"A morosidade da Justiça é uma das maiores violações dos direitos humanos".
Bem, nós já sabemos isto há muito, mas é mais uma voz a juntar-se à da consciência cívica dos portugueses.
No JN de hoje, a ex-advogada, Dr. Natália Cunha Ramos, queixa-se da demora na resolução dos processos ligados à área dos acidentes de viação, que chegam a ultrapassar os 10 anos!
Logo no virar de página do mesmo jornal, pode ler-se que, um estudo encomendado pela PGR (muito bem Sr. Procurador), o sistema informático da Justiça é obsoleto e praticamente inútil, que "ultrapassa em muito, a visão negativa que os portuguesa já fazem dela".
Digamos que esta é uma não notícia, tão cansados estamos de saber como funciona a Justiça em Portugal.
Custa a perceber, é como numa época em que a informática invadiu as casas dos portugueses que é quase assumida como um electro-doméstico indispensável, num orgão de soberania tão importante como é o da Justiça, ainda se trabalhe à moda antiga. O recurso ao papel, às pastas para arquivos processuais continuam a ser a prata da casa.
Esta situação, estende-se a outros organismos públicos como a PSP, cujas esquadras encontram-se situadas em edifícios a cair de velhos sem as mínimas condições de dignidade e conforto.
É caso para perguntarmos: que andaram afinal a fazer durante estes anos todos, os senhores governantes, em particular dos Ministérios da Justiça e da Administração Interna?
Sendo facto unanimemente reconhecido que a Justiça é o principal pilar da sociedade, por que não lhe foi dada então prioridade de acesso aos muitos financiamentos comunitários disponibilizados?
Pelos excelentes exemplos que temos vindo a denunciar à exaustão aqui no Renovar o Porto, não ficaremos nada surpreendidos se quando sair do Governo o actual Ministro da Justiça for contemplado com uma bela prendinha pelos belos serviços prestados à tutela.
Talvez quem sabe, a da futura administração do Banco de Portugal. E digam lá se não é Justo.
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