15 novembro, 2008

Elvis Presley Live - My Way

Noite do Porto

Na revista "Notícias de Sábado",suplemento do JN de hoje, vem uma reportagem sobre os eventos daquele espaço cultural com o nome de: «Noite do Porto diz-se clubbing»
Segue-se este texto:
É a noite mais marcante da cidade do Porto e até o Norte da Península Ibérica, no que às novas tendências da música pop-rock e electrónica diz respeito. Mensalmente, a Casa da Música regista uma frequência inusitada de jovens, amantes daqueles géneros musicais, vindos de diversas zonas de Portugal e da Galiza.
O mais positivo, para lá do próprio acontecimento, é ouvirmos estas opiniões, como a de um galego (o Rámon), de Vigo:´
«O PORTO, é o melhor que há na Península!» Exageros e juventude à parte, sabe sempre bem aos tripeiros que tão desconsiderados têm sido por outras cidades e regiões do país, ouvir estes elogios. Não estou a imaginar a maioria dos alfacinhas de 4ª ou 5ª geração, terem este tipo de discurso sem resistirem à tentação bacôca da comparação com Lisboa. Foi um galego que falou assim. Terá sido por acaso?
Fotos da Casa da Música
Autor, Carlos Romão
(Blogue: A Cidade Surpreendente)

Eu, «demagôgo», me confesso...

O recorte aqui ao lado, retirado do JN-Negócios, não é já uma notícia, mas serve sempre para consolidar o que penso sobre a classe política e para refrescar a memória autista de certos situacionistas que, mesmo com estes "exemplos" a passar-lhes na frente do nariz, gostam de exibir sentimentos de grande estima e consideração pela dita cuja.
Para esses, isto é "normal", manter a incompetência destas "elites" é aceitável, e não lhes exigir responsabilidades a sério, também.
Fosse eu a legislar, estes pardais seriam obrigados a devolver parte do dinheiro, ou mesmo todo, que andaram a "levar" do erário, público - não pelas suas elevadas competências -, mas apenas porque um dia tiveram um cargo ministerial. Depois, talvez ainda tivessem de prestar contas à Justiça.
Mas, todos sabemos que tudo ficará na Santa paz do Senhor, porque eu - como milhões de portugueses -, não passo de um «demagôgo»...ou de um «populista», escolham a etiqueta que preferirem, porque, para mim, é igual ao litro.

14 novembro, 2008

CARL ORFF: Carmina Burana





BOM FIM DE SEMANA!

O Eléctrico na Praça Filipa de Lencastre

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"Partidários (Parte II)"

Das minhas preocupações comigo e com o meu semelhante, a saúde, pertence ao grupo das prioritárias. A seguir, vem a do vil metal, aquele que nos dá o estúpido ensejo de nos sentirmos mais "iguais" entre todos, e de podermos participar na concorrência (feira) das vaidades terrenas, onde o «ter mais» simboliza a felicidade suprema.
Nunca me passou pela cabeça foi, ter de especificar as preocupações de saúde consoante o tipo de maleitas. Vale isto por dizer, que tomei, há pouco, conhecimento, da existência de criaturas que sofrem de (e provocam) "congestionamentos internos" só por ouvirem falar de dicotomias entre partidos políticos e interesses públicos, etc., e não as compreenderem.
Pelo que entendi, o que origina em algumas pessoas tais indisposições - que espero não sejam flatulências, por razões de âmbito ecológico - é o não saberem (e querem saber) onde está o mal da participação dos partidos nos debates da cidade com os cidadãos.
Como ainda ontem aqui dissertei sobre a matéria e torci o nariz a esta coincidente ressurreição de um movimento cívico até aqui desconhecido logo após o parto da ACDP, sinto-me no direito de interpretar este "recado" como uma crítica encapotada à minha opinião, o que, de per si, me confere um outro direito: o de resposta.
Há situações tão óbvias, que às vezes nos interrogamos da necessidade de as explicar, mas também sabemos que, para certas pessoas, que não vêem ou não querem ver os factos, nem com desenhos lá chegamos...
Aqui mesmo, entre as pessoas que colaboram e comentam neste espaço, por vezes, as nossas opiniões divergem e nesse sentido, a partir deste parágrafo, falarei na 1ª. pessoa do singular e assumirei de minha exclusiva responsabilidade, tudo o que disser.
Eu gostaria de ser um cidadão, o mais parecido possível com os demais, um comum cidadão. Comum, entendámo-nos, não é o mesmo que ordinário, porque isso, imagino que não sou. Não me arrogo candidato a nada, o poder não me deslumbra nem me assusta. Por isso, estou à vontade para me pronunciar, sem pôr a nu rabos de palha ou cunhas e jeitinhos, sempre em moda neste país divisionista e de governantes incompetentes. Por isso, também digo o que penso deles, sem papas na língua, nem medos. E o que penso é realmente mau, é péssimo. Não confio nos políticos. Desejo, honestamente, vir um dia a confiar, mas para já, só tenho motivos para estar de pé atrás e expectante, porque no dia em que voltar a dar o meu voto a alguém, não me quero arrepender, para não me sentir mais um imbecil.
Esta posição radical, reconheço, pode ser injusta e deselegante para alguns, que entraram na política de boa fé, mas que, por uma razão qualquer não souberam destacar-se da mediocridade geral e se acomodaram ao facilitismo carreirista dos demais. Mas para fazer a diferença também é preciso correr riscos e quem não os assume, "come" por tabela com a banha da cobra dos compagnons de route...
Há gente, na política, de quem eu gosto, que me inspira confiança, por quem nutro simpatia até, mas esses sentimentos são de ordem pessoal, são apenas humanos. Muitas vezes louvei a acção de alguns autarcas, como Fernando Gomes (que posteriormente critiquei), Vieira de Carvalho e mais recentemente, até Luís Filipe Menezes, mas apenas o fiz pelo reconhecimento honesto sobre a sua acção política na sociedade. A nível nacional, ainda é pior. Considero que nunca chegamos a ter um verdadeiro Líder, na acepção democrática da palavra. Nem mesmo o "monstro sagrado" Mário Soares, me convenceu. O que querem? Sou um cidadão exigente? Serei, talvez. Mas, não será, precisamente, o nosso baixo nível de exigência que faz de nós o país mais atrasado da Europa Comunitária?
Pergunto: não terão sido os "yes man" , os "novos optimistas", os "gajos porreiros", os maiores responsáveis pela bagunça reinante, onde quase nenhum sector ministerial se aproveita? Segunda pergunta: não será a segunda vaga desses "iluminados" que continua agora a insistir no status quo e a "susceptibilizar-se" quando alguém diz que desconfia das coligações entre cidadãos e políticos? É preciso ter lata! Já se esquecerem que (só para citar um caso), Victor Constâncio - como quase todos os políticos -, transitou da política para Governador do Banco de Portugal, para ganhar uma fortuna, muito maior do que a dos Administradores do Banco Federal Americano (a 1ª.potência do Mundo) e que, agora, não foi capaz de justificar as mordomias de que goza, permitindo o roubo catedrático do BPN? Onde está afinal a responsabilidade que justifica o todo ou a parte do anafado ordenado que recebe? Nos calcanhares? Querem mais exemplos, de políticos banais, que depois de saírem da política, foram para a frente de grandes empresas sem terem dado prestações positivas enquanto governantes? Será necessário?
E fico-me por aqui, quanto a explicações sobre as minha desconfianças dicotómicas público-políticas...
Quanto às crenças ou descrenças, sobre as possibilidades de qualquer movimento de cidadãos poder vir a alterar "as regras do jogo", e a sua representatividade, só me ocorre parafrasear Pablo Neruda, com o clarividente: "Caminero, el camino se hace caminando".
Para terminar, àcerca da representatividade dos movimentos cívicos, essa é também outra questão que precisa urgentemente de ser descodificada, tal como o sentido esclerosado da democracia que muitos não conseguem disfarçar.

