Comissão de Trabalhadores da Metro do Porto em "choque" com possível redução de 50% do efectivo
RTP muda programa "Praça da Alegria" para Lisboa
15 dezembro, 2012
14 dezembro, 2012
A Inquisição, ainda vive, e está cheia de saúde
A Igreja "progride" em sintonia com a Direita |
Desde criança, sem que meus pais exercessem qualquer influência nas minhas opções religiosas, olhei sempre para a Igreja e para os padres com bastante cepticismo e desconfiança. As minhas duas irmãs fizeram a comunhão solene de livre vontade, eu não quis, e os meus pais fizeram muito bem em não me contrariar. Sinceramente, acho que não perdi nada de importante.
Talvez seja pelo que atrás escrevi que não me surpreende o conservadorismo de um grande número de sacerdotes e o modo fanático como defendem a sua comunidade. Felizmente, há excepções, há padres que conseguem passar uma imagem autêntica na vocação de amor aos outros, e nas suas preocupações com os problemas sociais. O padre Américo, foi um desses homens. Mas há mais, e alguns deles ainda estão entre nós, e em actividade. Comparativamente, com o todo, os melhores são mesmo excepções.
Sempre que há notícias de pedofilia no seio da Igreja, os mais altos responsáveis saem logo a terreiro tomando a defesa dos acusados sem antes terem o cuidado de averiguar se elas são fundamentadas, como se fossem naturalmente uma casta de impolutos, acima de qualquer suspeita. Nesse aspecto, não diferem muito dos políticos, o que não é propriamente uma honra. Além disso, atiram-se como cães raivosos àqueles que ousam contrariar as suas doutas opiniões. Continuam com tiques que fazem lembrar a Inquisição, e castigam quem não alinha com eles. Foi isso que fez a Diocese da Guarda com D. António dos Santos, anterior Bispo da Guarda, chegando ao ponto de acusar o sacerdote de insanidade mental. Para bom entendedor, um comunicado basta. Senão, leiam:
COMUNICADO DA DIOCESE DA GUARDA
«Informa-se que o Sr. D. António dos Santos, Bispo Emérito da Guarda, se encontra ausente
desta Diocese, há 8 anos, e que o seu estado de saúde está gravemente afectado, na opinião
dos médicos que o acompanham. Por isso, qualquer declaração por ele já prestada ou que venha
a prestar, sobre os acontecimentos* últimos da vida desta Diocese, carece de fundamento e só pode
ser atribuída a boatos que possam circular».
* Caso do Seminário da Guarda, sobre o padre Luís Mendes, preso preventivamente sob suspeita de pedofilia.
12 dezembro, 2012
justicinha de meninos
justicinha |
Com 4 estações de televisão no ar há vários anos [incluindo o Porto Canal], algumas delas multiplicadas por diversos canais, mais um exército de jornalistas, ainda não houve quem tivesse a coragem e o discernimento de perguntar ao Conselho Superior da Magistratura, por que é que consente que a Justiça, sendo o pilar mais importante de qualquer país civilizado, ande nas bocas do mundo [pelas piores razões] e ainda não tenha feito nada de relevante para inverter essa situação.
Continuo a pensar que, apesar da corrupção, ou se calhar por efeito dela, um dos muitos males do nosso país, é não termos capacidade para cooperar entre sectores, mesmo dentro da mesma organização. Estou a referir-me principalmente aos organismos e aos departamentos do Estado, já que nas organizações privadas o problema não é tão notório. Nem pode ser, porque o sucesso de uma empresa também passa por uma boa gestão, na qual se inclui a ligação optimizada entre os demais departamentos e hierarquias.
Como pela enésima vez poderão constatar, o CSM [Conselho Superior de Magistratura], volta a entrar em conflito com o DCIAP [Departamento Central de Investigação e Acção Penal], desta feita por causa de declarações proferidas pela actual directora deste departamento do MP, Cândida Almeida, que decidiu criticar os juízes, responsabilizando-os pela morosidade do 1º. processo BPN. Por sua vez, o colectivo de juízes, em vez de resolver estas dissonâncias internamente, dialogando com o MP, ou então dentro do próprio Conselho, vem desmentir a directora com desculpas esfarrapadas que nada resolvem e que só podem contibuir para acentuar a crispação entre instituições que deviam pautar o seu trabalho por um bom relacionamento e uma melhor colaboração. Em nome da Justiça...
