16 agosto, 2008

A voz pífia de Rui Rio

Efectivamente - é como diz o nosso amigo Vila Pouca -, o JN deve ter ouvidos de tísico para ouvir tão bem a voz de Rui Rio. Provavelmente, se o JN, consegue ouvir o que mais ninguém consegue, é porque se muniu de algum daqueles aparelhos indicados para pessoas com deficiências auditivas visto já não ser a primeira vez que elogia o autarca portuense completamente desenquadrado da realidade.
Se há uma coisa que este Presidente de Câmara não tem sabido fazer (exceptuando com FCP...) é fazer-se ouvir. Que ele não se oiça a si mesmo, ainda vá que não vá, porque nunca mais se deve esquecer do que disse (que não era por berrar contra Lisboa que o Porto se afirmava), quando chegou caído de paraquedas à edilidade portuense; agora que o JN lhe esteja a servir de amplificador é que é, no mínimo, estranho...
Para quem foi tão desprezado por Rui Rio, tudo indica que há um volte-face estratégico de convivência entre o jornal e autarquia, mas a ser verdade, também não é preciso exagerar!
O JN, fiel ao percurso situacionista que decidiu percorrer, pigmentado pelo inconformismo de alguns colaboradores idóneos e inconformados que lhe vão dando ainda certa credibilidade, parece esquecer-se que um dos papeis , exigíveis e a um autarca é, antes de tudo, ouvir, e fazer-se ouvir pelos eleitores. É para as populações que a sua voz deve apontar e não para os circuitos fechados e amorfos dos corredores da câmara e das reuniões da JMPorto para meia dúzia de gatos pingados.
Bragança Fernandes, o Presidente da Câmara da Maia, que à imagem do falecido Vieira de Carvalho tem feito um trabalho sóbrio, mas notável, naquela cidade, deu o mote na edição de hoje do JN. Mas não chega. É preciso falar tão alto quanto for necessário, até se fazerem ouvir. A componente reinvindicativa nunca pode ser posta de parte quando os acordos não são respeitados. É preciso que esta gente que aceitou representar o eleitorado comece a dar provas que a cara condiz com a careta e que faça mais alguma coisa do que limitar-se a dizer que o governo se porta mal ou simplesmente, a amuar.
Haja garra, meus senhores! Saibam dar-se ao respeito! O Porto exíge-o!

15 agosto, 2008

O metro do Porto

Parece que o Memorando de Entendimento entre a Metro do Porto/Junta Metropolitana e o governo central, referente à 2ª fase do metro, não foi cumprido. Mais uma vez fomos "levados", mas como já estamos habituados, tudo bem!

Deixando este aspecto de lado, fico a pensar na estruturação das linhas. Pergunto-me qual a lógica que preside à rede, a que chamaria de extra-citadina, em detrimento do núcleo central da cidade Porto-Gaia-Matosinhos. Ligação à Póvoa, ligação à Trofa, porquê por metro? E sobretudo porquê em fase tão inicial? Por que razão ficam para trás ligações urbanas a zonas como Carmo/Cedofeita, Universidade Católica, Campo Alegre, Foz do Douro, Leça da Paleira, Perafita, vastas zonas em Gaia de urbanização recente, etc, etc. Afinal o metro é do Porto ou é do Douro Litoral? Teremos brevemente uma linha para Penafiel e outra para Santo Tirso?

Por falar em linhas urbanas, verifico com enorme desgosto que parece manter-se a decisão de contruir a linha que percorre a Av.da Boavista entre a Rotunda e o Castelo do Queijo. Em minha opinião esta linha, que se prevê totalmente à superfície, é um crime de lesa-Porto. Vai dar cabo da fluidez da circulação automóvel naquela avenida que é a artéria vital do Porto ocidental. Os transportes colectivos existem para servir as populações e desencorajá-las de utilizar um tranporte individual, não para arruinar a circulação automóvel. A Metro do Porto e a JPM deviam lutar para impor uma linha subterrânea entre a Rotunda e a Fonte da Moura, colocando mesmo essa condição como sine qua non para aceitar a linha da Boavista. Eu sei qual é a objecção: o custo muito superior em relação à linha à superfície. Pessoalmente considero que o enterramento da linha é tão importante que poderia ser aceite que o período de construção, em compensação, fosse maior, de modo a manter mais ou menos inalterável o dispendio anual. Penso também em Lisboa. O metro de Lisboa é enterrado, mesmo nas artérias onde sobrava espaço exterior. Puseram eles à superfície as linhas na Av. da Liberdade, na Alm.Reis, Fontes Pereira de Melo, Campo Grande, e tantas outras? É o pões! Preocuparam-se com os custos? Então porque só nós temos que contar os cêntimos? Poque eles são a capital e nós somos a província. Por isso vão ter um megalómano novo aeroporto, mais uma travessia sobre o Tejo, um TGV, auto-estradas, tudo.