Bom fim-de-semana (em tom provocatório)

Porto Redux - Propostas para o Bolhão



Fiquei com a ideia que para além desta sairam (ou vão sair) do workshop Porto Redux mais 3 propostas para o Bolhão.


No início estranhei a praça central mas aos poucos,  avançando na apresentação, a ideia começou a fazer sentido, pelas possibilidades mais ou menos temporárias para o espaço e também por causa disto:

13 novembro, 2008

E o meu amadorismo


Manhã tranquila em (Rua) Guerra Junqueiro

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Os "milagres" da objectiva de Carlos Romão



ACDP:cuidado com as «companhias»!

Bem, tudo aponta para esta ideia: a recente formação da Associação de Cidadãos do Porto (ACDP), parece ter sido a mola percussora do acordar para a mobilização cívica do Porto. Mais não fosse por isso, já valeu a pena ser criada.
Subitamente, surge do nevoeiro do silêncio tripeiro, o Movimento "Onde vais cidade?", ao que parece, já constituído há algum tempo. Com ele, vêm alguns políticos e figuras públicas que se têm mantido tímidas e caladas, durante demasiado tempo. Sinceramente, não sei se esta súbita dinâmica da cidadania portuense será caso para nos regozijarmos ou para nos preocuparmos, ou, no mínimo, para nos precavermos.
Quando os cidadãos, com parquíssimos recursos cívicos, são impelidos pelo sufoco da insustentabilidade económica e política a organizar-se em movimentos e associações, por não confiarem na classe política, não vejo com bons olhos esta colagem dos políticos (sejam de que partido sejam) aos cidadãos, sobretudo, em pré época eleitoral. Nada de confusões, que ninguém tenha pressa para puxar do cardápio da indignação contra o que acabo de dizer, acusando-me de pessimista ou de desmancha prazeres, porque estou de acordo com a ideia, mas não tanto com o conteúdo.
Os grupos, movimentos cívicos, seja lá para que fins forem gerados, só podem servir os seus objectivos se forem coesos e descomprometidos com organismos de cariz político-partidário. Para mim, é improvável que, quando os partidos políticos dão sinais de imobilismo, de desorientação ideológica e até hierárquica, onde a auto-regeneração é bloqueada pelas próprias linhas conservadoras do boss e seu «fiel» aparelho, possam «restaurar-se» junto dos cidadãos, colando-se à suas iniciativas, sem se terem previamente desvinculado dos respectivos partidos. É uma "salada russa", de difícil digestão. Na minha opinião, não passará nunca de um processo de intenções, de uma profusão de ideias e interesses contraditórios onde a luz (objectivo) jamais se fará.
Os actores políticos devem resolver os seus assuntos, as suas divergências dentro dos próprios partidos, ou então, sairem deles para se juntarem depois aos cidadãos e poderem falar com propriedade de movimentos cívicos. Os papéis estão a ser invertidos. Pior do que isso, estão a ser distorcidos, porque deviam ter sido os partidos da oposição os primeiros a mobilizar a sociedade portuense para as grandes causas que a flagelam e definham (como o centralismo) e a verdade é que não o têm feito. Não foi ontem, nem há um ano, que os problemas do Porto se fizeram sentir, foi precisamente, há 34 anos, meu senhores! E já houve quem dissesse (e ainda diga) que a culpa deste castigo, também é "nossa", só que, pessoalmente, sempre me insurgi contra esta irresponsabilidade, e por isso ignoro de todo qual terá sido a minha quota de culpa!
Todos, mas todos os partidos da esquerda à direita, até aqui, mostraram-se conformados com a situação actual, e não vi nenhum a destacar-se (por exemplo) na promoção da discussão pública sobre a Regionalização. Por medo, oportunismo, ou carreirismo? Os debates televisivos sempre são mais confortáveis e dão bom dinheiro, já sabemos, mas, às vezes é preciso sair do sofá. Não é?
A propósito da eventual candidatura de Elisa Ferreira à Câmara do Porto, escrevi aqui que, caso ela não se demarque da mediocridade política de alguns seus «camaradas» e perceba constituir um erro tremendo seguir-lhes os "conselhos", dará um tiro no próprio pé e obrigará os portuenses a aturar Rui Rio mais um mandato com toda a inoperância e prejuízo que isso acarretará. Se não for capaz de ver ratoeira tamanha, então, ficaremos pelo menos a saber que Elisa Ferreira não seria uma boa Presidente de Câmara!
Suponho que, este pequeno esboço de "incompatibilidades" entre parceiros da mesma "turma" (leia-se, de partido), deve fazer pensar melhor os mais entusiastas sobre o pragmatismo desta súbita união dos políticos às associações de cidadãos do Porto, que mais parece uma provocação.

