29 outubro, 2016

Porca miséria

Tudo dentro da normalidade, não é Presidente?

Mais uma vez, voltámos a perder uma oportunidade de ouro para descolar do Sporting, e manter os três que tínhamos, até ao jogo em casa com o 1º classificado. 

Não soubemos ser contundentes no ataque, e continuamos a provar que a arte de chutar à baliza não é coisa para jogadores portugueses. Rematar de primeira então, é coisa talhada apenas para os "nabos" dos ingleses e dos alemães... O André Silva provou-o (reparo agora que foi o Oliver, e não o André), na melhor oportunidade do jogo, magistralmente criada pelo Diogo Jota, decidindo dar o toquezinho da ordem para picar a bola quando devia chutar logo, forte e colocado.  

Estes meninos recebem Dragões de Ouro extemporaneamente, quando deviam tê-lo só depois de se afirmarem. André Silva ainda tem muito para aprender, mas para isso é preciso que os treinadores lho expliquem.

Se Nuno Espírito Santo não fôr o treinador que Pinto da Costa imaginava e continuar nesta bipolaridade exibicional, cabe aos associados e adeptos perguntar ao presidente se acha que ele próprio está a "jogar" à Porto. É que, quem não quer saber dos vouchers oferecidos aos árbitros para os corromper, é porque também não quer saber do FC Porto para nada, ou seja, dos portistas.    

27 outubro, 2016

Veremos o que vai sair destas leis...

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Incêndios, a vergonha dos políticos
Bem, finalmente vejo este governo aparentemente interessado em acabar com a inércia de governos (todos) antecedentes com relação à prevenção dos incêndios. Uffa! Já não é sem tempo! Mas, calma, primeiro é preciso ver para crer, porque como sabemos, em Portugal, a lei é a coisa mais difícil de levar à letra, embora me custe muito a compreender porquê, sem levantar graves suspeitas...

Este verão, a tradição foi igual ao que tem sido há demasiados anos, fomos "presenteados" com mais umas dezenas (ou centenas) de fogos e obrigados a ver um filme de terror pela enésima vez contra a nossa vontade. Como sempre, o imenso exército de incendiários anónimos foi  o melhor alibi usado pelos media para justificar a inoperância de muitos anos de desmazelo e desrespeito pela segurança de pessoas, animais e florestas. Inqualificável!

As medidas a ser aprovadas hoje, só pecam por tardias (ler aqui). Se forem para levar a sério só podem ser benvindas, e, nesse caso, todos teremos a ganhar com isso, e o governo actual poderá acumular mais uns consideráveis pontos a seu favor. Se fôrem apenas para impressionar o eleitorado e tudo ficar como dantes, o governo dará mais um tiro no pé a juntar ao que deu recentemente com o deferimento vexatório da remuneração (30.000 euros!) do administrador da Caixa Geral dos Depósitos. É incompreensível continuar-se a argumentar o mérito como fundamento para tal decisão sem considerar a penalização do demérito e da irresponsabilidade, como ocorreu com a privatização do Totta, com os buracos do BPP e BPN e a cumplicidade do Banco de Portugal. Demagogia, é isto, não é outra coisa.

Nota de RoP:

Aproveito para informar que o jornal 2, emitido pela RTP2, irá dedicar hoje, exclusivamente às florestas, o noticiário desta noite, às 21H30.  
     

O mercado a respirar

Rafael Barbosa
Os representantes do capital não estão interessados, por exemplo, nos mecanismos de regulação que os representantes do povo, de vez em quando, lhes tentam impor. E se não conseguem evitá-los, tratam de os contornar. Até porque a regulação é sempre tímida e a maioria das vezes incompetente. É o caso da nova Lei das Comunicações Eletrónicas, que sofreu alterações há cerca de dois meses, mas foi imediatamente subvertida pelos mercados.

O objetivo era acabar com o monopólio das fidelizações nos contratos com as operadoras de telecomunicações, ou seja, permitir que os consumidores pudessem optar, a preços justos, por contratos sem amarras temporais. No fundo, garantir-lhes o acesso a um mercado livre. Acontece que o capitalismo não tem por finalidade garantir a liberdade de escolha, apenas o lucro. E as operadoras cumpriram a lei, porque a isso as obriga o jogo democrático, mas rapidamente arranjaram forma de a transformar em letra morta.