No dia em que nós, aqui no Norte, actuarmos como um bloco e não aceitarmos mais este tratamento imperial dado à cidade que é apenas a sede do governo país, então as coisas começarão a mudar e, terminado o esbulho de que somos vítima, entraremos numa época em que seremos cidadãos de pleno direito.

14 agosto, 2008

A Bomba Madeirense

A bomba que se está a preparar na Madeira, com o federalismo fiscal e financeiro, vai demonstrar que a polémica com o Estatuto dos Açores só serviu para o PS brincar ao reforço das autonomias e tentar comer as papas na cabeça de Cavaco.

Portugal deve ser dos poucos países que, ao que tudo indica, vai passar por um processo de desagregação que não assenta em diferenças históricas, de língua, etnia, identidade e cultura. O que se está a preparar na Madeira, com Alberto João Jardim a cavalgar um processo de reforço da autonomia da Madeira que parece querer conduzir a um federalismo fiscal, financeiro e económico, ameaçando a unidade e coesão do Estado português, tem uma base inteiramente política, ainda por cima fulanizada num homem que dirige a ilha há trinta anos consecutivos. Ainda que os madeirenses não sintam, de todo, que são diferentes dos portugueses do Continente para irem mais longe numa autonomia que, tal como existe, é o resultado do contexto histórico da descolonização de 74 e 75 e parece ser, também, a fórmula adequada para justificar a distância insular, restam poucas dúvidas que os madeirenses deverão estar de novo ao lado de Jardim nesta cruzada. O presidente do governo regional da Madeira quer plesbiscitar o projecto político de federalismo nas próximas eleições legislativas de 2009. Sempre astuto e peculiar, Jardim quer apanhar dois coelhos de uma só cajadada. Tem como objectivo eleger para o PSD-Madeira todos os deputados à Assembleia da República e, através do voto esmagador dos madeirenses, mostrar politicamente aos políticos continentais a força dos anseios autonomistas. Em Lisboa, tudo isto pode parecer uma bomba. No entanto, para Jardim pode ser só um sinal de quais são as suas reais intenções, da sua vontade em manter os laços com Lisboa em matérias chave como as Forças Armadas, segurança e relações exteriores. Se o aviso não for levado em conta, com o PS e o PSD do continente a não satisfazerem Jardim na revisão constitucional cujo processo é aberto em 2010, Jardim pode aumentar a parada, quase de certeza já fora de um quadro constitucional e legalmente admissível, sustentado, precisamente, no voto massivo dos madeirenses no seu plebiscito das legislativas de 2009. Melhor estratégia era impossível. O efeito prático de tudo isto é que Jardim, com este jogo jogado, deixa reféns os políticos continentais e vai certamente obter o que quer. Lisboa pode ter medo, precisamente, que Jardim vá mais longe se não lhe derem o que quer na primeira jogada. Por sua vez, se Lisboa decidir correr o risco e não baixar o jogo, o efeito pode ser pior. De uma maneira ou de outra, nada ficará como dantes. Agora que o processo revolucionário na Madeira está em curso e tem já contornos públicos, tudo devendo ficar mais claro no discurso de Jardim deste domingo no Porto Santo, é caso para lembrar as intervenções feitas há quatro meses por Jaime Gama e Almeida Santos em defesa de Jardim, que tanta polémica causaram no PS, sobretudo entre os socialistas madeirenses. Parece hoje evidente que estas duas figuras históricas do PS já sabiam do planos de Jardim. Resta saber se com os seus elogios públicos a Jardim conseguiram evitar mais danos na Madeira, caso em que teriam funcionado em autênticas missões de Estado, levando apenas o presidente do governo regional da Madeira ao plebiscito das legislativas de 2009, ou se a sua tarefa era maximalista, visando impedir o reforço da autonomia da Madeira e federalismo fiscal, caso em que se terá gorado? Estamos em crer que Jaime Gama e Almeida Santos, dois homens de águas profundas, agiram mesmo em missão de Estado, não tendo sido surpreendidos com o que está a acontecer. Os dois podem, aliás, desempenhar um importante papel no futuro, quando se tiver que negociar com Jardim os termos do reforço da autonomia e da revisão constitucional? E bem deverão ser necessários. A posição estática de Cavaco Silva em relação às autonomias regionais pode revelar-se um problema complicado. Em relação ao Presidente da República, já temos muito mais dúvidas se Cavaco não foi apanhado de surpresa em todo o processo em curso na Madeira. É verdade que Cavaco também elogiou Jardim quando esteve há dois meses na Madeira, tendo, aliás, o seu silêncio sido muito criticado por vários sectores de esquerda. Porém, Cavaco não é um político sofisticado. A intervenção surpreendente que fez ao país há quinze dias sobre o Estatuto Autonómico dos Açores, parecendo rejeitar um reforço das autonomias, indica que Cavaco está longe de aceitar, sequer, o federalismo fiscal e financeiro. Quanto a Jardim, é evidente que já percebeu o que vai na cabeça de Cavaco mas, tal como lhe é habitual, apanhou o ponto fraco para fazer doer mais um bocado. Não é por acaso que Jardim veio acelerar o processo em curso na Madeira depois de Cavaco, o senhor Silva, ter feito a sua intervenção de 31 de Julho ao país. Talvez para mostrar que a bomba que se está a preparar na Madeira vai fazer da polémica com o Estatuto dos Açores uma simples brincadeira de crianças, onde o PS fez um jogo artificial de reforço das autonomias e tentou comer as papas na cabeça de Cavaco.

