11 agosto, 2014

De volta ao país do faz de conta

De volta à realidade nacional, onde os poderosos e gangsters da banca e da política, continuam a ser tratados pela Justiça como se fossem pessoas altamente respeitáveis, confesso que já me cansa esta inutilidade que é ser "livre" e dizer o que penso, só para fingir que vivo numa democracia.  A verdade é que há muito que percebi que esta "liberdade" é a única maneira confortável de exercer a ditadura na Europa comunitária do século XXI, até porque de comunitária já tem pouco... Se a isto juntarmos a vergonha genocida de dois países recém libertos da cortina de ferro, entre a Ucrânia e os separatistas pró Moscovo, é caso para mandarmos definitivamente à merda todos os optimistas do planeta e perguntarmos se não serão eles também um pouco responsáveis pelo que de pior está a acontecer à humanidade. 

Então, o que nos resta dizer? Se tudo isto ao menos servisse para despertar os portugueses da longa letargia de maturidade cívica em que mergulharam, do mal o menos. Mas não. Apesar de continuar a ser enganado, a ser despojado dos seus bens mais básicos, este povo continua pateticamente a manifestar-se orgulhoso com a vida cor de rosa de Ronaldo e Mourinho, como se incorporasse em si o cérebro de uma criança de 5 anos de baixo coeficiente intelectual.

Como dar a volta a isto, se nem o futebol, ou melhor, o amor ao clube, os ajuda a perceber a discriminação com que a sua região ou cidade é tratada em relação aos clubes da capital? Como é possível transmitir "miolo" a um cérebro que abdica de o usar para seu próprio bem?  Alguém duvida que se perguntássemos agora a alguns portuenses portistas, que dos clubes grandes, são seguramente os adeptos que mais razão de queixa têm para se sentirem discriminados, se eram a favor da regionalização ainda havíamos de ver muitos a repetir - tais papagaios desmiolados - a lengalenga dos centralistas, que eram contra por não querem "dividir" o país?  E outros, nem sequer respondiam, por desprezível ignorância. 

Um país onde prevalecem os gostos por programas do tipo "Portugal no coração",  por Gouchas e Teresas Guilhermes, um país que não "dá" tempo ao povo para se divertir pensando, é um país formatado para gerar a imbecilidade. E desengane-se quem pensa que isso é por acaso. Não é.

5 comentários:

  1. Estamos num país em que o crime compensa, três, quatro anos de investigação com todos os custo e mais alguns, pagos sempre pelos mesmos, e nada vai acontecer.
    Com esta conquista da super/Taça que as Aves de Arribação ganharam até a cotação do Novo BES vai subir. Isto não é um país cor de Rosa é um país Vermelho cor de Inferno.

    Com aquele ar de Coelho Salazarento este país entra nas trevas sem nunca ver luz ao fundo do túnel.
    Sabe uma coisa, eu já não acredito em ninguém, nem em Pretos, Brancos, Amarelos ou Vermelhos. Este país foi sacado, esventrado, vendido por uma corja de políticos incompetentes, corruptos e porcos.
    Um abraço.

    Abílio Costa.

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  2. Silva Pereira12/08/14, 12:43

    Boa tarde,

    espero que as suas férias tenham sido boas.

    Se calhar pelo regresso de férias a sua resiliência pare estar a esgotar-se? Espero que que não se junte ao meu estado de alma.

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  3. Não é não !É só olhar em redor. Dizem-nos que no próximo dia 14 o Tribunal Constitucional decidirá pela constitucionalidade ou não dos cortes de salários e pensões. Sabemos da sanha persecutória deste governo relativamente ao funcionalismo público, daí até montarem o "circo" foi um instante. O Tribunal de Contas anunciou "Urbi et Orbi" uma análise às contas da Segurança Social e logo as Televisões, os Jornais e os " opinion maker" de serviço tratam do resto. Como bem diz : "GERIR A IMBECIBILIDADE". O Professor Marcelo arranca com o seu palpite de que o presidente do PSD vai ser feliz no seu discurso do Calçadão e é só apostar singelo contra dobrado que aos funcionários públicos e pensionistas será apresentada mais uma factura, tendo em vista atenuar os efeitos maléficos do Banco Mau.
    Não resisto se mo permite, a citação dum Soneto do meu conterrâneo António Nobre :

    Num certo Reino à esquina do Planeta,
    Onde nasceram meus avós, meus pais,
    Há quatro lustros viu a luz um Poeta,
    Que melhor fora não a ver jamais.

    Ao despontar para a vida inquieta,
    Logo ao nascer mataram-lhe os ideais,
    à falsa fé, numa traição abjecta,
    Como os bandidos nas estradas reais.

    E se eu sou um descendente,
    Um ramo dessa árvore de heróis.
    Que entre perigos e guerras lutaram por um ideal,
    Nada me importas País,
    Seja meu amo o Carlos ou o Zé da Teresa,
    Amigos. Que desgraça nascer em Portugal!
    Os votos de que tenha tido boas férias e cumprimentos do

    Guilherme Olaio

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  4. José Eduardo Moniz diz que Sporting
    teve "perdão de dívida" da banca

    vice do benfica fala de "distorção competitiva inexplicável" aquando da eleição de bruno de carvalho in Recor
    __________

    Vamos pagar este perdão ???!!!...

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  5. Obrigado Guilherme Olaio!

    É uma vergonha perene esta coisa de constatarmos a contemporaneidade dos escritos de Nobre e Queiroz! Isso explica a aversão dos políticos pela cultura!

    Um abraço

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...