12 maio, 2011

Jornal de Notícias mais amigo do Porto? Ou, um bluff?

Manuel Taveres e Joaquim Oliveira
O futuro director do Jornal de Notícias, Manuel Tavares, disse, esta quarta-feira, que quer consolidar o diário como "marca popular e de qualidade", apostando numa "relação de proximidade" com a população do norte do país.

No dia em que o Conselho de Redacção do JN deu parecer favorável à nomeação do ainda director d'O Jogo para assumir a direcção do título da Controlinveste, Manuel Tavares explicou à Lusa que quer atrair as pessoas que "deixaram de comprar ou que nunca compraram um jornal diário em papel" para que o comprem agora "por verem nele reflectidos os problemas da sua rua, da sua cidade, da sua região".

O Conselho de Redacção do jornal deu parecer favorável por maioria, com uma abstenção, depois de ter ouvido o director cessante, José Leite Pereira, e o nomeado pela administração.

O texto, ao qual a Lusa teve acesso, indica que foram obtidas garantias de que o programa do futuro director, assente na lógica de "jornal popular de qualidade e de proximidade", "não representa uma deriva tabloidizante" nem a "descaracterização" da publicação.

O Conselho de Redacção do jornal encara o programa apresentado como "um esforço de valorização do capital de ligação do JN aos problemas e anseios das populações, especialmente da sua área geográfica de maior influência".

"Eu acho que não há jornais nacionais, isso é uma ficção", afirma Manuel Tavares, que acrescenta não querer dar detalhes sobre projectos e ideias concretas por ainda não ter a equipa da direcção formada e por ainda não ter tomado posse, evento sem data marcada.
[JN]


Nota RoP
Não estou muito optimista [que querem, estou farto de falsas promessas], quanto a grandes mudanças no rumo editorial do jornal. As garantias, e o parecer favorável do Conselho de Redação do jornal, podem querer significar, "se prometeres portar-te bem, damos o nosso aval à tua nomeação" ...   

Esta frase presta-se igualmente a várias interpretações: "não representa uma deriva tabloidizante" nem a "descaracterização" da publicação. Pergunta-se: então o que é que vai mudar? Mais notícias regionais sobre o assalto à gasolineira do burgo, ou uma efectiva assunção de proximidade em termos sócio-políticos? Que a edição Sul é para terminar? Que o JN vai funcionar como contra-balança à imprensa centralista?

Vamos ver. Gostaria muito que o meu "pessimismo" fosse contrariado por um alinhamento editorial mais regionalista. De mansinho...  

2 comentários:

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...