Está aberta a caixa de Pandora na Madeira? Pode estar. O que é artificial neste processo autonómico madeirense pode passar a real, a identidade pode criar-se, de forma enviesada, com o pagamento de menos impostos, contribuindo para diferenciar os madeirenses dos continentais. E sedimentar-se com os anos. O perigo de, a longo prazo, a Madeira começar a questionar se vale a pena continuar ligada a Portugal, podendo tirar novos proveitos se se tornar independente, é muito alto. Com o federalismo fiscal imediato na Madeira também se cria um precedente perigoso em relação aos Açores, quando o arquipélago vier um dia a ser liderado por um verdadeiro autonomista que queira ser igual à Madeira. Mesmo para Portugal continental há riscos novos. Num país que nunca fez a regionalização, os portuenses, os minhotos, os beirões, os alentejanos, os algarvios, podem começar a questionar que outros que se tornaram mais autónomos vivam muito melhor do que eles. Um país com novecentos anos de história, um dos poucos da Europa com homogeneidade étnica, pode, então, ter um processo original de secessão, um verdadeiro "case study" para a ciência política, provando que os países também morrem quando, apesar de haver todas as razões para existirem, não conseguem dar aos seus cidadãos o que mais importa: qualidade de vida.

Por Paulo Gaião in Semanário

13 agosto, 2008

De: Alexandre Ferreira - "Reunião"

Do blogue portuense "A Baixa do Porto", extraí o post abaixo publicado a fim de notificar os frequentadores do Renovar o Porto que possam estar interessados.

Submetido por taf em Quarta, 2008-08-13 19:31
Visto o estado de ruptura com o poder central, os exemplos diários de desprezo para com a cidade do Porto e a Região Norte, o servilismo e oportunismo das distritais dos partidos, proponho o primeiro passo para a constituição de uma associação de cidadãos, organizada, que tenha como propósito a defesa dos interesses colectivos da nossa área metropolitana, a discussão e apresentação de propostas e de acção concertada. Iniciativas como esta necessitam de encontros de carácter informal, onde os interessados se conhecerão e se ajustarão ideias, objectivos e projectos.
Para tal proponho primeiro encontro para o dia 12 de Setembro, às 20h, em local a determinar. Para ter noção da receptividade e comunicação de novidades desta iniciativa, proponho que se use este blog como plataforma. Para questões organizativas, por favor escrever a porto.agora@gmail.com. A participação de todos em todas as fases do processo é bem vinda. Chegou a hora de dar o primeiro passo.
Melhores Cumprimentos
Alexandre Ferreira

