25 outubro, 2008

Os Papagaios

Certo dia, no Parlamento britânico, um jovem e debutante deputado sentou-se ao lado de Winston Churchill e dirigindo-lhe a palavra, apontando para a bancada contrária, questionou-o: "Então é ali que estão os nossos inimigos?". Winston Churchill, velha raposa, respondeu-lhe do seguinte modo: "Não, ali sentam-se os nossos adversários; os nossos inimigos sentam-se aqui ao nosso lado".

E vem isto a propósito de quê? A propósito de certos 'regionalistas' que na ânsia imoderada de 'botar faladura' sobre tudo e mais alguma coisa dizem coisas que constituem verdadeiros atentados ao bom senso e acabam por prejudicar os interesses das populações. Parecem mais verdadeiros inimigos da Regionalização que seus defensores.

Afirmar que "o governo adia novamente a questão da resolução dos problemas em torno da variante da Trofa", como afirmou um dos intervenientes num debate radiofónico no Radio Clube Português (Emissão Minho), quando a obra já está em curso há um par de meses, além de demonstrar uma enorme impreparação e falta de conhecimento para discutir os assuntos, e um gritante alheamento da realidade, mesmo quando ela mora na freguesia ali ao lado, é prejudicial, e descredibilizante, para todos os que levam esta luta pela Regionalização a sério e não estão nesta 'guerra' apenas com o fito de se promoverem politicamente.

Se há assunto em que o governo central não deve ser criticado é nesta questão da variante da Trofa. Muito pelo contrário deve ser elogiado porque, nos termos a que estamos habituados em Portugal, a resolução até foi bastante célere. Ao contrário de, por exemplo, Vila Franca de Xira (Sim, lá no Sul, em particular na AML, também são gente e têm fundadas razões de queixa do centralismo e da megalomania das grandes obras públicas), que reivindica o mesmo há décadas e assiste impotente à morte frequente de vários dos seus cidadãos nas perigosas passagens para peões da sua estação ferroviária. E, convém esclarecer, a duplicação da via na Trofa nunca esteve em causa e já podia existir há anos. A própria edilidade da Trofa é que o impediu. A Trofa sempre reivindicou a passagem do comboio em túnel, tal como Espinho, por uma questão urbanística, para que o comboio deixasse de ser uma barreira que dividia a cidade em duas partes. Num país com as carências de Portugal, convenhamos, só com muito esforço se pode considerar este assunto como prioritário. Espinho e Trofa tiveram um privilégio que nem Lisboa tem.

Certos aprendizes de político, frutos das várias 'Jotas' do sistema, não nos trazem nada de novo. Continuam com os mesmos vícios e falta de qualidade dos seus mentores. Aliás, as 'Jotas' devem ser as entidades menos inovadoras que existem em Portugal. Trinta anos depois do 25 de Abril continuam a produzir a mesmíssimo medíocre produto. Nem o rótulo mudam.

1 comentário:

  1. Meu caro,

    Talvez entenda melhor porque é que deixei de cooperar com o "Norteamos".

    Não me estava a ver enquadrado com as ideias portofóbicas do autor do blogue que linkou e ao mesmo tempo com a defesa do Porto. Espanta-me é, que o José Silva ainda não tenha percebido isso...

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...