Onde vais, cidade? é o novo movimento cívico que se propõe discutir a região do Porto

Movimento junta cidadãos de vários quadrantes e quer organizar um fórum aberto a todos para discutir ideias de mudança
(Jorge Marmelo/Público)
No início, eram quinze pessoas reunidas numa sala da Cooperativa Gesto. Agora já são mais de cem e esperam vir a ser ainda mais. O movimento cívico Onde vais, cidade? apresentou-se ontem publicamente e conta reunir, em Janeiro, um fórum "aberto a todos" no qual seja possível discutir a cidade e a região do Porto, o ponto a que chegou e para onde deve ir. É mais um movimento, "ainda algo nebuloso e abstracto", conforme reconheceu o ambientalista Nuno Quental, mas pode vir a ser, adiantou João Teixeira Lopes, dirigente do Bloco de Esquerda, uma rede que englobe os vários movimentos que têm surgido na cidade e todos os cidadãos preocupados e descontentes.
O Onde vais, cidade? junta, para já, militantes de vários partidos políticos, activistas de movimentos como aqueles que defenderam o Rivoli e o Mercado do Bolhão, mas também pessoas mais ou menos anónimas e independentes. A lista dos subscritores do manifesto inclui nomes como as escritoras Ana Luísa Amaral e Regina Guimarães, a artista plástica Isabel Lhano, os encenadores José Leitão e Mário Moutinho, o cantor Miguel Guedes, os arquitectos Manuel Correia Fernandes e Manuela Juncal (que trabalhou na revisão dos planos directores municipais do Porto e de Gaia), o geógrafo José Rio Fernandes, o deputado municipal socialista Pedro Bacelar de Vasconcelos ou Tiago Azevedo Fernandes, coordenador do blogue A Baixa do Porto e militante do PSD.
"Somos pessoas bastante descontentes com a situação actual da cidade e da região, que acham que é preciso fazer algo", sintetizou ontem Nuno Quental, durante a conferência de imprensa de apresentação do movimento. "Cada vez mais sentimos que a cidade se esvazia, que é cada vez mais um espaço para turistas e para quem tem muito dinheiro", concretizou Natércia Pacheco, professora na Faculdade de Psicologia e Ciência da Educação da Universidade do Porto.
Os participantes no movimento reconhecem, segundo João Teixeira Lopes, que o papel dos partidos tem limitações e que a visão partidária deve ser complementada com a participação cívica de pessoas oriundas de um leque de áreas o mais diversificado possível. "É preciso pensar para mudar", disse o dirigente do Bloco de Esquerda, garantindo que o movimento não se ficará "pelas nuvens", pretendendo que do fórum a realizar em Janeiro saia um conjunto de ideias e propostas que permitam melhorar a cidade.
"Há a necessidade de concretizar", disse Teixeira Lopes, segundo o qual, porém, este imperativo de acção não se traduzirá na apresentação de listas independentes às eleições autárquicas do próximo ano. "Qualquer dos participantes do movimento é um potencial candidato à presidência da Câmara Municipal do Porto, mas de certeza que não é daqui que vão sair as candidaturas", garantiu, acrescentando que as propostas saídas do fórum podem ser levadas à prática por quem quer que seja que ocupe o poder, em benefício da cidade.
Defendendo a necessidade de discutir a cidade "na sua dimensão mais ampla", de modo estratégico e articulado, João Teixeira Lopes considerou ainda que "não vai ser possível agradar a toda a gente, mas sim permitir que toda a gente participe e, no fim, encontrar os denominadores comuns".
O manifesto do movimento vai, a breve trecho, ser disponibilizado na Internet, podendo aí ser subscrito por todos os interessados.