Marion Coutillard - Je ne regrette rien

Arquitecto Gomes Fernandes

O arquitecto Gomes Fernandes tem sido uma das vozes que mais se tem destacado na oposição ao atapetamento granítico da Avenida dos Aliados. Regularmente, na sua coluna no JN (nunca está online...), a sua voz inconformada faz-se ouvir, sempre alicerçada no conhecimento profundo que possui da cidade, algo que todos lhe reconhecem.
Na última dessas prosas, “Respeitar o espaço público”, publicada na passada quarta-feira, Gomes Fernandes volta ao tema do tratamento que a sala de visitas da cidade irá sofrer. Para isso, muniu-se da fotografia que aqui reproduzimos, e fez esta leitura:
“(...) Esta foto revela mais algumas lições que parecem agora esquecidas: o tratamento da centralidade axial do desenho da Avenida e da posição do monumento na Praça; a coexistência na placa central entre o peão e as superfícies ajardinadas; o primoroso desenho do espaço, que embora datado é sempre uma lição de rigor e beleza; a luminosidade clara e reflectora dos pavimentos, em contraste com o tom mais escuro dos edifícios, o que não foi escolhido por acaso; um fecho de fundo da Praça de grande monumentalidade e anunciador de fugas visuais convidativas no sentido transversal, dos Clérigos e 31 de Janeiro”
Gomes Fernandes explica, também, o porquê da estátua de D.Pedro IV estar de costas para a praça, voltada para sul. Um esclarecimento que fará as delícias de muita gente:
“Como sabem, a resistência liberal do Porto, comandada pelo “rei soldado”, foi sofrida porque da outra banda, na “Serra do Pilar”, os miguelistas tinham instaladas as bateriais de artilheiros que iam bombardeando a cidade. Ora, a posição da “Estátua de D. Pedro IV” tem a ver precisamente com isso, uma afirmação de liderança e resistência contra quem atacava a partir do sul. Não é a única razão, mas esta é histórica e forte e não devia ter passado à margem da análise urbanística de tão responsáveis arquitectos e professores”.
Dupont
(in o Vilacondense)
NOTA:
Esta crónica data de 13 de Janeiro de 2006. Hoje, continua actualizada.

Passeio público é ciclovia?

No tempo do Dr. Fernando Gomes, foi construída, na Foz do Douro, uma ciclovia para os amantes da bicicleta de forma a proporcionar, tanto a ciclistas como a peões, uma maior segurança e conforto. O mesmo foi feito e a uma escala bem mais alargada pelo Dr. Luís Filipe Menezes na costa marítima a Sul do Douro até Francelos. Foram empreendimentos de verdadeiro serviço público que é sempre de louvar, da parte dos dois autarcas.
Contudo, em Portugal, se estas iniciativas não forem devidamente acompanhadas de uma informação e sinalética dirigida aos utentes esses instrumentos de lazer podem de repente transformar-se em pesadelos. Já por várias vezes chamei a atenção para a necessidade das autarquias tomarem medidas (através dos media) nesse sentido mas até agora está tudo na mesma. Até acontecer um acidente, claro.
No centro do Porto este problema quase não se coloca dadas as características do terreno, mas noutros locais, como Matosinhos, Senhora da Hora, etc., e com o aumento de tráfego de ciclistas, já se está a vulgarizar o hábito de circular sobre os passeios públicos e até em absoluta contra-mão.
Hoje, presenciei na Senhora da Hora um atropêlo de um ciclista a uma senhora idosa que pelo que pude ver não deve ter ficado em muito bom estado. As autoridades municipais têm o dever de se anteciparem e prevenirem este tipo de incidentes. Há um marasmo crónico relativamente à prevenção da parte das autarquias e seria importante começar a mudar esta filosofia irresponsável do laisser faire, laisser passer.

Carolina queixa-se de agressão

Do ex-namorado

A GNR foi chamada hoje a intervir e fez buscas na Estalagem D.ª Leonor, em Fronteira (distrito de Portalegre), após uma denúncia de agressão feita por Carolina Salgado contra o e ex-namorado, proprietário daquele complexo turístico

Após várias desavenças entre os dois, Carolina Salgado, que se recusou a abandonar a estalagem, ficou instalada num dos apartamentos, enquanto a mãe, que chegara na véspera, se alojara noutro quarto com os dois filhos da autora do livro Eu Carolina. Hoje de manhã, e após uma das empregadas do complexo turístico ter desvendado a Francisco Rolo um pedido que Carolina lhe terá feito, o proprietário expulsa-a.

