O grande escolho à regionalização é indiscutivelmente o prórpio governo. Os sucessivos governos não a têm querido, por muito que hipocritamente digam o contrário, ou então inventam alternativas, como a chamada reforma Relvas, para enganar os incautos. O próprio referendo de 1998 foi uma fraude, porque todos os partidos fizeram, o PS encapotadamente, tudo o que puderam no sentido de o sabotar. Outra técnica utilizada pelos governos há mais de 20 anos, é a invenção de pretextos que pretendem explicar que "naquele momento" o referendo é "inconveniente". Estou convencido que irá acontecer o mesmo em relação ao referendo prometido para a próxima legislatura. Qualquer desculpa servirá. Pode ser a crise monetária, o preço do petroleo ou o tamanho do buraco na camada de ozono.
Não me canso de lembrar que regionalizar é abdicar de poderes que hoje pertencem a um reduzido núcleo que é a essência do centralismo. Nenhum partido o fará a menos que a tal seja obrigado. Estou convencido que os nossos políticos conhecem perfeitamente as vantagens, para o país, decorrentes da regionalização ou da autonomização, mas a grande maioria deles põe em primeiro lugar os benefícios próprios, tendo chegado à conclusão que manter o status quo lhes é vantajoso. Assim como há o GQT (Governo Que Temos) há também os PQT (Políticos Que Temos).
Há outro tipo de obstáculo. A insuficiente divulgação do estatuto das regiões, dos critérios geográficos da sua divisão, do binómio regionalização-autonomização são, entre outros, obstáculos invisíveis mas reais. As pessoas não se sentirão motivas a votar se não se sentirem elucidadas. Tentarei falar disto num próximo post.
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Meu caro,
ResponderEliminarPessoalmente, já não consigo olhar para um político como se olha para um ser humano "normal".
Vejo-os como facínoras a quem muito me aprazia meter no cárcere SE PUDESSE.
Como não é possível, temos de ser mais duros com esta garotada que está a esfrangalhar o país mesmo na nossa cara, com contas bancárias pessoais escândalosas.
Estes gajos pensam que vão continuar assim toda a vida, mas receio bem (e espero) que o povo um dia desperte e lhes faça pagar muito cara a ousadia.