A nossa boa amiga ANA

Recomendo este texto do Paulo Ferreira (JN - 03 de Agosto) e algumas partes do mesmo:

"O consórcio formado pela Sonae e pela Soares da Costa, respaldado por uma inédita conjugação de esforços políticos entre quatro associações do Norte, respondeu com números ao desafio de Sócrates - as duas empresas oferecem mais de 800 milhões de euros pela concessão do aeroporto do Porto num horizonte de 25 a 30 anos. E propõe-se ainda contribuir, durante este período, com mais de 200 milhões de euros para um fundo de promoção da Região Norte como destino. Os investimentos previstos ultrapassam os 500 milhões de euros.
A proposta é boa ou má? Num país normal, ela seria contraditada por quem não acha piada ao negócio. Num país como o nosso, há uma entidade chamada ANA, a quem compete a gestão dos aeroportos, que nos toma por mentecaptos. Porque só assim se percebe o que a ANA fez: mal soube da proposta, recuperou um estudo que indica que os preços médios por passageiro mais do que duplicarão, caso o aeroporto do Porto passe a ser gerido de forma independente. Um susto, um horror…

Esta é a mesma ANA que nunca mostrou na totalidade o referido estudo. É a mesma ANA que se recusa a libertar os números mais relevantes sobre o aeroporto do Porto. É a mesma ANA que treme de medo quando se coloca a possibilidade de retirar o Sá Carneiro do bolo da sua privatização. É a mesma ANA que, por fim, se preocupa com o facto de os privados virem a ter prejuízo. A Sonae e a Soares da Costa são, de resto, conhecidas por gostarem de perder dinheiro… Estas são algumas das estupefacções a que a ANA e o Ministério dos Transportes de Mário Lino estão obrigados a esclarecer. Em nome da transparência."

Fixem este número: 800 + 200 milhões de euros

hoje...

... o comunicado da Asssociação de Cidadãos foi publicado no público.

PS: ... e as dúvidas do amigo Victor nos seus Pensamentos.

Links e opiniões

"Para efectivamente fiscalizar, o Estado tem de recrutar peritos e especialistas, sob pena de ficar refém da instituição regulada. Ora o Departamento de Supervisão Bancária do BdP, como ontem revelou o jornal Público, dispõe de apenas 60 técnicos, que nem fazendo todos os dias horas extraordinárias poderiam inspeccionar as 320 instituições financeiras do país, 40 das quais bancos."
(de Paulo Martins,JN)
Estou em crer, que os referidos "técnicos inspectores", se devem fazer pagar bem, para poderem desenvolver empenhada e eficientemente, tão "árdua" tarefa. A mesma teoria, se aplica, por maioria de razão, ao administrador do Banco de Portugal, que leva para casa, mensalmente, uma pipa de "massa", supostamente para desempenhar à altura a função de o administrar. Não soube fazê-lo, como é evidente, não foi responsável, mas o lugar e o vencimento escandaloso que arrecada, irá seguramente conservar... Lógicas, muito latinas, e «moralizantes».
Empresário da noite morto a tiro de caçadeira à porta de casa
Sosseguem tripeiros, não precisam de recear que as vossas famílias sejam incomodadas ou as vossas casas vasculhadas, porque, desta vez, o empresário da noite (ao contrário, do que inicialmente supunha), é do Norte, mas não é do Porto. Mesmo assim, como o crime aconteceu em Vila Flor (Trás-os-Montes), é bem possível que a Dra. Maria José Morgado se decida por nomear uma "Equipa especial" para o investigar...


Metro do Porto: Rio quer que Governo cumpra o acordo
O Dr. Rui Rio, coitado, já deve estar cansado de tanto querer...

Junta quer concurso para novas linhas do metro em Janeiro
...e a Junta, também.

11 novembro, 2008

Associação de Cidadãos do Porto - Comunicado

Sobre o processo de privatização da ANA e o custo-benefício do investimento público para Portugal

A propósito de notícias e opiniões publicadas, referindo as parcerias que as grandes empresas nacionais estão a desenvolver com congéneres europeias para a privatização da ANA, leia-se, para a candidatura à realização das empreitadas públicas do Novo Aeroporto de Lisboa.

Será que importa apenas e só quanto se gasta, e não como se gasta?
Porquê o eterno e enraizado primado da quantidade sobre a qualidade?
Por que é que se assume que todos os recursos públicos têm de ser consumidos em projectos de investimento?
Quais são os reais custos das grandes obras e qual o seu objectivo final?
Estes custos tomam em consideração a procura, o poder de compra dos utentes dos serviços assim criados?
Quais são os procedimentos de avaliação destes grandes investimentos públicos, e quem os executa?
Os lucros devem ser baseados na eficácia ou no monopólio?
Deve o modelo de privatização privilegiar o encaixe financeiro do Estado ou a competitividade do país e das regiões?


De acordo com estudos efectuados na Suécia, EUA e Brasil, mostrou-se que a grande obra pública pode custar menos 30 a 50% se efectuada por troços menores, atendendo ao efeito da concorrência acrescida em adjudicações de menor dimensão. Há números para se concluir o que se passará em Portugal?

Registámos a preocupação das construtoras portuguesas, que até as levou a solicitar protecção do Governo contra invasões de concorrentes de outros países. Lembramos contudo que haverá formas mais saudáveis de defender a economia nacional.

Assim,
propomos que sejam objecto de debate público os critérios de avaliação das propostas dos concorrentes à privatização. Só assim se garantirá a transparência do processo e até a validação técnica das opções a tomar.


Sustentada nas competências especializadas que consegue mobilizar nas áreas da consultoria em arquitectura, engenharias, direito, planeamento financeiro e gestão, a Associação de Cidadãos do Porto vê reforçada a oportunidade de promover ela própria uma candidatura à privatização da ANA.


