02 abril, 2009

Uma luz ao fundo do tunel... do metro?

As palavras dos três representantes da CMPorto na Comissão de Acompanhamento da linha ocidental do Metro, soaram-me como música celestial. Eu sei que elas apenas reflectem as opiniões dos três membros, que provavelemente chocarão contra o muro do sistema centralista. No entanto, finalmente alguém responsável tem a coragem de dizer que a linha tem de ser enterrada, ao contrário daqueles que querem transformar o metro do Porto num sistema de transporte enfezado e muito menos eficiente do que aquilo que poderá e deverá ser. Quem não atinge aquilo que quero significar com estas palavras, que viaje entre Matosinhos e a estação da Senhora da Hora, e depois diga-me se faz algum sentido o sinuoso e complicativo traçado à superfície, com a consequente velocidade comercial a ser mais próxima do sec.XIX do que dos tempos actuais. É isto que querem repetir na linha ocidental!?

A Comissão de Acompanhamento está certa. O troço ocidental, seja qual for o percurso ( e creio que a opinião unânime é favorável a Diogo Botelho, muito acertadamente, por oposição à Av.da Boavista) tem de ser subterrâneo. A AM do Porto, as suas gentes, os seus representantes, as suas instituições, não podem permitir que se abandalhe o nosso metro, que se enfernize a vida dos seus cidadãos: utentes do metro, automobilistas, peões.

Contra esta solução não faltará o governo central e a sua corte de yes men que clamarão contra os custos, mas enquanto na capital do país se continuar a fazer obras faraónicas sem olhar nem ao custo nem à relação custo-benefício, nós aqui no Porto não poderemos de forma alguma aceitar o argumento do custo extra. Só deveremos apertar o cinto depois de ver Lisboa fazer o mesmo, nunca antes. Não podemos aceitar uma subalternidade humilhante. Se a construção tiver que ser feita em ritmo mais lento, para obviar um eventual aumento de custo pela solução enterrada, pois que assim seja. Mas por favor, quem tem a responsabilidade de decidir e lutar pela opção certa, que tenha a dignidade, a coragem e a perseverança de defender a única solução que interessa à cidade, custe o que custar.

Penso há muito tempo que nós aqui não deveríamos recear tomar posições de ruptura com o governo central. Os paninhos quentes já demonstraram não resolver nada. É altura de ensaiar outras soluções mais enérgicas. Esta seria uma boa causa. Haverá coragem para isso?

4 comentários:

  1. Mais uma anedota: em lisboa até há capital público para financiar as obras de uma linha de metro para o aeroporto que querem fechar...
    Isto é de bradar aos céus....

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  2. Caro Rui,

    Pf ler a minha resposta aqui:

    http://norteamos.blogspot.com/2009/04/das-politicas-para-politca-o-metro.html

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  3. "Só deveremos apertar o cinto depois de ver Lisboa fazer o mesmo, nunca antes."

    Se usarmos este tipo de argumentação estamos implicitamente a admitir que a obra que propomos não é válida após uma adequada análise custo benefício.

    Seremos cilindrados à partida. Como sempre somos quando apresentamos este tipo de (não) argumentos.

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  4. Eu ainda estou para saber desde quando o argumento do "não melindre à capital" é eficaz. Pelo contrário, acho mesmo que tem sido essa política de subserviência e medo, que nos tem anulado.

    Meu caro PMS, lamento dizê-lo, mas discordo completamente desse discurso.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...