Há quem acredite que depende exclusivamente de cada um de nós traçar o nosso próprio destino. É um cliché que os pais de família e os governantes têm em comum, só que usados com propósitos distintos.
Enquanto os pais de família transmitem essa ideia aos filhos para lhes moldar o sentido de responsabilidade e os "obrigar" a encarar seriamente a sua formação académica para melhor se defenderam na vida prevenindo o futuro, os governantes fazem-no para criar no povo a ideia de que a sociedade, desde que ele o queira, está preparada para lhe proporcionar um lugar ao sol com um emprego [ou um negócio] compensador. Nada mais falso. Contudo, este discurso demagógico tem vindo a passar. Tal como o da Bíblia, contestada agora também pelo José Saramago e que já está a gerar muita polémica...
Nenhum Governo, em nenhum lugar do Mundo, é tão bom, que consiga garantir emprego condignamente remunerado aos seus povos, muito menos o de Portugal que na Europa continua a orgulhar-se de pertencer ao grupo dos mais atrasados. Mesmo que apanhados em flagrante delito, com a mão na massa, como diz o povo, os políticos continuam a ter sucesso com a técnica do embuste. Há ainda um número considerável de pessoas estranhas a depositar-lhes confiança, apesar da subida sistemática das abstenções, e é isso que fatalmente nos vai mantendo na rectaguarda do progresso.
Dou um doce a quem tenha ouvido da vox populi o discurso fadista da multi-formação, da necessidade de as novas gerações terem inevitavelmente de concluir tipos diversos de cursos, quer sejam de formação ou académicos, a pretexto de já não existirem empregos para toda a vida e de serem obrigados a mudar de profissão várias vezes. Até podem ter ouvido, porque afinal de contas o mal do povo é emprenhar facilmente pelos ouvidos, mas nos media não, só pode ter ouvido dizer estas cretinices a duas classes de pessoas: aos políticos e aos empresários. E vale o que vale, não é para levar a sério, nem convém que seja.
Com tanta coisa torta no Mundo para endireitar, tanto plano inacabado, outros tantos por iniciar, com tanta carência, como é possível espalhar esta ideia peregrina do pluri-emprego e da pluri formação quando há um mundo de jovens sem emprego para um único curso? E se tivessem dois, três diplomas, como seria?, assim mesmo o Estado ou o Empresariado estariam em condições de lhes garantir emprego? E os pais, a grande maioria dos pais portugueses ganharão e viverão o tempo suficiente para pagar esses cursos «Multiplex» aos filhos?
Esta, é uma das mais recentes balelas, mais um sinal nítido da incompetência daquilo a que pomposamente chamam elites! Afinal, chega-se à conclusão que hoje, pertencer a uma elite, começa a ser um mau motivo para corar de vergonha. Falar de multi-formação numa época onde o desemprego é avassalador e se vai espalhando pelo mundo como um carcinoma, é o mesmo que brincar com um doente em estado terminal. E eles brincam. Sempre brincaram, porque haviam agora de respeitar o Povo?
Este país é um faz de conta.
ResponderEliminarAinda bem que D.Afonso Henriques,
fez o registo da nacionalidade a
Castela e ao papa.Se não com esta
gente não passava de um país virtual.
Comliquex,Ladraotex,Aldrabaotex
ex ex ex ...
O PORTO È GRANDE VIVA O PORTO.