A Associação de Cidadãos do Porto

Etno-momento

O Meu País - Luar na Lubre (Galiza)


Web oficial dos Luar na Lubre

Não liguem, isto é pessimismo!

O programa "Prós e Contras" da RTP, continua a ser, do meu ponto de vista, aquilo que sempre pensei: um mega "lavatório" público, onde as elites lavam as mãos dos colossais roubos que praticam e das promessas que não cumprem. Nessas elites, incluem-se, os "tubarões" da sociedade civil (banqueiros, administradores de grandes empresas), da política, e da administração pública (juristas e até juízes).
Se alguma valia tem o "Prós e Contras", é esta: denuncia, de forma que não deixa dúvidas a ninguém, os podres e as fragilidades do regime e das suas elites. O único óbice, é (até prova em contrário), ser inconsequente. O que ressalta de importante para os media no meio desta trapalhada toda, são as audiências que as "más notícias" (como eles assumem) vendem.Para a semana, haverá mais. Mais um escândalo, mais um incumprimento, mais uma irresponsabilidade, impunes. Senão aguardemos, e veremos se alguém das altas esferas do BPN (agora convenientemente nacionalizado), será investigado, julgado e condenado, nos próximos 30 anos! Com sorte, talvez se leve a tribunal o porteiro ou a senhora da limpeza do BPN...
Vou-me repetir, porque já afirmei várias vezes não simpatizar nada com estes clichés das elites, que, bem espremidos, não significam grande coisa, à excepção de alguns preconceitos promovidos pelo próprio regime, para lhes acrescentar, na grande maioria das situações, sem se justificar, competências e prestígios, por antecipação ou interesse.

A espaços, a sociedade ocidental, resolve vestir-se de "fada boa" para recordar o Holocausto e a barbárie provocada pelos nazis aos judeus, durante a 2ª Guerra Mundial. Esses acessos esporádicos de sensibilidade, apesar de realistas, fazem incidir invariavelmente, a crítica sobre o horror que Hitler espalhou pelo Mundo, originando todo o tipo de documentários, filmes e livros, que o dissecam até à exaustão. Neste ponto concreto, é intolerável discordar-se da divulgação de todos aqueles crimes hediondos, mas parece-me que se descura propositadamente a descrição do clima social e das influências que os alimentaram. Até na condenação do terror, esta sociedade consegue ser hipócrita!
Quem tiver lido alguma coisa sobre a 2ª. guerra mundial, percebe que seria impossível a Hitler mobilizar e arrastar para a barbárie o povo alemão, se a sociedade alemã não estivesse dominada pela anarquia e pela especulação económica. E se é verdade que os judeus não foram os únicos responsáveis pela situação caótica da sociedade alemã, também é preciso assumir, sem complexos, que eles deram o seu "contributo".
Afirmar isto publicamente, é para alguns, uma heresia, mas não para quem gosta de analisar os acontecimentos à luz de algum rigor histórico. É heresia, só para quem usa o conhecimento dos factos, para continuar a praticar, em seu proveito, as trafulhices que deram lastro à ascensão de ditaduras de Hitlers e Pinochets. Esse é, na minha opinião, o calcanhar de Aquiles da nossa democracia, a sua maior vulnerabilidade, a sua faceta mais injusta. Actua assimétrica e facciosamente conforme o status dos criminosos.
Calculo, que ninguém de bom senso - nem mesmo os alemães - desejará voltar a esse passado tenebroso, onde o Estado era glorificado como a mais alta manifestação do «espírito da natureza» e tinha o "direito supremo sobre o indivíduo" (Hegel), mas o que se está a passar em Portugal, em termos de ordem e justiça social - apesar do "pára-raios" da União Europeia -, não andará muito longe do descrédito social e político ocorrido naquele tempo na Alemanha.
Esta analogia, não me parece extrapolada, considerando a acumulação de escândalos verificada nos últimos tempos e a incapacidade das autoridades para os frenarem. Os partidos políticos portugueses da esfera do Poder revelam uma total inoperância para a delicada missão de governar. Não só, não conseguem criar condições para o desenvolvimento geral do país, como para lhe impor uma ordem, onde todos percebam, que para haver direitos tem de haver deveres.
Os primeiros a prevaricar são ( e continuam a ser) os governantes e assim, é difícil e pouco provável, que seja a sociedade civil a auto regular-se. Os exemplos, são "fresquíssimos" e estão bem à vista de todos, sobretudo daqueles que fazem fé cega das teorias restauradoras da economia. Quem quiser continuar a acreditar nesta lengalenga, onde a conveniência se substitui à ordem, que tenha ao menos a coragem de assinar o acto de fé e registá-lo em Notário.
PS-A propósito de lideranças, é preciso ter cuidado... Como alguém disse um dia: os acordos fizeram-se para não se cumprirem . Se a teoria for realista, como parece que é, a nossa integração na UE pode não passar de um falso protector e, de repente, vermo-nos confrontados com um "Salvador da Pátria" a impor-nos, pela força, a filosofia do Fuhrer-prinzip (Princípio do Líder) para nos convencer da imprestabilidade da Democracia. O pior, é que o disparate pode pegar.