Contactada pelo SOL, a funcionária garante que a hóspede lhe pedira em tempos «se eu arranjava uma bola de cocaína». Após a confidência, Rolo confronta a ex-namorada e depois de grande discussão coloca-a na rua.

Carolina Salgado contactou então os elementos do corpo de segurança da PSP, dizendo-lhes que fora agredida por Rolo e que ele tinha uma arma ilegal em casa. Estes, por seu turno, chamaram a GNR local.

A ex-companheira de Pinto da Costa parece ter azar com os homens ou vice-versa, e quando a GNR chega ao local, queixou-se de ter sido agredida por Rolo e de este ter uma arma em casa.
Com o consentimento do proprietário, os guardas fizeram buscas na estalagem, tendo encontrado uma pistola de pequeno porte, mas no apartamento que estava ocupado pela mãe de Carolina Salgado. A ex-companheira de Pinto da Costa afirma que a arma pertence a Francisco Rolo.

Francisco Rolo, contactado pelo SOL diz que só agarrou Carolina Salgado «pelo braço» e que lhe deu um «empurrão», não tendo esta ficado ferida. Acrescenta ainda: «Ela fez tudo para me tramar desde que rompi a relação. Faço minhas as palavras de Pinto da Costa: também eu fui estúpido».

Esta tarde, o empresário prestou declarações no posto da GNR de Fronteira, tendo apenas sido interrogado sobre a arma encontrada, e negou que esta lhe pertença.

Contactada pelo SOL, Carolina salgado não quis prestar declarações.

Entretanto, segundo o SOL apurou, o Ministério Público do Porto instaurou um inquérito aos elementos da PSP que prestavam segurança a Carolina Salgado. O inquérito visa apurar por que razão, conforme fora noticiado pelos jornais, os agentes impediram Carolina Salgado de efectuar um teste de alcoolemia e droga, após recente acidente que teve no Porto. Estes, que já foram ouvidos, negam mas, de facto, os testes não foram efectuados.

(Felícia Cabrita in SOL)

Comentário:

É a uma mulher desta linhagem, que as "altas" autoridades portugueses continuam a dar crédito, começando por Maria José Morgado e o senhor Procurador Geral. Provavelmente seguiram a lógica enganadora da família benfiquista, pensando que ao ajuizarem segundo os seus óbvios interesses, agradariam a uma maioria que lhes poderá trazer no futuro vantagens garantidas. Pois é, mas cá o rapaz desconfia destes senhores e do trabalho que estão a fazer em prol de uma justiça da qual estão muito longe de imaginar o que possa ser. Eu, já os teria demitido.

12 agosto, 2008

TELEVISÃO A NORTE = PROJECTO FALIDO?