Por exemplo, de forma concertada (ainda que as autoridades da concorrência nunca o consigam provar), as três principais empresas, que até aí avaliavam os custos de instalação e ativação do serviço entre 80 e 150 euros, passaram a avaliá-los entre 350 e 410 euros. Do serviço que se está a falar é o daqueles senhores que vão a casa esticar uns cabos e ligá-los ao router e à box. Um serviço que, em simultâneo nas várias operadoras, quadruplicou de preço. Resumindo, voltou tudo à estaca zero. Se o consumidor quiser um contrato sem fidelização, tem de estar disponível para pagar umas largas de centenas de euros a mais (pode chegar a mais 800 euros ao longo de um período de dois anos, nos pacotes de serviços mais comuns).

Perante isto, o que dizem os nossos representantes democráticos? Alguns classificam a manobra como "chico-espertismo" e a maioria parece inclinar-se, ainda que a medo, para voltar a mexer na lei. Quem mais destoa é, curiosamente, o partido que está no poder. O deputado Luís Moreira Testa, em nome do PS, recusa precipitações. E usa um argumento que deixa qualquer um a hiperventilar: "é preciso deixar o mercado respirar".

(do JN)

26 outubro, 2016

O generoso Benfica

As buscas da Polícia Judiciária à SAD do Benfica, a 11 de Outubro, com vista ao esclarecimento do custo do "Kit Eusébio" que as águias oferecem às equipas de arbitragem, observadores e delegados da Liga, ocorreram 29 dias depois de ser emitido o mandado de busca, apurou o JN junto de fonte próxima do processo. Portanto, no penúltimo dia para ser executado, dado que tinha um prazo de 30 dias.
A acompanhar os inspectores da PJ esteve Paulo Gonçalves, assessor jurídico da SAD encarnada, durante as 3 horas que as autoridades passaram no Estádio da Luz. Em causa está, recorde-se, a denúncia pública do presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, no dia 5 de Outubro, do ano passado, na TVI24, sobre os presentes oferecidos pelo Benfica aos árbitros, assistentes, observadores e delegados, intervenientes na equipa principal e B, nas temporadas desportivas  de 2013/14, 2014/15 e 2015/16. Logo a seguir, a Federação Portuguesa de Futebol participou o caso à Procuradoria Geral da República, órgão que dirige o Ministério Público (MP) para averiguação de factos que possam constituir a prática de crimes de corrupção desportiva activa e passiva, como o JN noticiou em exclusivo.
Ao contrário do que ontem alguma imprensa noticiou, nem a PJ nem o MP concluiram que o caso será arquivado, até porque, sabe o JN, a Judiciária aguarda pela chegada da documentação requerida durante as buscas ao departamento financeiro da SAD e o presidente Luís Filipe Vieira não terá sido também ouvido. Fonte oficial do MP  afirmou ontem ao nosso jornal: "O inquérito encontra-se em investigação e está em segredo de justiça".

UEFA ESTABELECE LIMITE MÀXIMO

A ajudar à investigação da PJ estará o código de ética da UEFA que estabelece um valor máximo para as lembranças deixadas pelos clubes às equipas de arbitragem: no máximo 200 francos suiços (algo como 185 euros). E se o "Kit Eusébio" e as entradas no museu Cosme Damião têm valor definido, respectivamente 59,99 euros e 10 euros por bilhete, já os jantares no museu da cerveja não. Nos sites da especialidade, é possível perceber que uma refeição por pessoa rondará os 25 euros. No entanto, não se sabe se o Benfica pagou mais ou menos, até porque tem uma parceria com o referido restaurante. Certo é, que além da camisola da antiga glória, em 2013/2014 e 2015/2016, as águias ofereciam dois vouchers. Já em 2014/2015, o conjunto encarnado optou por ser mais generoso e ofereceu quatro vouchers a cada árbitro, assistente, observador e delegado.

(Fonte: JN)


Nota de RoP:

Tudo muito sério e cristalino. 
O Benfica é tão só um clube extremamente generoso. Fim de papo...

25 outubro, 2016

Dragões de Ouro

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No contexto actual, de desencanto com a conduta do presidente do FCPorto, a festa dos Dragões de Ouro não tem o impacto que devia ter. Uma festa deste tipo, que visa essencialmente louvar o empenho de atletas e funcionários, adquire uma aparência algo postiça, e de certo modo injusta para quem a merece, quando o líder deixa de estar ao nível do espírito que a gerou. Apesar disso, foi talvez a gala mais conseguida do ponto de vista lúdico e ambiental.

