21 fevereiro, 2008

Os "descentralizadores"

Alguma gente, que faz muita questão de se mostrar conhecedora e segura de todo o tipo de assuntos, incluindo os de índole política e social, não é contudo capaz de engendrar outros argumentos para explicar a sua "fé" mórbida na descentralização (contra a Regionalização) que não seja os da proliferação do caciquismo local e o perigo de desintegração do país.

Quem a ouve falar, não pode deixar de ficar intrigado para perceber como é possível em mais de três dezenas de anos de promessas não cumpridas de descentralização, continuar a defender um mentira. Sim, porque é a defesa de uma retinta mentira aquilo que fazem os adeptos da "descentralização", não é nada mais do que isso.

É quase como levar o carro avariado à oficina, deixá-lo lá ficar sem funcionar durante mais de 30 anos, tão só porque o mecânico nos prometeu que um dia o haveria de arranjar. É caso para perguntarmos, se os fãs da descentralização costumam ter essa mesma tolerância com os seus mecânicos...

Mas, lamentavelmente, o caso aqui é mais sério. Não estamos a tratar do conserto do nosso automóvel, estamos a falar de questões de cidadania, de vida, e não devemos brincar com elas.

Por outro lado, é difícil compreender como se pode continuar a acreditar em algo que há muito, já não merece crédito, e desconfiar de uma alternativa (a Regionalização) de governação da qual - pelos exemplos de outros países europeus - só temos razões objectivas para conceder o benefício da dúvida.

Por outro lado ainda, é absolutamente irresponsável e cínico, pôr em causa a integridade nacional, assustanto o povo, quando afinal se insiste na defesa de métodos governativos (manutenção centralista de poder), que mais não têm feito senão acentuar assimetrias e estimular ideias separatistas. Não haverá pois, alguma coisa aqui, de maquiavélico e insano?

Só por isso, desconfio muito dos "descentralizadores". Vejo-os como cumplíces desta pouca vergonha, deste sistema irresponsável de "governar" o país, que é afinal de contas, a única e verdadeira ameaça à nossa integridade, enquanto nação.

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