A Televisão em Portugal começou - através da RTP -, a ser emitida regularmente com dois canais abertos de administração pública, a partir do ano de 1957. Decorridos 35 anos, e apesar das sempre eternas dificuldades de mercado, o Estado abriu à iniciativa privada a exploração da primeira emissora de TV generalista à SIC (em 1992) e outro à TVI, um ano mais tarde. Todos eles com sede e direcção concentrados na capital.
Salvo melhor informação, foi sensivelmente a partir dessa data que se deu o tiro de partida para a maratona centralista que acabaria por redundar na actual desertificação social e política da cidade do Porto. As elites do Norte, e do Porto em particular, assistiram a esta ameaçadora concentração de poder, impávidas e serenas, sem esboçarem, ao longo de três dezenas de anos, uma reacção digna de realce susceptível de criar embaraço aos sucessivos dirigentes governativos. Sem obstáculos de maior, o centralismo cresceu confortavelmente para dimensões tão grandes quanto inesperadas e assim se manteve até aos dias de hoje.
Nem o fado chorado tradicional, 'prevenindo-nos' da inviabilidade económica para novos projectos de televisão (como acontece agora com o A. Sá Carneiro), obstou que, entretanto, outros canais de televisão temáticos se instalassem de novo e sempre em Lisboa, sem o mínimo esboço concorrencial do empresariado local. Só a SIC, à sua conta e à conta das influências político-económicas de Pinto Balsemão (paradigma do político oportunista), conseguiu montar em canal fechado - o tal que para o país é mini (mercado) mas para a capital já é maxi - mais 4 canais temáticos (SIC Notícias, SIC Internacional, SIC Mulher e SIC Radical). Por sua vez, a RTP, televisão do Estado, não perdeu tempo a emitar a concorrente privada, instalando para além da 2, o canal Madeira, Açores, RTPN, África, Memória e RTPInternacional, sem que com isso evidenciasse grande vocação para um verdadeiro serviço público em termos de autonomia informativa.
Foram muitos anos de laxismo regional - tanto a nível político, como da iniciativa privada - , no que concerne a preocupações com uma área de negócio, porventura pouco estimulante, em termos de rentabilidade a curto prazo, mas fundamental para a consolidação e desenvolvimento regionais de todas as outras. A sociedade civil elitista em vez de procurar afirmar-se com mecanismos de poder próprios, enveredou pela solução mais simples, fez como Maomé, foi ao encontro da Montanha, com os custos terríveis que hoje estamos a sentir na pele.
Não há portanto quaisquer dúvidas que, se existem responsáveis por toda este desleixo regional(é o termo correcto), eles chamam-se: elites políticas e elites privadas. Mais nada.
Por todos estes factos, ainda hoje continuo sem perceber o que se passou exactamente com a NTV para não ter vingado. Manuel Tavares, director do jornal O Jogo, numa troca de e-mails há já alguns anos, informou-me que foram "comidos" na NTV cerca de 20 milhões de euros, mas nem ele, nem ninguém conseguiu explicar-me concretamente como, e isso era muito importante que fosse do conhecimento público nortenho. Há um manto de mistério sobre as causas da falência deste projecto, tão promissor para os nortenhos, que até hoje não consegui desvendar.
Chegados a este ponto, não estou preparado para me convencer a aceitar como bom o argumento simplista de que o negócio televisão é inviável por questões relacionadas com as dimensões de mercado "nacional". Creio antes, que o que faz falta é perceber do que é que cada mercado específico precisa concretamente.
E a Norte, há ainda um potencial de mercado por explorar, para benefício directo, não apenas dos investidores, como das populações. É preciso descobrir qual, e ter a ousadia para enfrentar previsíveis contrariedades e até boicotes. Mas, não é seguramente aquilo que a RNTV e Porto Canal nos estão a oferecer. É muito pouco.

11 agosto, 2008

Hank Jones - Jazz Piano

Só um pouco mais de azul, para animar...


Lazio bella a metà, il Porto vince 2-1


OPORTO, 10 agosto - La Lazio esce sconfitta dalla trasferta portoghese contro i campioni del Porto che si aggiudicano l'amichevole per 2-1. Un altro ko come con il Liverpool ma, questa volta, bisogna aspettare il secondo tempo per vedere la Lazio convincente di Anfield Road. I primi 45 minuti di gioco, infatti, sono tutti dei padroni di casa che sorprendono i bianconcelesti con un uno-due micidiale nei primi 20'. Ad aprire le marcature è Alves con una grande punizione al 15'. Dopo 3' arriva il raddoppio firmato da Lucho Gonzalez. Lazio sorpresa e poco reattiva. In avanti Foggia e Makinwa non riescono a pungere.



(In Corriere dello Sport)

É comunista é, mas não terá razão?

