Já terão notado que sou leitor regular do JN e que não me privo de fazer críticas à sua política editorial e a algumas cronicas que lá são publicadas. Além disso, não gosto muito de ler aquelas páginas das rubricas relacionadas com a "Polícia" e a "Segurança", sobretudo agora que o país atingiu sem dúvida o ponto mais alto da ingovernabilidade, desde que me conheço. Mas também é verdade [e os leitores são disso testemunhas], que publico imensas crónicas de variados articulistas, mesmo daqueles a quem pontualmente critiquei, o que significa que procuro ser justo em ambos os casos. Li durante alguns anos o jornal "Público", porque gostava mais do formato e da qualidade dos cronistas que lá colaboravam, e dos próprios jornalistas. Só deixei de o ler, quando comecei a dar-me conta que, sendo o Público um jornal com sede e propriedade no Porto, pouco escrevia sobre a nossa cidade. O Jornal de Notícias, apesar de algumas desconexões com a ética [promove diariamente a prostituição] e com a defesa do Norte, sempre lhe dedica mais espaço. Daí a minha preferência.
A circunstância de não gostar de ler as páginas das desgraças nos jornais, não invalida a sua importância, até porque é também através delas que podemos medir o nível de estabilidade económica e social do país, facto que o Governo, pelo que se vê, irá continuar a ignorar, enquanto nenhum dos seus elementos sofrer directamente e na pele as suas consequências... Foi precisamente numa dessas páginas, que após ter lido o caso de uma mulher detida por assaltos a agências bancárias [com uma pistola de plástico], desempregada, mãe de família, e com grandes dificuldades financeiras, que me lembrei de outra classe de marginais, muito mais perigosos e com elevado estatuto de responsabilidade pública, que continuam a "penar" no aconchego das suas faustosas residências [dentro e fora do país] com a "condescendência" da Justiça, e como esta vai ser seguramente célere e implacável com a inofensiva "Viúva Negra" para mostrar ao mundo dos pacóvios que ninguém brinca com a Lei. Mas, brinca, senhores magistrados, nas vossas barbas, e V. Exas. permitem-no [o que não os honra em nada] !
Gostava mesmo, era de ver igual empenho e rapidez, no julgamento dos casos BPN, Portucale, Submarinos, Freeport, Magalhães, Face Oculta, Duarte Lima, Vale e Azevedo, Dias Loureiro, e tantos outros similares, para poder finalmente acreditar que existe efectivamente um JUSTIÇA igual para todos em Portugal. Mas para isso, seria fundamental investigar e julgar [em caso disso] todas as pessoas envolvidas nestes processos e suspeitas, com sanções proporcionais aos respectivos crimes, aos seus estatutos sociais e políticos, usando exemplarmente de discriminação negativa, dado os lugares de altíssima responsabilidade que ocupam [e ocuparam].
Será que algum dia os portugueses terão uma Justiça alheia ao estatuto social dos arguidos? Eu duvido, mas talvez.... Só que antes seria imprescindível desparasitar muito bem os anti-corpos que minam a sociedade portuguesa de alto a baixo. Mas para que tal empreitada venha a ter sucesso, o recurso à força é quiçá a única solução, porque este modelo de democracia, como é público e notório, ninguém respeita, mas as armas sim. Infelizmente, sou levado a acreditar nessa opção, ainda que preferisse métodos genuinamente democráticos.
Mais um excelente "post"! Faça o favor de continuar...
ResponderEliminarCumprimentos
Armando Monteiro
A justiça que devia estar acima de todos e ser um referencial de rigor, equilíbrio e equidistância, um pilar do regime democrático, está claramente politizada, tem dois pesos e duas medidas.
ResponderEliminarA viúva negra foi apanhada, mas da maneira que isto está, as filhas e filhos da viúva negra, vão proliferar.
Abraço e bom fim-de-semana.
Mas quem é que mete na prisão esses ladrões de colarinho branco, que pagam com o dinheiro roubado a bons advogados para os defender. Depois a própria justiça feita distraída, ajuda para que tudo seja branquiado e prescreva.
ResponderEliminarA justiça neste país é cega, e já nem a apalpar lá chega. A ministra da justiça farta-se de mandar palpites, mas o que é certo, quem vai preso são os plebe , os outros andam assobiar para o lado.
O ministro da Defesa, preocupa-se mais em ir ao escritório dele à 6ª feira e deixar o carro com os seus seguranças estacionado encima do passeio! mas, pelos vistos preocupa-se pouco com as esquadras que estão a cair de podre sem condições para trabalhar! embora nesta anarquia de crimes e roubos, a polícia mesmo nestas condições não podendo estar lá dentro, cá fora nas ruas também não se vê.
Será que isto só lá vai com uns tabefes...
O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.