10 novembro, 2008

História do Foot Ball Club do Porto


Apenas uma nota curiosa para os adeptos do Futebol Clube do Porto. Nas páginas deste livro, com o nome de "História do Futebol Clube do Porto", da autoria de Rodrigues Teles, consta, entre outros, o nome do meu pai ( Alfredo Valente) que pontificou como jogador (defesa), entre 1932 e 1933, em 4ªs., 3ªs. e 2ªs. categorias, tendo de abandonar a prática desportiva devido aos seus afazeres militares. Nele, constam também, figuras famosas daquele tempo, como: Waldemar Fonseca (na foto), Siska, Zeferino Duarte, etc.
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Em louvor dos jogadores do FC Porto

O FC Porto ganhou em Kiev e ganhou em Alvalade. Correcto. Jesualdo Ferreira safou-se porque passou triunfante nesses dois escolhos. Incorrecto. Mentira como a das vitórias nos últimos campeonatos nacionais. Quem ganhou foram os jogadores do Porto, não com JF, mas contra JF que pouco mais tem feito do que ligar o "complicómetro". A minha desconfiança deste treinador vem de longe, do tempo em que ele era seleccionador duma categoria que se chamava na altura, salvo erro, equipa de "Esperanças" e nasceu num Mundial da categoria, na Nigéria, em que se verificou uma prestação vergonhosa da equipa portuguesa. Esta desconfiança inicial não tem feito se não aumentar desde então.

Os muitos comentários que tenho lido acerca da actuação de JF como treinador do FC Porto, sobretudo na blogosfera, indicam constantes e persistentes erros de casting na constituição da equipa. Desnecessário detalhá-los, são sobejamente conhecidos e até mesmo para um leigo como eu, são gritantes.

É necessário um alto grau de determinação para uma equipa manter intactos os neus niveis de auto-confiança quando vê o seu timoneiro, o homem em quem deviam poder confiar e que deveria constituir o seu farol orientador durante as tempestades, quando veem o seu timoneiro, dizia eu, de cabeça perdida, a mudar a equipa de jogo para jogo, a insistir em jogadores de escassa qualidade, em errar tão frequentemente nas funções atribuídas a jogadores que não têm características para as desempenhar. Junte-se a isto a patente inabilidade de JF para estabelecer empatia com os seus comandados, e a mais que evidente incapacidade para motivar e criar o espirito de grupo, qualidades indispensáveis ao lider. Há mesmo suspeitas de que a sua falta de liderança tem permitido a ameaça de criação de blocos antagónicos no interior do balneário, o que a ser verdade poderia constituir uma "infecção" de consequências imprevisíveis.

Falta a cereja em cima do bolo: as declarações de JF para po exterior do grupo. Veja-se por exemplo o que ele declarou após o jogo com o Sporting. "Pensámos de uma forma que seria a maneira mais adequada mas não conseguimos jogar como queríamos". Descodificado, isto quer dizer: "o sistema que eu criei para o jogo era o mais aconselhável, o problema foi os jogadores terem sido incapazes de o concretizar". Por outras palavras, a culpa da lamentável exibição não foi dele, treinador, mas sim dos jogadores. Esta é uma atitude que já não é a primeira vez que é tomada.

É por isso que, até prova em contrário, continuo a pensar que os jogadores do FC Porto são dignos de louvor e da gratidão dos adeptos do clube. Trabalham em condições anímicas desfavoráveis, sendo mais vítimas do que réus de uma situação complexa e difícil da qual são os menos responsáveis. Se fossem tão maus e com tanta falta de brio profissional como alguns pretendem fazer crer, a situação do clube nas competições em que está envolvido seria bem pior do que é na realidade.

Os sinos tocam a rebate

Público: Modelo de privatização da ANA será apresentado em breve e venda da TAP adiada

O Governo vai apresentar em breve o modelo de privatização da ANA, garantiu hoje o ministro das Obras Públicas, à saída da reunião da comissões de Orçamento e Finanças e de Obras Públicas, onde apresentou aos deputados o orçamento do seu ministério para o próximo ano.

"Dentro de pouco [tempo] apresentarei o modelo de privatização da ANA", disse Mário Lino aos jornalistas"
O ministro acrescentou que o executivo prevê lançar o concurso para a construção do novo aeroporto de Lisboa no próximo ano, "no primeiro semestre certamente", para "ter o aeroporto pronto em 2017".

Ainda na reunião, o ministro assegurou que nesta matéria "não há qualquer questão ideológica". "Não nos parece que o Estado tenha de ser dono daquela infra-estrutura", afirmou Mário Lino.

Não há data para privatização da TAP

Mário Lino reconheceu ainda que não há qualquer data definida para a privatização da TAP, contrariando assim o Ministério das Finanças, que coloca aquela companhia aérea no lote de empresas a privatizar no próximo ano.

"Não há nenhuma data fixada para isso", afirmou Mário Lino, insistindo que as privatizações "devem ser feitas no tempo oportuno".

A 15 de Outubro, numa conferência de imprensa de apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2009, o ministro das Finanças disse que o Governo prevê arrecadar 1200 milhões de euros de receitas de privatizações no próximo ano, tendo o secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Carlos Costa Pina, adiantado que do programa fazem parte as empresas cuja privatização está prevista no programa plurianual de privatizações e que ainda não tinham avançado.

O secretário de Estado elencou a Galp, a ANA, a TAP e a Inapa como empresas objecto de privatização e que sustentariam aquela verba de 1200 milhões de euros.

No relatório do Orçamento do Estado para 2009 pode ler-se, porém, que as operações de privatização serão feitas "sem prejuízo da adequação temporal da sua execução às condições de mercado".

Praça de Carlos Alberto

Monumento aos Combatentes da 1ª. Grande Guerra, 1914-1918 (Foto de R.V.)
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Excelente iniciativa, a da última reunião da ACDP!

