Por motivos que não são para aqui chamados, deixei de acompanhar cerca de ano e meio, a evolução da estação de TV do Porto Canal. Actualmente, já disponho outra vez do canal e verifico, com satisfação, alguns progressos, principalmente na grelha de programação. Não é muito densa, é verdade (talvez por razões económicas ou financeiras), mas é original e está cheia de gente jovem e competente.
No entanto, receio bem que, com o tempo, acabe por suceder com o Porto Canal o mesmo que aconteceu com os jornais de referência portuenses. Como todos sabemos, uns acabaram mesmo por desaparecer (Comércio do Porto e Primeiro de Janeiro), e outros, com maior ou menor evidência, foram-se centralizando (ou domesticando, como quiserem) e preenchendo os seus quadros activos com gente amiga do sistema (JN, e Público).
Para já, ainda se vai respirando no Porto Canal um ambiente assumidamente nortenho e portuense. A cidade, é finalmente visível, ouvem-se e conhecem-se figuras locais da cultura, da vida social e da política, que até aqui estavam submetidas ao anonimato total pelas estações de tv lisboetas. Tudo isto é verdade, mas receio, que aos poucos comece a padecer do síndrome do déjà vu dos canais generalistas e se deixe minar por elementos fiáveis aos valores centralistas, sejam eles políticos, desportivos ou culturais.
Assisti um dia destes a um programa da tarde do Porto Canal dedicado à juventude, chamado Zona Interdita, moderado por dois jovens apresentadores e com alguns convidados. Um destes, foi um jornalista do pasquim desportivo ultra-ordinário "Record", chamado Eugénio Queiroz, curiosamente, o mesmo jornalista que é convidado residente de um outro programa desportivo de Domingo à noite, chamado (se não estou em erro) Tribunal da Bola.
Num dado momento, Pedro Nunes, um jovem pivôt, perguntou ao convidado se já alguma vez se tinha sentido ameaçado num recinto de futebol. O jornalista do Record respondeu que sim, e referiu ter sido no Estádio do Dragão o local do "crime". O outro, perguntou-lhe por quê, e ele respondeu que foi por ter escrito umas coisas sobre o processo Apito Dourado. Depois, rematou dizendo: "sabes como é, as pessoas não gostam de ouvir falar mal do seu clube e a verdade é que o Sr. Pinto da Costa estava envolvido no processo".
Foi curioso verificar que o entrevistador Pedro Nunes - que é sportinguista - não teve "olho" (ou não quis) para lhe perguntar o que tinha ele escrito no Record para justificar essas ameaças, enquanto a jovem Susana Guimarães - portista assumida - retorquiu oportunamente que a culpabilidade de Pinto da Costa no processo ainda estava por provar, o que, diga-se, é verdade. As perguntas foram fluindo e apertado pelos entrevistadores para dizer se os jornalistas, afinal, também não eram tendenciosos nas suas análises por terem simpatias clubísticas mais ou menos escondidas, o entrevistado acabou por se "assumir" leixonense numa primeira resposta, e confessar que o seu alter-ego era benfiquista, numa segunda...
Todo este convívio aparentemente pluralista e democrático, decorreu num clima descontraído e de boa disposição, que se saúda. O problema, é se, paulatinamente o Porto Canal, querendo ser mais papista que o Papa, vai deixar infiltrar-se por uma maioria de colaboradores e convidados simpatizantes das "coisas" centralistas e se não iremos acabar por vê-lo transformado em mais um «Canal Central». É que, cá para nós, que ninguém nos ouve: o jornal Record não é propriamente um jornal credível no já tão poluído jornalismo desportivo...
Para que o perigo de contaminação centralista e respectivos efeitos secundários não ameace a independência do canal portuense é imperiosa uma direcção assumidamente regional, em todos os aspectos, caso contrário, não tarda mais uma grande decepção.
No entanto, receio bem que, com o tempo, acabe por suceder com o Porto Canal o mesmo que aconteceu com os jornais de referência portuenses. Como todos sabemos, uns acabaram mesmo por desaparecer (Comércio do Porto e Primeiro de Janeiro), e outros, com maior ou menor evidência, foram-se centralizando (ou domesticando, como quiserem) e preenchendo os seus quadros activos com gente amiga do sistema (JN, e Público).