Desse ponto de vista, a estrela da noite foi sem dúvida alguma Pedro Abrunhosa que a certa altura desafiou a plateia que - como é habitual, porta-se de forma demasiado formal e fria - a levantar o rabinho do assento. A dado momento, quando Abrunhosa procurava empolgar os espectadores e percebeu que não reagiam, tentou pô-los a cantar, fez uma pausa, e disse: se eu estiver a incomodar por favor digam... 

Foi tão categórico que nem Pinto da Costa resistiu ao desafio a ponto de se pôr a cantar à frente dele com Rui Moreira a acompanhar. Foi uma cena hilariante que desmontou por momentos aquele ambiente um tanto solene para um evento que devia ser sempre de festa e boa disposição. Enfim, mesmo assim acabou por ser bem mais divertida do que seria expectável. Portanto, acabei por gostar do resultado final, devo admiti-lo.

Por mais que tente evitá-lo, não consigo dissociar os momentos positivos da brutal mudança de comportamento de Pinto da Costa. E não sou só eu, cada vez há mais portistas intrigados com as contradições deste homem. E é uma pena, porque sendo ele um dos principais responsáveis pelos últimos anos de resultados negativos devia ser ele o primeiro a inverter o ciclo. Só que, como parece decidido a virar as costas aos inimigos do FCPorto, numa altura em que o principal rival anda a ser acossado com a história dos vauchers, depois de tantos danos terem causado ao clube, tudo leva a crer que, caso se repitam as habilidades das arbitragens, ele não terá qualquer reacção. Se não a teve estes últimos anos de arbitragens escadalosas, por que havemos de acreditar que a terá agora? Há aqui qualquer coisa de muito estranho que ninguém consegue entender.

Será que ele, ao menos, entenderá?   


24 outubro, 2016

Retrato de um tripeiro atento

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Nos tempos que correm, são tão poucos os portuenses predispostos para denunciar publicamente a avidez centralista que, não tarda muito, têm direito a tratamento de heróis, e no entanto custa tão pouco...

Hélder Pacheco é, a par de Germano Silva, das poucas figuras públicas sem responsabilidades políticas que melhor corporizam a génese do portuense puro. 

Como portuense puro, considero todos aqueles que, sem hostilizar Lisboa, dispensam as suas mordomias e influências, mas não a temem. Gostam do Porto, vivem no Porto, e muito provavelmente acabarão os seus últimos dias no Porto. 

Que pena, que tristeza é para o Porto haver tão poucos assim. Quando vejo o Porto Canal sinto que aquela juventude que por lá anda está muito longe de interiorizar a pureza genética destes dois tripeiros. Não me interpretem mal. Nada disto tem a ver com manifestações racistas, antes pelo contrário. Tem a ver com a assunção orgulhosa de uma forma muito própria de ser e de estar com a terra onde se nasceu, ou simplemente se viveu.

Muita saúde, grande Hélder!

23 outubro, 2016

Contrastes

Pronto, fizemos o que devíamos, ganhámos ao Arouca! Como disse em post anterior, vou deixar mais uns tempos a equipa de Nuno E. Santo a marinar, como peixe em vinho branco e raminho de cheiros, para saber a que sabe a caldeirada... Já concluí que não é muito bom criar grandes expectativas, mesmo que os sinais nos pareçam positivos.

Bem mais pragmática e empolgante foi a victória do FCPorto em andebol com o rival mais directo, o Sporting. Já me tinha empolgado com a victória sobre o ABC em Braga, muito renhida e com a roubalheira do costume das arbitragens, mas este jogo teve um sabor especial visto o Sporting ter um plantel igualmente muito forte e competitivo. 

O hóquei em patins do FCPorto voltou a ganhar e a mostrar que está a jogar suficientemente bem para atrair espectadores ao Dragãozinho. São estas as modalidades que desportivamente podem disfarçar o desmazelo da presidência, embora não aportem as mesmas mais valias financeiras do futebol... Os juniores sub-17 deviam ganhar dinheiro por mostrarem aos nabos da B como se joga um futebol inteligente e ofensivo. Contrastes.