02 abril, 2009

Que sufoco!

Com tanta informação disponível, é difícil de acreditar que, hoje em dia, haja alguém convencido que o derrotismo seja o caminho correcto para se chegar a algum lado. Só que, se não quisermos passar por conselheiros da onça, já é tempo de não fazermos dos problemas do país uma caldeirada onde o peixe é pobre e todo igual, porque não é.
Um grande problema para muitos cidadãos é, por exemplo, terem de pagar o maldito PEC (Pagamento Especial por Conta), em início de actividade empresarial quando mal tiveram tempo de se imporem no mercado e terem lucros. Já, um pequeno problema - para as empresas poderosas, como as filiais de bancos internacionais -, é por exemplo, o pagamento de impostos ao Estado, quando este aprova Leis , expressamente, para os isentar dessa obrigação.
O facto em si, devia inibir alguns cavalheiros, de uma vez por todas, da mania de se armarem em paizinhos-professores do povo, com o discurso gasto e hipócrita do optimismo. Por esta altura, deviam até serem presos, por desrespeito às populações já demasiado flageladas e cansadas, por esta, e todas as outras crises.
Como é "tradicional", quem por maioria de razão, tem motivos de queixa das crises, é sempre o povo, e não podem continuar a ser aqueles que mais contribuem para as gerar, a pregar-lhes os sermões. Reparem só no que vem escrito na coluna do Público, das "Frases de ontem":
  • Portugal parece uma panela de pressão. (Francisco José Viegas)

  • Um total descrédito invadiu todas as formas de exercício de Poder do Estado português. Os poderes legislativo, executivo e judicial agonizam. (Paulo Morais)

  • Se as trocas de acusações públicas dentro da instituição que lidera a investigação [do caso Freeport] apontam para uma falta de sintonia pouco tranquilizadora para os cidadãos, estas graves suspeitas são mais uma machadada na sua credibilidade. (Editorial/DN)

  • Perante este vendaval de acusações gravíssimas acerca da desestabilização da Justiça alguém se lembrou que ainda existe[?] um ministro que tutela esta pasta? (Carlos Abreu Amorim)

  • Estamos quase a estatelar-nos ao comprido e inculcam-nos o acessório e futilidade. (Baptista Bastos)

De todas estas óbvias realidades, destaco a de Carlos Abreu Amorim, pelo pragmatismo da interrogação. Mas afinal, onde está e o que faz o Ministro da Justiça???

Toda a gente reconhece a falência do Estado, mas o paradoxo é que são os seus representantes e leais acólitos, (ministros no activo ou retirados, banqueiros, etc.) quem continua a dar pareceres nessa e noutras matérias, em tudo o que é jornal, revista ou canal de televisão! E, são pagos para o fazerem!

Meus senhores, até quando é que vamos continuar a tolerar estas aberrações? Que falta nos fazem estas pessoas? Que importância têm para as nossas vidas os seus pareceres? São capazes de adivinhar?

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