Para já, ainda se vai respirando no Porto Canal um ambiente assumidamente nortenho e portuense. A cidade, é finalmente visível, ouvem-se e conhecem-se figuras locais da cultura, da vida social e da política, que até aqui estavam submetidas ao anonimato total pelas estações de tv lisboetas. Tudo isto é verdade, mas receio, que aos poucos comece a padecer do síndrome do déjà vu dos canais generalistas e se deixe minar por elementos fiáveis aos valores centralistas, sejam eles políticos, desportivos ou culturais.
Assisti um dia destes a um programa da tarde do Porto Canal dedicado à juventude, chamado Zona Interdita, moderado por dois jovens apresentadores e com alguns convidados. Um destes, foi um jornalista do pasquim desportivo ultra-ordinário "Record", chamado Eugénio Queiroz, curiosamente, o mesmo jornalista que é convidado residente de um outro programa desportivo de Domingo à noite, chamado (se não estou em erro) Tribunal da Bola.
Num dado momento, Pedro Nunes, um jovem pivôt, perguntou ao convidado se já alguma vez se tinha sentido ameaçado num recinto de futebol. O jornalista do Record respondeu que sim, e referiu ter sido no Estádio do Dragão o local do "crime". O outro, perguntou-lhe por quê, e ele respondeu que foi por ter escrito umas coisas sobre o processo Apito Dourado. Depois, rematou dizendo: "sabes como é, as pessoas não gostam de ouvir falar mal do seu clube e a verdade é que o Sr. Pinto da Costa estava envolvido no processo".
Foi curioso verificar que o entrevistador Pedro Nunes - que é sportinguista - não teve "olho" (ou não quis) para lhe perguntar o que tinha ele escrito no Record para justificar essas ameaças, enquanto a jovem Susana Guimarães - portista assumida - retorquiu oportunamente que a culpabilidade de Pinto da Costa no processo ainda estava por provar, o que, diga-se, é verdade. As perguntas foram fluindo e apertado pelos entrevistadores para dizer se os jornalistas, afinal, também não eram tendenciosos nas suas análises por terem simpatias clubísticas mais ou menos escondidas, o entrevistado acabou por se "assumir" leixonense numa primeira resposta, e confessar que o seu alter-ego era benfiquista, numa segunda...
Todo este convívio aparentemente pluralista e democrático, decorreu num clima descontraído e de boa disposição, que se saúda. O problema, é se, paulatinamente o Porto Canal, querendo ser mais papista que o Papa, vai deixar infiltrar-se por uma maioria de colaboradores e convidados simpatizantes das "coisas" centralistas e se não iremos acabar por vê-lo transformado em mais um «Canal Central». É que, cá para nós, que ninguém nos ouve: o jornal Record não é propriamente um jornal credível no já tão poluído jornalismo desportivo...
Para que o perigo de contaminação centralista e respectivos efeitos secundários não ameace a independência do canal portuense é imperiosa uma direcção assumidamente regional, em todos os aspectos, caso contrário, não tarda mais uma grande decepção.
Sabe quem é a TL ?!....
ResponderEliminarAssim, só TL, não faço ideia. Diga-me você, se faz favor.
ResponderEliminarUma tv que não seja estatal,tem de viver da publicidade. As grandes empresas do Porto e do Norte,bem que podiam ajudar. Eu até diria que têm a obrigação.Não poderiam por uma vez esquecer o custo-benefício em favor dum elemento que é importante na afirmação da região? O dinheiro cega...
ResponderEliminarO Eugénio Queiroz a 1ª coisa que havia de fazer quando entra dentro de um estudio de tv é tomar banho porque cheira contantemente a porco, casado com a badalhoca TL -Tânia Laranjo do paskim C.Manhã free lancer da PJ - bufa, perita em lançar veneno contra PC.Tambem precisa que a encostem à parede.Mas há mais C.Daniel da RTP é um gayvota de marca. Adolfo Dias
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