Enquanto as coisas permanecerem a este nível, com os magistrados mais empenhados em bater o pé uns aos outros, numa luta de galos [e galinhas] ridícula e desprestigiante, dificilmente alcançaremos a estabilidade social e económica almejada, nem haverá Troika que nos possa valer. Justiça fraca, é país adiado.
11 dezembro, 2012
Eu português nortenho de um país do sul
Fiorde de Geiranger, Noruega |
Ainda a propósito do ambiente fétido e inimputável de corrupção que se respira no país, gostaria de repescar as palavras de Paulo Morais, há dias no Porto Canal. Dizia ele, àcerca desta praga típica dos países latinos, que se "isto" se passasse em qualquer país nórdico, não seria possível a Isaltino Morais, Duarte Lima, ou a Vale e Azevedo, entrarem tranquilamente num restaurante ou qualquer lugar público, sem passarem pelo crivo censor das pessoas, ou dos próprios responsáveis pelo respectivo espaço. Muito provavelmente - acrescento eu -, num cenário desses, aquilo a que assistiríamos a seguir, era vermos as pessoas a abandonar o local, ou então, observar o "descarado" a receber um convite discreto do dono do espaço para se pôr na alheta...
Já sabemos que não é possível conseguirmos fazer da Terra um paraíso, porque a própria natureza tem aspectos dramáticos, mas seria perfeitamente atingível ao homem [desde que o quisesse], melhorar, e muito, as condições de vida do seu semelhante. Sabemos que o lado mais dramático da Natureza se encontra na vida selvagem e nos fenómenos climatéricos, que por razões diferentes, destroem os bens e a existência de milhares de seres. Nas sociedades humanas são as más pessoas, as mal formadas [não confundir com licenceadas, porque isso não é educação] que pensam sempre nos outros como instrumentos para seu proveito, e não como parceiros de percurso, quem obstaculizam que no planeta todos possam viver mais próximo do 'paraíso'... Mais perto, mas ainda assim, tão longe. Sim, porque a vida nunca foi coisa fácil. Também já foi bem mais difícil, é verdade [na pré-história]. Mas, com o elevado nível tecnológico a que hoje chegamos, não seria possível vivermos todos muito melhor? A resposta só pode ser uma: era possível. Mas, só criando formas fiáveis de "peneirar" a sociedade. Gente com o espírito oportunista, como os atrás citados, não pode ser deixada ao acaso, deve ser bem vigiada, essencialmente depois de dar sinais das suas tendências para a fraude e para o crime.
Os portugueses, dos mais idosos aos mais jovens, não têm memória de bons governos, nem de bons governantes. Ao longo de séculos, nunca tiveram a felicidade e o orgulho de pertencer ao pequeno grupo dos países mais prósperos e civilizados da Europa, e sempre foram habituados à mediocridade dos pobres países, a pensar no medo, na perseguição. Por isso, não podemos estranhar que para sobreviverem sigam os exemplos desviantes de quem os governa. Os governantes fizeram [e fazem] dos portugueses pequenos clones de si próprios, e isso até lhes convém, diga-se. Não há como forjar um corrupto para fortalecer um corruptor. Depois, fica gerada a cadeia do esquema.
Para o português médio, denunciar um criminoso é um gesto de traição, para um norueguês é um dever cívico. Começa logo aqui o comportamento desviante dos latinos. Nós não temos consciência sequer do que é a cidadania!
Ontem, num canal de TV onde estava Medina Carreira e Paulo Rangel, falou-se a dada altura dos vários "jobs" dos políticos, e quando coube a Rangel opinar, lá estava ele a dizer que sim senhor, que não achava bem, e ao mesmo tempo a desembrulhar os melhores argumentos para dizer que afinal até achava... É assim, nestes pensamentos labirinticos, onde o peixe se confunde com a carne, que eles adoram jogar, votando qualquer boa ideia para o lixo e gozando com a inteligência de quem os ouve. Por mim Rangel, já não vais a lado nenhum. Por outros, talvez um dia venhas mesmo a ser Presidente da República. Tal qual, como aconteceu com o vulgaríssimo Cavaco. Mas juro que não foi com minha autorização, isto é, com o meu voto. Que honra tenho em nunca ter votado em Cavaco! Que orgulho! Desculpem-me, mas também tenho direito a uns assomos de vaidade.
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