28 setembro, 2009

Sonhos de uma noite de outono (II)

Gostei do resultado das eleições. Não porque o partido A subiu ou o partido B desceu, ou o partido tal teve mais ou menos votos do que há quatro anos. Gostei porque acabou a maioria absoluta. Os partidos políticos portugueses não resistem à tentação de se comportarem como autênticos ditadores, sem respeito pelas outras forças políticas. Problema de Sócrates e do PS? Não creio, penso que qualquer partido teria o mesmo comportamento. As maiorias absolutas só funcionam com povos que tenham a cultura democrática bem entranhada nos seus genes, o que não é manifestamente o caso de Portugal.

Virá um novo governo com uma diferente política a que o PS será obrigado por não poder governar sozinho. Faço alguns votos piedosos.

Que a Educação trabalhe mais para a real educação dos alunos, e menos para as estatísticas internacionais. Que o(a) novo(a) ministro(a) seja mais sensato(a) do que a actual e que consiga escapar à influência negativa dos técnicos do "eduquês" que há muito se entranharam no seio do Ministério.

Que o Ministério da Justiça consiga concitar os consensos necessários para transformar a nossa vergonhosa Justiça. Que se revejam as leis referentes à repressão da criminalidade - pequena ou grande - no sentido de tornar as nossas ruas mais seguras.

Que o Ministério das Obras Públicas tenha um titular menos "aluado" do que o actual.

Que o Ministério da Agricultura não deixe caducar a atribuição aos agricultores portugueses de dezenas de milhões de Euros provenientes de Bruxelas.

Gostaria também que os partidos políticos e seus eleitos aproveitassem a ocasião para dar uma varredela às teias de aranha que enchem a nossa Constituição.

Last but not the least, gostaria de ver finalmente desatados todos os nós que atam a regionalização.

Como é fácil sonhar...

1 comentário:

  1. Sonhos facilmente realizáveis e que por exemplo, a candidata do PS à Câmara, devia colocar já na agenda e dizer que se for eleita, fará junto do Sócrates todas as pressões necessárias para que a regionalização avance.

    Um abraço

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...