21 novembro, 2007

A CONTROLINVESTE E A NOVA TV

Vale a pena ler esta notícia do JN e observar os comentários de algumas entidades ligadas ao negócio dos media. É caso para se dizer: é preciso ter lata! Mas, já sabemos, lata é coisa que não falta em Portugal.

A pretexto da intenção da Controlinveste pretender lançar uma nova operadora de TV, supostos "especialistas", afirmam que o mercado actual publicitário não comporta a presença de mais um canal aberto de televisão, considerando por esse motivo a sua inviabilidade económica.

Depois, acrescentam: "um quarto operador, caso se afirme, tornará a sobrevivência da SIC e da TVI ainda mais complicada."

A justificarem-se estes receios pela concorrência, é caso para perguntarmos se estes cuidados alguma vez se manifestaram em relação ao impacto negativo que causariam (e ainda causam) noutras áreas do país, nomeadamente na sua segunda maior cidade como é o caso do Porto.

Mais: estas entidades gostam - quanto é conveniente - de apelar ao bom senso e às regras democráticas, mas como se comprova, nunca se sentiram incomodadas com o facto do Porto não ter, ainda hoje, uma única operadora em canal aberto e de estarem a viver (e, como referem, a sobreviver) também à custa do mercado nortenho, incluindo as empresas públicas, como é o caso da RTP. Esta empresa, dispõe de dois canais abertos e mais alguns outros em cabo (RTPN, RTP Memória, RTP Àfrica), mas nenhum com direcção autónoma instalado no Porto. Nesta altura, inclusivé, a pouco autónoma RTPN vai emitir a partir de Lisboa no horário da noite (de maior audiência).

Resta-nos saber, já agora, aonde é que Rolando Oliveira (supostamente um homem do Norte), estará a pensar implantar a nova operadora. Algo me diz, que mais uma vez os pergaminhos do rigôr e da justiça vão ficar na gaveta das conveniências e que a nova Televisão será outra vez instalada na grande Lisboa, em mais um coerente acto de "descentralização" e de "seriedade".

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