27 maio, 2014

De cidadão para cidadão...



...gostaria de dizer o seguinte: apesar de em democracia os partidos políticos se constituírem por grupos de cidadãos legalmente organizados para influenciar e tomar o poder, e de até ao momento ainda não ter sido inventada outra forma legítima de organização democrática para esse fim, não devemos nunca desistir de procurar novos caminhos para lá chegar.

Sabemos que a vida está em constante mutação. Na ciência, nas artes e até o próprio planeta, tudo tem sofrido mudanças. Umas ocasiões para melhor, outras para pior. De tão habituados estamos à mudança que às vezes até nos esquecemos que a tuberculose já foi uma doença mortal, que só o vírus da SIDA veio levantar novas suspeitas sobre a estabilidade da sua cura. Picasso e Dali romperam com a tradição conservadora do realismo e revolucionaram completamente a arte. Hoje, os seus quadros valem verdadeiras fortunas... Só uma coisa parece ser avessa à evolução: a democracia. E sabem quem mais tem feito por isso? Sabem, não sabem? Os próprios políticos.

Pela importância social que têm,  são as pessoas mais solicitadas pela comunicação social, portanto, aquelas que mais oportunidades têm para influenciar o povo. Povo esse que, curiosamente, e ao contrário deles, só é chamado a opinar para actos eleitorais, para colocar na urna o papelinho que os fará chegar ao poder com o respectivo cheque de cada voto nosso. Não admira pois, que sejam eles quem mais se insurgem contra os abstencionistas e que tudo fazem para banalizar a sua opção democrática, legítima. Pena é, que muitos de nós ainda não tenhamos percebido isto e nos deixemos influenciar com estes mitos, esta demagogia. com esta falta de respeito pelos cidadãos. Gostava, era de os ver honestamente preocupados com as causas substantivas do abstencionismo e a admitir que os patamares de exigência político-partidária têm de mudar em duas direcções básicas: seriedade absoluta e competência.

Para terminar, e para não ser mal interpretado, porque há sempre quem só leia a parte e não o todo de um texto, quero dizer o seguinte: os políticos são necessários em democracia, pelo menos, enquanto vigorar no léxico nacional o adjectivo, é assim que devem ser tratados. Não temos culpa é que eles próprios, por irresponsabilidade pessoal e partidária, tenham deixado cair tão baixo a reputação. É que, qualquer um de nós se um dia entender militar num partido e se tornar figura relevante, corre o risco de se tornar num deles: político. E só de imaginar a colagem com os que nos precederam é desmoralizante. E essa, é também uma factura cruel que os políticos do passado e do presente estão a passar aos vindouros.

Nota:
São conhecidos alguns bons exemplos de actividade política, principalmente ao nível das autarquias, e em quase todos os partidos, mas infelizmente não são esses que governam o país...

1 comentário:

  1. O VOTO SERVE PARA QUÊ! SE OS PARTIDOS PRINCIPALMENTE OS MAIS TRADICIONAIS MENTEM AOS PORTUGUESES COM TODOS OS DENTES QUE TÊM NA BOCA SEMPRE QUE HÁ ELEIÇÕES.

    OS PORTUGUESES ESTÃO CANSADOS DE VER E OUVIR ESTA GENTE OPORTUNISTA QUE À SOMBRA DOS PARTIDOS SE GOVERNAM...

    AINDA BEM QUE SE É LIVRE DE IR OU NÃO VOTAR, É QUE INFELIZMENTE JÁ NÃO DÁ PARA PERDER TEMPO COM GENTE MENOR COMO ESTES POLÍTICOS CARREIRISTAS QUE NADA FAZEM PELO PAÍS, E, PELO CONTRÁRIO, SÓ O DESTROEM.

    A PREOCUPAÇÃO DESTAS GENTE É PODER E MAIS PODER, TACHO E MAIS TACHO, AO PONTO DE HAVER CIÚMES, PULHICE, INTRIGA ENTRE ELES, É SÓ LER OS JORNAIS TODOS OS DIAS.

    UM GRITO DE REVOLTA, ESTAMOS FARTOS DESTA ESCUMALHA...

    Abílio Costa

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...