17 outubro, 2009
Será que só nos resta a revolução?
16 outubro, 2009
Tsunami de indignação precisa-se!
Não sei o que pensam os associados nortenhos da AEP, eles que são a verdadeira razão de ser da associação, mas dificilmente acreditarei que os seus interesses e anseios sejam melhores defendidos e representados por uma associação sediada em Lisboa e dirigida por lisboetas, do que por uma AEP que morava na "porta ao lado", com todas as facilidades de proximidade, e com gente que forçosamente entendia melhor os seus problemas e idiossincrasias. Acresce que a estrutura industrial do sul é tão distinta da do Norte, que os problemas sentidos serão forçosamente muito diferentes e necessitarão de diferente enfoque para a procura de soluções. Ignoro se os associados da AEP deram a sua concordância expressa à Direcção, ou se não foram ouvidos. Se deram, lamento que tenham dado não um tiro no pé, mas sim um tiro na cabeça: suicidaram-se! Se não foram ouvidos, acho que terão de rebelar-se contra a direcção e exigir a auscultação do seu sentir.
Espero que a falecida AEP tenha o pudor suficiente para não vir argumentar que no Porto haverá uma "delegação principal"(!), a que Ludgero chama "delegação envergonhada". Já sabemos o que essas delegações são: apenas "caixas de correio" onde se depositam os problemas locais que seguidamente serão apreciados em Lisboa, que majestaticamente enviará de volta para o Porto os dossiers com a sua soberana decisão. E a Exponor e as suas Feiras? Que critérios passarão a ser seguidos e quem os definirá? Se a cúpula está em Lisboa, será de prever que o novo critério terá subjacente a prevalência dos interesses da FIL, com a consequente menorização da Exponor.
A justificação apresentada para esta absorção da AEP, é a necessidade de que o patronato fale a uma só voz, sobretudo na Concertação Social, mas o facto é que as outras confederaçoes patronais (turismo, agricultura, comércio, etc) não estão dispostas a fundir-se nem a abdicar da sua presença. Seria inviável ou muito complicado que AEP e AIP criassem um organismo paritário ad hoc para acertar posições conjuntas nos problemas em que fosse conveniente a indústria apresentar uma frente comum ?
Esta rendição da AEP é vergonhosa e humilhante. Gostaria de pensar que este passo não é irrevogável, que uma invencível indignação surgisse e, tal um tsunami gigante, varresse este acordo, e já agora varresse também os responsáveis da AEP por este acto lesivo dos interesses e da dignidade de todo o Norte.
p.s. Carlos Lage, Basilio Horta, António Pires de Lima e ministros do governo centralista, é claro que aplaudem que a AEP desapareça e que a sede da CEP fique em Lisboa. Se gente desta aplaude, é garantido que só pode ser prejudicial para o Porto. O presidente A.I. do Minho também acha muito bem. Ah, o ódio de Braga em relação ao Porto! Uma profunda desilusão foi a concordância de Rui Moreira. Ingenuidade ou calculismo? Será que a sua Associação Comercial também vai ser engolida e ele aplaudirá?
Prédios da Baixa continuam a desmoronar-se
Mais tarde, cerca das 17.30 horas, os Sapadores do Porto receberam outro alerta para outro edifício em perigo de ruir. Desta vez, o batalhão foi chamado para uma casa não habitada no número 537 da Rua de Camões. Um pedaço de madeira, muito degradada, caiu da varanda para o passeio. Por sorte niguém foi atingido. No entanto, fonte dos Sapadores do Porto assegurou que o edifício não é considerado de risco.
Recorde-se que, na quarta-feira passada, ocorreu uma derrocada na Rua Formosa, no local dos antigos armazéns Lã Maria, fechados há mais de 30 anos. Nessa mesma rua encontram-se, ainda, cinco edifícios em estado de degradação semelhante ao do edifício que se desmoronou.
Estes três casos não são excepção, uma vez que 36% dos edifícios do Centro Histórico do Porto, ou seja 683 imóveis, estão em mau estado ou em ruína.
Jacques Brel : Les Bourgeois
Dedico esta canção da autoria do belga Jacques Brel às «elites nacionais». Já tem umas boas dezenas de anos de existência [o intérprete é que já morreu], mas mantem-se perfeitamente actual na sátira. Continuo sem compreender por que é que só Salazar e o respectivo regime inspiraram os cantores de intervenção. Será que, hoje, com tanta malandragem, não haverá espaço para este tipo de canções?
Já agora, aproveito para fazer desta "homenagem" ao oportunismo político e social dos novos tempos, uma outra bem mais séria ao post aqui publicado logo abaixo, pelo António Alves.
LES BOURGEOIS
Le coeur bien au chaud
Les yeux dans la bière
Chez la grosse Adrienne de Montalant
Avec l'ami Jojo
Et avec l'ami Pierre
On allait boire nos vingt ans
Jojo se prenait pour Voltaire
Et Pierre pour Casanova
Et moi, moi qui étais le plus fier
Moi, moi je me prenais pour moi
Et quand vers minuit passaient les notaires
Qui sortaient de l'hôtel des "Trois Faisans"
On leur montrait notre cul et nos bonnes manières
En leur chantant
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient bête
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient c...
Le coeur bien au chaud
Les yeux dans la bière
Chez la grosse Adrienne de Montalant
Avec l'ami Jojo
Et avec l'ami Pierre
On allait boire nos vingt ans
Voltaire dansait comme un vicaire
Et Casanova n'osait pas
Et moi, moi qui restait le plus fier
Moi j'étais presque aussi saoul que moi
Et quand vers minuit passaient les notaires
Qui sortaient de l'hôtel des "Trois Faisans"
On leur montrait notre cul et nos bonnes manières
En leur chantant
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient bête
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient c...
