28 março, 2012

Tão «populista» que é, este Manuel António Pina...


Um "negócio" surreal



A história trágico-financeira-política do BPN atravessa dois governos e é assustadoramente surreal (ou talvez antes neo-abjeccionista): "nacionalizado" por um Governo PS, isto é, nacionalizadas as suas dívidas, a maior parte resultante de trafulhices, e detido o seu guru-mor, Oliveira Costa, enquanto os demais responsáveis continuam a andar por aí de cabeça despudoradamente erguida e como se não fosse nada com eles, coube a um Governo PSD/CDS "privatizá-lo" de novo.

Os jornais publicaram há dias a notícia de um grupo norte- -americano que se disporia a dar 600 milhões pelo BPN. Parece que, apesar de repetidas tentativas, nunca conseguiu chegar à fala com o Governo. E o Governo, não tendo melhor oferta, acabou por vendê-lo a um banco, o BIC, de Isabel dos Santos, filha de Eduardo dos Santos, e de Américo Amorim, pela módica quantia de 40 milhões de euros.

Entraram, pois, 40 milhões nas contas do Estado? Não: saíram (mais) 600 milhões, pois o Governo PSD/CDS comprometeu-se, para que o BIC fizesse o favor de "comprar" o BPN por 40 milhões, a dar-lhe... 600 milhões. Parece que para o "viabilizar". E ainda a emprestar- -lhe outros 300 milhões a 0% de juros. E a ficar com o encargo de metade dos seus trabalhadores.

Não foi um negócio da China, foi um negócio de pôr os olhos em bico. E, como em negócios assim há sempre um otário, adivinhe o leitor a que bolsos irão parar os seus subsídios de férias e de Natal.

[In JN]

Nota de RoP:
Vou dizer uma coisa que alguns preferiam não ouvir. Sim, sim,  aqueles fidalgos que habitualmente aparecem a defender estas roubalheiras indecentes, como se estivessem na igreja a pregar a missa aos crentes: uma coisa destas justifica uma revolução, mas com balas nas culatras, em vez dos cravos de Abril nos canos.  Balas, selectiva e justamente dirigidas, aos alvos...

2 comentários:

  1. O negócio BPN, onde estão metidas algumas das iminências pardas deste país, é uma coisa que só de pensar mexe com o mais pacato e o transforma em alguém capaz de perder a traquitana.

    Um abraço

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  2. Chegamos à conclusão que os negócios feitos pelos nossos governantes e estes não fogem à regra, são todos danosos para os bolsos dos contribuintes.
    Enquanto os culpados, (e são muitos) vigaristas, ladrões, assassinos e outros que se aproveitaram da situação, andam com os bolsos cheios, a viver à grande e à francesa à custa do BPN, e nós é que vamos pagar a factura.
    Toda a gente sabe quem são os culpados... e não são presos porquê? a quem interessa que isto fique assim!?...

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO,

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