20 outubro, 2008

Democracia sim, mas com ordem!

Plasmei o artigo aqui em baixo para que não hajam dúvidas de que a corrupção e a fraude não escolhe pontos geográficos específicos nem classes profissionais particulares. Toda a gente devia saber disto, mas muitas vezes não parece, dada a subserviência social que alguns, por ignorância ou medo de represálias, mantêm, com relação a determinadas classes profissionais.
Aqui há poucos anos, ouvi, com satisfação, o Engº. Ludgero Marques dizer em entrevista à televisão, que iria propor o fim do tratamento reverencial a determinadas classes profissionais (Engenheiros, economistas, advogados, etc.), porque tal já não fazia sentido em pleno século XXI, tendo até dado o exemplo dos E.U., onde apenas os médicos eram tratados por doutores (o que, se entendia melhor).
Tenho a impressão, que a ideia de Ludgero Marques não vingou, porque, apesar de saber que estes hábitos seculares levam muito tempo a banir, não só as pessoas tardam a assimilar estes novos meios de comunicar com os "formados", como estes últimos não se mostram muito interessados a abdicar deles. Estas reacções em si mesmas, diz-nos bem da real dimensão das nossas "elites". As elites não são nada! O elitismo é apenas uma máscara que alguns usam para se sentirem importantes. A importância vem (ou não) à posteriori com aquilo que cada um faz com o que aprendeu e quando digo "aquilo", não me estou a referir ao dinheiro que ganhou ou (como no post plasmado) que nos roubou, a todos nós, contribuintes.
Estas ocorrências - que todos sabemos não serem só de agora -, estão, lamentavelmente, a crescer como cogumelos, e é face a este pesadelo social que tenho uma enorme descrença no sucesso de qualquer movimento ou partido político novo que os cidadãos possam vir a constituir, mesmo que embuídos do melhor espírito.
A minha dúvida mantem-se e, até que alguém me convença da possibilidade de fazer vingar qualquer plano político, ideológico, económico ou social sem se cingir ao restrito respeito pelas regras, e pela Lei, digo já: não vale a pena!
Os países fazem as suas Leis, podem adaptá-las em casos muito específicos, mas manipulá-las como se de um pedaço de plasticina se tratasse, é cuspir-lhes em cima. E num país como o nosso, onde o povo (e aqui o povo, são "todos"), é tão cansativamente indisciplinado, nada se alterará nos anos (quiçá séculos) vindouros, caso não aprendamos a conviver com as regras.
Nota:
Se a ACDP, decidir centralizar o descontentamento dos cidadãos do Porto na discussão sobre a leviandade com que os poderes públicos têm lidado com as regras democráticas para lhes exigir mais seriedade (porque ela, de facto, não tem existido) e sobre os meios (complicados) para nos tornarmos numa Associação respeitável e respeitada, então participarei com todo o gosto nesse projecto.

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