Le coeur au repos
Les yeux bien sur terre
Au bar de l'hôtel des "Trois Faisans"
Avec maître Jojo
Et avec maître Pierre
Entre notaires on passe le temps
Jojo parle de Voltaire
Et Pierre de Casanova
Et moi, moi qui suis resté le plus fier
Moi, moi je parle encore de moi
Et c'est en sortant vers minuit Monsieur le Commissaire
Que tous les soirs de chez la Montalant
De jeunes "peigne-culs" nous montrent leur derrière
En nous chantant
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient bête
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient c...
John of God Pine Tree ou os comidos por lorpas
15 outubro, 2009
Ainda há milagres?
Gostaria de pensar que os autarcas e as associações económicas do distrito, bem como os responsáveis de, pelo menos, a Universidade de Aveiro, se reunirão rapidamente para criação de um verdadeiro lobi destinado a conseguir a concretização da transferência, mas no entanto tenho uma forte suspeita de que, pelo contrário, vão ficar todos numa atitude de expectativa, a olhar para o céu a ver se cai alguma coisa.
Dada a prática habitual dos governos centralistas e sulistas que nos (des)governam, reconheço que há uma forte hipótese de o senhor ministro, embora concordando com o abandono da Ota, decida que em vista disto e mais daquilo, a transferência de efective sim, não para Ovar mas para o aeroporto de Beja ou mesmo para o do Montijo! Mesmo assim penso que é uma batalha que os interessados não têm o direito de não travar, por muito que de um governo que nos rouba milhares de milhões sob o pretexto do famigerado "efeito de difusão", tudo seja de esperar, especialmente se os espoliados não se mexem e se limitam a inócuas lamúrias depois da casa roubada. Mas... não será possível que ainda ocorram milagres?
Explicações para as púdicas donzelas da capital do império
Dado que os sketches do Boby e do Tareco já estão gastos, a fruta e o café com leite e o Bimbo da Costa também, queria sugerir aos humoristas de Lisboa [da Contra-Informação, Gatos Fedorentos e demais], que se lembrassem de fazer Humor com um pouco mais de democracia e colassem às grandes orelhas de Luís Filipe Vieira uma história engraçada de pneus e outras "drogas"...
Ao Jornal de Notícias: divulguem o Porto Canal, bolas!
14 outubro, 2009
De Maitê para Lisboa!
As donzelas da imperial e neo-colonial Lisboa, ofenderam-se todas com os motejos da bela Maitê Proença àcerca de Portugal não propriamente por ela ter ironizado com os portugueses, mas por tê-lo feito em Sintra e Lisboa...
Afinal, por quê tanto escândalo se os "portugueses" de Lisboa passam o tempo a fazer o mesmo com portuenses e alentejanos, além de nos chularem. Foi isso mesmo que eu escrevi: chularem! Então, tomem e embrulhem. Esta foi direitinha para um "Portugal" muito alfacinha.
Não gostaram? Eu adorei. Viva a Maitê!
Lembram-se do Contra-Informação e dos Gatos Fedorentos? Não? Então vão ao médico.
Excelente debate ontem, no Porto Canal
13 outubro, 2009
Resultados: uma análise sócio-política
O que me intriga é que este homem, com uma excelente estratégia eleitoral, tenha uma visão tão estreita da cidade e, parafraseando António Lobo Xavier, seja um incapaz de qualquer “comunicação de sonhos” e se limite a ser “um homem muito prático”, que “não fala de grandes projectos, não exibe um grande conhecimento do mundo”. Reflecte, no fundo, o Porto actual e a sua burguesia. Ao contrário do que advoga Rui Moreira no seu recente livro, o frenesim político pós 25 de Abril desta burguesia não se deveu ao seu intrínseco liberalismo, pois este há décadas e décadas que desapareceu. Deveu-se ao seu atávico terror em perder privilégios e profundo horror à modernidade. Aliás, um arquétipo desta burguesia é o sempre presente advogado Miguel Veiga.
Também é verdade que a maioria dos portuenses votantes não votou em Rui Rio – 69 mil eleitores contra 62 500 escolheram outras opções. Nenhuma vitória se deve ao ‘povo’ quando a maioria do povo não votou nessa opção. Mas o sistema eleitoral autárquico é este e eu até concordo com ele. Resta-nos democraticamente combater a gestão sem “grande conhecimento do mundo” desta Câmara.
O divórcio entre elites e o povo do Porto [Público]
António Lobo Xavier
Impostos
12 outubro, 2009
O voto no Pato Donald
Haverá múltiplas explicações, cada uma delas com um bocadinho da verdade. A minha explicação, que vale o que vale, é a convicção que a maioria dos portuenses votou basicamente no partido da sua preferência, ignorando que não são os partidos que resolvem os problemas locais. Pelo contrário, os partidos só atrapalham. Esses eleitores, para fazer triunfar o partido da sua preferência, até no Pato Donald votavam se ele fosse o candidato. Chego à triste conclusão que a maioria dos portuenses não parece preparada para eleger autarcas, pois votar em símbolos e não em pessoas é sinal de falta de maturidade cívica e política.
Crimes do Estado
Elisa Ferreira versus Luís Filipe Menezes
A derrota absurda de uma potencial vencedora
11 outubro, 2009
Já votei!
PS-Não, não fui às urnas por causa do discurso paternalista do senhor Presidente da República. Pelo contrário, quando o ouvi a dizer que votar era uma obrigação, até me apeteceu mudar de ideias, mas pelo Porto faço tudo, até engolir sapinhos cavaquistas.