Testas-de-ferro no aeroporto
00h46m
Como gostaria de ter visto certos grupos económicos reivindicar a privatização do Aeroporto do Porto quando ele era um reles apeadeiro sem capacidade nem futuro. Agora, que o (malfadado) Estado ali gastou milhões, que é um dos melhores da Europa e foi classificado no top mundial na sua classe, os dinâmicos privados "descobriram" que seriam capazes de fazer melhor...
Não admira esta atitude dos grupos económicos. O que os faz mover é, evidentemente, poderem aproveitar o que foi feito para terem lucros seguros, não os move a camisola do desenvolvimento regional, muito menos a de uma partilha regionalizada do poder (contra a qual, aliás, sempre se manifestaram).
O que mais espanta (ou talvez não…) na saga do Sá Carneiro é a posição da Junta Metropolitana do Porto (JMP). Na verdade, a união de facto entre PSD e PS - por mais que frustre as tentativas de Vital Moreira para descobrir divergências entre os dois comparsas do pantanal político nacional - reveste, no caso do aeroporto do Porto, aspectos públicos raramente assumidos de forma tão clara.
Em vez de contestar a intenção do Governo de privatizar a ANA - uma das empresas que mais lucros gera e mais contribui com impostos e dividendos -, a JMP propõe a segmentação da empresa e a apropriação por "bons" grupos privados dessas generosas mais-valias. Em vez de reclamar voz activa na administração da ANA, ou papel determinante na gestão do aeroporto do Porto, a JMP decide ser advogada de interesses particulares que até lhe congeminam um concurso público "pronto-a-vestir". Em vez de reclamar uma gestão pública que coloque o Sá Carneiro ao serviço do Norte e do País e o potencie como centralidade aeroportuária do noroeste ibérico, a JMP assume o papel de testa-de-ferro de estratégias particulares que visam combinar os lucros de uma "galinha de ovos de ouro" ao disparar de preços aos utentes, como aliás bem mostrou um estudo da (prestigiada, quando convém) Universidade Católica!
(Honório Novo, in JN)

Mudar sim, mas com segurança...

Confrange-me ter que dizer isto, mas é conveniente fazê-lo quanto antes.
Ninguém mais do que eu, gostaria de poder transformar o descontentamento aqui patenteado por alguns (muitos) bloguistas em acções concretas, mas, pela minha parte, limito-me a fazer o que posso. É pouco, já sabemos, mas é o possível.
Dizemos, com frequência (e eu, também faço parte do grupo), que denunciarmos o que está mal não é suficiente, que é preciso fazer alguma coisa mais, mas a verdade, é que, quando chega a altura de decidir o quê, ninguém o sabe dizer. É um problema de todos.
A tentativa de procurar saídas para nos libertarmos de colete de forças em que estamos metidos estão próximas do desespero, e não surpreende que, alguns de nós, tenham dificuldade em disfarçar alguma frustração, por não o conseguirmos fazer com a celeridade e eficiência pretendidas.
Temos falado de descentralização, de regionalização, de autonomia, de separatismo até (imagine-se!), por uma exclusiva e soberana razão: perdemos a confiança em quem governa o país. Mas, o nosso desagrado, não advém apenas das incompetências óbvias dos governantes, intensifica-se pela indignação de sabermos que os 'governantes' se empenham mais em governar-se a si mesmo. Os 'exemplos', não param de crescer. Como tal, queremos mudanças e com carácter de urgência.
Eu também as quero. E tanto me faz que seja através da regionalização, da autonomia administrativa, ou mesmo separando-nos oficialmente deste estado mongolóide e acéfalo, o que importa é que, qualquer que seja a mudança, ela se alicerce num maior controle do eleitorado sobre os eleitos responsáveis pela administração dessa nova organização político-administrativa.
É essa a minha prioridade, é por aí que temos de começar a percorrer o novo caminho. O regime actual, protege demais os eleitos e é excessivamente frágil com os eleitores. Mudar a lei constitucional? Para quê, se eles já a manipulam a seu bel prazer?

10 agosto, 2008

CARTA AO JORNAL DE NOTÍCIAS

De: Renato Oliveira
Data: 10-08-2008 19:26:40
Para: JN
Assunto: FW: Página do leitor


REGIÕES SIM


“Os partidos do arco do poder (PS, PSD, PP) estão aliados a grandes grupos empresariais
nacionais e estrangeiros com delegação de interesses em Lisboa”.

“Portugal é o país mais centralizado da Europa e o centralismo político habita no interior
dos partidos do arco do poder “ Disse Mendes Bota.

O excessivo investimento estatal na zona da capital do império, que a maioria dos
Portugueses já classifica como tendo atingido um patamar de exagero, muito para
além do razoável.

Este excessivo, para não dizer insultuoso, investimento em torno da capital provoca
- directa e indirectamente – o “Esquecimento” da restante parte do território nacional.

Uns, os lisboetas, são portugueses Europeus! E os outros o que serão ? Os Provincianos
da Ordem!

Lisboa continua a ser Portugal e o resto é paisagem !


Renato Oliveira
Porto