenas de falta de confiança.

É uma pena que Sérgio Conceição não tenha herdado um plantel mais homogéneo e maduro, que não houvesse grandes diferenças entre os jogadores titulares e os substitutos, sem precisar de se preocupar com as condicionantes dos menos dotados, e experientes. Essa é a razão porque não me canso de dizer que foi ele, e só ele, o principal responsável pela produtividade alcançada por este plantel! É que, se por um lado dispõe de jogadores de top (como Alex Telles, Éder Militão, Pepe, Corona, Cassillas), por outro tem jogadores de fiabilidade incerta (Felipe, Brahimi, Herrera, Oliver, Octávio). Outros, custam a estabilizar como Adrian Lopez e Hernani. Outros prometem muito, como Wilson Manafá e outros como Marega e Soares esforçam-se muito e vão apresentando resultados, apesar de não serem tecnicamente exímios. Enfim, Sérgio Conceição soube adaptar esta multifacetada equipa ao sistema de jogo que, não sendo brilhante, mais garantias lhe davam. Só que, não tendo um plantel equilibrado para as várias posições, sentiu-se obrigado a apostar mais vezes do que provavelmente gostaria nos jogadores mais seguros. Ora, isto tem um enorme inconveniente (e ele sabe-o certamente), o cansaço prematuro e as lesões dos mais usados (os melhores). Arrisca muito, mas não tem outra alternativa. Joga com o que lhe "deram".

E para aqueles que fazem de Pinto da Costa um eterno insubstituível, não me venham com a infantilidade de lhe atribuir mérito por ter contratado o Sérgio Conceição porque antes dele contratou sem sucesso 5 treinadores, a saber:
  1. 2013/2014 - Paulo Fonsea
  2. 2014          - Luís Castro
  3. 2014/2016 - Julen Lopetegui
  4. 2015/2016 - José Peseiro
  5. 2016/2017 - Nuno Espírito Santo 
Consta que Ricardo Quaresma está de volta. Não sei se corresponde à verdade, mas espero que isto não seja mais uma invenção da actual SAD e do Sr. Presidente. Porque, sendo hoje mais difícil adquirir potenciais bons jogadores (e jovens) a preços acessíveis, como num passado não muito distante, não creio que seja impossível. 

Podia citar aqui uma série deles que foram contratados por equipas com muito menos recursos que o FCPorto, mas não o farei por uma questão de bom senso. O Pepe é um jogador já com uns anitos mas ainda é muito útil ao FCPorto, o Quaresma é uma incógnita. Prefiro-o mil vezes a Brahimi, mas considero evitável entrarmos por estas soluções. 

Se há que gerir recursos façam-no, mas não gastem mais dinheiro com jogadores caros demais para a sua qualidade. Isto já aconteceu, e não pode acontecer novamente. Seria bem mais útil tratar da defesa do clube em vez de se preocuparem com convidados  de honra duvidosa que pouco têm feito para nos tratar com isenção. Chamar à festa do Dragão figuras ligadas à FPF e à Liga como Fernando Gomes e Pedro Proença é uma provocação para muitos adeptos. Para mim, é uma enorme hipocrisia, que só me distancia mais de alguém que já admirei e respeitei noutros tempos.

PS-Deixar o Francisco J. Marques e o Diogo Faria a dar a cara pelo FCPorto como se fossem o topo da hierarquia portista,  parece-me tudo menos próprio de líderes. E também um manifesto comodismo.


2 comentários:

  1. Depois da vergonha que foi o jogo na Covilhã e do roubo de que fomos alvo,este silêncio ensurdecedor da Sad diz bem que a defesa do FCPorto para estes comodistas e incompetentes não conta. Até quando aguentamos isto? A gratidão a Pinto da Costa não pide branquear a sua atual incompetência.

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  2. Há para aí certos "portistas" que até já dizem que nem querem saber da corrupção, dos e-mails, dos hakcers, do soborno a jogadores adeversários. Querem é que o FCPorto ganhe.

    Que portistas de merda! Hoje dizem uma coisa, amanhã dizem outra. Estamos lixasos com esta gente.

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