Louvável e criativa, a todos os títulos, foi a iniciativa da ACDP (parece-me mais apropriada esta sigla do que ACP, para não haver eventuais confusões com o ACP, de Automóvel Clube de Portugal) de se lançar à "compra" da ANA. Creio que, mais que não seja, para chatear (como diz o Arq. Alexandre Ferreira), é o pontapé de saída possível para que o poder central possa lembrar-se que os direitos de cidadania não se confinam ao votozinho nas urnas, e a uma atitude impotente e contemplativa da sua regular prepotência.
Está, pois, de parabéns, o José Ferraz Alves, mentor da ideia para a ACDP concorrer à privatização da ANA, bem como o nosso colaborador, Miguel Barbot. Mas, atenção, que não fique por aqui, que não passe apenas de uma acção quixotesca inconsequente e alvo da chacota dos poderes (políticos e económicos).

Tanto projecto em vésperas de eleições...

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Não estarei muito enganado se disser que os arquitectos "sofrem" tanto ou mais as consequências dos atrasos verificados entre o lançamento dos projectos e sua execução, do que os demais cidadãos, mas, por outro lado, ninguém melhor que eles - agora, que finalmente começam a ser reconhecidos como parte integrante de um dos sectores profissionais essenciais (talvez até o mais importante) à requalificação urbana das cidades -, pode esclarecer e denunciar com autoridade os quês e porquês para que isto esteja sempre a acontecer. É importante que continuem a pressionar todas as entidades que decidem os timings dos projectos e denunciá-las publicamente quando e sempre que não respeitados. Sem receios.

Entrevista ao padre José Maia (Calimerando, pois...)

"Há uma palavra importante: partilha"
10.11.2008, Ana Cristina Pereira e
Carla Marques (Rádio Nova)

O presidente da Filos está a lançar uma cooperativa na zona orientaldo Porto para promover solidariedade entre vizinhos

O que nunca faltou a José Maia, vigário da paróquia da Areosa, foram ideias. O ano passado, o presidente da Fundação Filos apresentou uma plataforma de instituições de solidariedade social; este ano, lançou o Movimento Comunidade e Vizinhança. Gosta de ter ideias. Vê-as como um sintoma de inquietação, de luta. "Há coisas que correm bem, outras mal."
A região norte, outrora um motor da economia nacional, é hoje uma das regiões mais pobres da Europa. A taxa de desemprego é de 8,2 por cento, quando a média nacional é de 7,3. O distrito do Porto lidera, de forma destacada, o número de beneficiários de rendimento social de inserção (RSI): 114.722 num total de 346.294. O que pode a sociedade civil fazer para ajudar a combater, de forma mais eficaz, a pobreza?
Há tempos, Carlos Nunes, do POEFDS [Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social], dizia: "Padre Maia, já imaginou os milhões de euros que são descarregados?" Tenho essa consciência. Na área do Porto, milhões de euros são descarregados em abonos de família, rendimento social de inserção, subsídio de desemprego. E, apesar disso, continuamos a ter pobreza. Para mim a expressão mais significativa e concreta da pobreza é o desemprego Há muita gente que não tem emprego. Diremos: "Têm trabalho." Podemos distinguir. Mas há muita gente que gostaria de trabalhar e não consegue trabalhar. Na zona de Penafiel, por exemplo, houve uma grande margem de gente que foi para Espanha trabalhar. E agora Espanha, com a crise, recambiou--os.
Abrem-se outros mercados, como Angola.
Assim como há deslocalização de oferta, há deslocalização de procura de oportunidades. Ainda há hoje portugueses de raça, heróis do mar, que se fazem ao mundo e vão buscar oportunidades. E por aí passará alguma amortização de algumas dificuldades. O RSI é um autêntico termómetro. ?
Há controlo no RSI?
Nós assinámos um contrato com a Segurança Social [para acompanhar 360 famílias de RSI]. Dizem-me que a nossa equipa põe muitas dificuldades. Já houve até uma tentativa de incendiar a fundação. Houve alguém que meteu um papel a arder. Por acaso aquilo é pedra, mas eram duas da manhã quando me acordaram para ver o que se passava. Tenho equipas em que acredito. Elas também me dizem que podia haver alguma reforma. As pessoas dizem: "Como é que eu vou dar o certo pelo incerto? Neste momento recebo isto; se for levar o meu filho ao infantário, vou gastar mais do que recebo." Em França isto tem um tratamento diferente: se a pessoa tiver um contrato de trabalho, não perde logo a prestação social.
Isso, em França, ainda é um projecto-piloto.
Ainda é um projecto-piloto, mas em Portugal alguma coisa podia ser mais motivadora. Que se encontre aqui uma maneira de fazer um bypass.
Tem falado em criar o Movimento Comunidade e Vizinhança. Em que fase é que isso está?
Começa a andar. Trabalho na zona oriental do Porto há 28 anos. Tenho todos os dados para saber que há ali muita gente com muitas dificuldades. Mas este projecto não é só para quem é pobre. Este projecto pretende ser uma proposta de ordenamento do território. A Constituição, no artigo 263.º, prevê a possibilidade de associações de moradores. A seguir a Abril houve muitos moradores que se associaram e fizeram maravilhas. Hoje isso não tem expressão. Entendo que devemos ir por aí nesta fase que o país atravessa. Vamos ensaiar isto no Porto oriental. Isto é uma maneira concreta de procurar empowerment. Como se pode dar poder a essas pessoas? Entendemos que há uma palavra importante: partilha. Há pessoas que podem repartir bens, serviços.
Como é que isto vai funcionar?
Uma equipa do Instituto Superior Politécnico Gaya está connosco para dar suporte à filosofia do movimento. Para já, está constituída uma cooperativa. Todos os que quiserem participar fazem-se cooperantes. Não há nenhum. Vamos convidar pessoas que possam dar um contributo. Por exemplo, por que não negociar com restaurantes para que famílias pobres possam lá tomar refeição? Num restaurante já me disseram: 'Ó, padre Maia, mande-me aqui [alguém] lá para as 14h30. Isto está manso, em vez de ir para o cão vai para ele.' A frase é dura mas é verdadeira. Imagine que são três pessoas? Isto tem a proximidade e tem um controlo. Cada pessoa sabe que está a dar um contributo na sua localidade para que alguém seja feliz.
Às vezes, tem-se a sensação de que se lançam muitas ideias que resultam em nada. Há um ano falávamos de Compromisso com a Inclusão (uma plataforma de instituições da Área Metropolitana)...
As ideias significam preocupações e tentativas de. O ano passado, no Dia da Pobreza, houve a ideia de ver até que ponto havia vontade de as pessoas que trabalham nas mesmas áreas se juntarem. E se organizarem. Fizeram--se várias reuniões. E achou-se que seria conveniente lançar uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional [QREN] para conseguir apoios para projectos. As reuniões foram feitas mas... Há o problema da falta de cultura de partilha dos seus projectos.
Está cada um no seu "quintalinho"?
É um pouco a teoria das gavetas fechadas. Há uma zona no país onde cada um tem a sua gaveta na mesa e fecha-a quando vem alguém de fora. A plataforma para a inclusão era uma ideia que ia no bom sentido. Fizeram-se tentativas, reuniram-se pessoas. Não digo que a ideia tenha morrido. Há candidaturas ao QREN que resultaram daí. Mas não teve a sequência que julgávamos. Este ano, no Dia da Pobreza, avançámos com o Movimento Comunidades de Vizinhança. Vai ser possível? Não faço ideia. Até 26 de Maio, Dia Internacional do Vizinho, vamos fazer uma espécie de peditório de oportunidades.
(In Público)

