Não sei quanto tempo mais será possível manter a fraude e a mentira como forma de exercer a política, e até a própria justiça, o que sei, é que algo vai ter de mudar. Perpetuar estas situações de absoluta discriminação e impunidade é que não pode ser.
O artigo do bastonário Marinho e Pinto, abaixo publicado, revela bem o estado a que a política chegou, e a dualidade de critérios usada por pessoas que deviam ser as primeiras a servir de exemplo, mas que fazem exactamente o contrário. É portanto "compreensível" o ódio de estimação que alguns magistrados e a própria Ministra da Justiça devem votar ao actual bastonário da O.A. Estão fartos dele, nota-se, e a pedir aos Deuses que o seu mandato chegue depressa ao fim, para ver se lá colocam mais um aldrabão bem falante, com máscara de sábio, igual ou pior aos que o antecederam, e tudo voltar à (a)normalidade.
A manutenção das regalias e direitos dos magistrados [mesmo depois da aposentação] é, à luz do discurso de austeridade usado pelo governo, uma autêntica aberração. Tanto para o Governo, que mantém essas regalias [e se põe a jeito para suspeitarmos das suas verdadeiras intenções], como também para os próprios beneficiados, que parecem não ter ideia da dignidade do lugar que ocupam. E a propósito de dignidade, convém que isto fique dito e cravado na cabeça de muita gente: a dignidade de um magistrado, ou de um sapateiro, não são mensuráveis pelas regalias que se tem, ou não se tem, e sim pela seriedade e pelo zêlo com que desempenham os respectivos ofícios. Só à posteriori é que as benesses e o prestígio se outorgam, se forem merecidas... Assim é que terá de ser. Tanto para uns, como para outros.
A maior indignidade que se pode conceber é aceitar-se como naturais as discrepâncias salariais escandalosas entre diferentes actividades, como acontece principalmente neste país. Há gente que apesar de mortal é tratada como se o não fosse, ou como se produzisse paraísos para a sociedade.
Um médico, ou um juíz, são de facto profissões com características e sensibilidades muito próprias, e por isso justificam vencimentos e tratamento privilegiados, mas para isso é preciso que sejam os próprios cidadãos a reconhecer que o "fato" que vestem assenta bem nos seus corpos, e sobretudo nos seus valores morais e intelectuais. Estamos fartos de ver incompetentes em todas as profissões, isto já para não falar de corrupção, que é o que mais há.
Portanto, senhores governantes, vejam se acabam com essa treta da "dignidade" que reclama para vós carros topo de gama, mas manda para a fome ou para a emigração os governados, porque tais mordomias deviam dar passaporte directo para prisão a quem as apregoa. Terão percebido a mensagem, ou precisam de um desenho?
Um médico, ou um juíz, são de facto profissões com características e sensibilidades muito próprias, e por isso justificam vencimentos e tratamento privilegiados, mas para isso é preciso que sejam os próprios cidadãos a reconhecer que o "fato" que vestem assenta bem nos seus corpos, e sobretudo nos seus valores morais e intelectuais. Estamos fartos de ver incompetentes em todas as profissões, isto já para não falar de corrupção, que é o que mais há.
Portanto, senhores governantes, vejam se acabam com essa treta da "dignidade" que reclama para vós carros topo de gama, mas manda para a fome ou para a emigração os governados, porque tais mordomias deviam dar passaporte directo para prisão a quem as apregoa. Terão percebido a mensagem, ou precisam de um desenho?
Tomos os dias vemos que o rei vai nu. Quando ouvimos, certas coisas, como por exemplo a declaração do Ulrich sobre a austeridade, pergunto-me: como é que podemos dar a volta a isto?
ResponderEliminarAbraço
Para esta canalhada que nos governa e nos pune, o Lema é este: É PRECISO MUDAR, PARA QUE FIQUE TUDO NA MESMA.
ResponderEliminarO PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.
Muito bem! Caro Rui Valente!
ResponderEliminarEste como todos os outros seus posts
rebentou com a escala de mérito.
Cumprimentos,
Armando Monteiro