16 agosto, 2008

A voz pífia de Rui Rio

Efectivamente - é como diz o nosso amigo Vila Pouca -, o JN deve ter ouvidos de tísico para ouvir tão bem a voz de Rui Rio. Provavelmente, se o JN, consegue ouvir o que mais ninguém consegue, é porque se muniu de algum daqueles aparelhos indicados para pessoas com deficiências auditivas visto já não ser a primeira vez que elogia o autarca portuense completamente desenquadrado da realidade.
Se há uma coisa que este Presidente de Câmara não tem sabido fazer (exceptuando com FCP...) é fazer-se ouvir. Que ele não se oiça a si mesmo, ainda vá que não vá, porque nunca mais se deve esquecer do que disse (que não era por berrar contra Lisboa que o Porto se afirmava), quando chegou caído de paraquedas à edilidade portuense; agora que o JN lhe esteja a servir de amplificador é que é, no mínimo, estranho...
Para quem foi tão desprezado por Rui Rio, tudo indica que há um volte-face estratégico de convivência entre o jornal e autarquia, mas a ser verdade, também não é preciso exagerar!
O JN, fiel ao percurso situacionista que decidiu percorrer, pigmentado pelo inconformismo de alguns colaboradores idóneos e inconformados que lhe vão dando ainda certa credibilidade, parece esquecer-se que um dos papeis , exigíveis e a um autarca é, antes de tudo, ouvir, e fazer-se ouvir pelos eleitores. É para as populações que a sua voz deve apontar e não para os circuitos fechados e amorfos dos corredores da câmara e das reuniões da JMPorto para meia dúzia de gatos pingados.
Bragança Fernandes, o Presidente da Câmara da Maia, que à imagem do falecido Vieira de Carvalho tem feito um trabalho sóbrio, mas notável, naquela cidade, deu o mote na edição de hoje do JN. Mas não chega. É preciso falar tão alto quanto for necessário, até se fazerem ouvir. A componente reinvindicativa nunca pode ser posta de parte quando os acordos não são respeitados. É preciso que esta gente que aceitou representar o eleitorado comece a dar provas que a cara condiz com a careta e que faça mais alguma coisa do que limitar-se a dizer que o governo se porta mal ou simplesmente, a amuar.
Haja garra, meus senhores! Saibam dar-se ao respeito! O Porto exíge-o!

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