No Público de Hoje


Associação de Cidadãos do Porto interessada em candidatar-se à "compra" da ANA

10.11.2008, Luís Lima

Objectivo é aceder ao caderno de encargos do concurso público de privatização da empresa

A Associação de Cidadãos do Porto (ACP) reuniu-se sexta-feira à noite pela terceira vez e o próximo passo que promete dar não poderia ser mais ambicioso: "Pedir o caderno de concurso público de privatização da ANA", como qualquer candidato à aquisição da empresa que gere os aeroportos em Portugal. É mais uma forma de lutar pela gestão autónoma do Aeroporto Sá Carneiro, que o Governo pretende privatizar no pacote da ANA.
"Penso que estamos numa altura em que temos, sem dúvida, de arriscar". "Vamos avançar com isto, mesmo que seja só para chatear", resumiu Alexandre Ferreira, o arquitecto de 28 anos que, em Setembro, lançou no blogue A Baixa do Porto (www.porto.taf.net), a ideia de criar a associação para "defender os interesses colectivos da área metropolitana". 
Já a ideia de concorrer à privatização da ANA partiu de José Ferraz Alves, outro colaborador do A Baixa do Porto. "Po rque é que a associação não divulga que quer estudar e analisar a questão da privatização da ANA?", questionou, logo no início da reunião. "Não temos dinheiro, mas toda a gente sabe que, na maior parte dos concursos, ninguém faz nada com dinheiro próprio", disse. "A meio do processo, às tantas, começamos a perceber que a nossa brincadeira é mais séria do que a brincadeira que o Governo está a fazer", considerou Tiago Fernandes, o criador de A Baixa do Porto.
Para os membros da ACP, a candidatura à privatização da ANA é, por assim dizer, um plano de emergência. O ideal, defendem, seria a gestão autónoma do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, cenário que, de acordo com a edição de quarta-feira do Diário Económico, parece já improvável. Segundo o jornal, "a ANA - Aeroportos de Portugal deverá ser privatizada mantendo a totalidade do universo empresarial que actualmente gere", o que inclui as infra-estruturas aeroportuárias dos Açores e da Madeira, bem como o Sá Carneiro e o futuro aeroporto internacional de Lisboa, em Alcochete.
"Se é a privatização que querem, vamos à privatização!", proclamou Ferraz Alves, logo ajudado por Miguel Barbot, outro membro da associação: "Quanto mais não seja, trazemos à luz do dia os entraves que possa haver nesse concurso." 

A Associação de Cidadãos da Área Metropolitana do Porto defende a gestão autónoma do Aeroporto Sá Carneiro 

Futebol Clube do Porto afasta Sporting da Taça!

Deu-me um duplo gozo a passagem desta eliminatória da Taça. Primeiro porque sou tripeiro, coerente e orgulhosamente portista, e considero o futebol tão importante como qualquer outra modalidade sócio-cultural. Depois, por ter estado toda a partida, a aturar dois energúmenos comentadores desportivos, jornalistas - ou que quer que eles pensam ser -, a tecer loas aos jogadores sportinguistas cada vez que tocavam na bola. Foi repugnante o seu trabalho. Tendenciosos, desonestos como sempre, estes lisboetas não prestam mesmo. A sua frustração foi um prazer redobrado de que me pude servir friamente, como se serve a vingança...