16 março, 2009

PINTO DA COSTA

Como faço questão que se saiba, sou um tripeiro portista. Os meus afectos clubísticos estão formatados, desde criança, para ser portista, e portista continuarei até ao meu último suspiro. Nasci no Porto, cresci e vivo no Porto, depois de ter deambulado e vivido alguns anos por outras paragens (cá dentro e lá fora), o que, em vez de me afastar, me aproximou e intensificou o amor por esta cidade realmente surpreendente. Portanto, só podia mesmo, ser portista.
Como portista que me prezo de ser, simpatizo também com todos os outros clubes da cidade do Porto (e arredores), apesar de, o inverso não ser bem assim. Devido, mais a antigas e exógenas influências de inspiração centralista do que a uma sã rivalidade, há ainda muitos adeptos dos outros clubes portuenses com simpatias benfiquistas, o que faz toda a diferença da abrangência bairrista dos portistas.
Fico sempre contente com os êxitos do Boavista, do Salgueiros e do Leixões (só para falar dos mais conhecidos), sobretudo quando batem o pé aos clubes da nossa maldita capital. Repito, maldita capital, e nem preciso de explicar por quê. Os portuenses de sangue na guelra sabem muito bem por quê. Os outros, também, mas esses, não me tiram o sono, porque são eles a parte do Porto responsável pelo actual défice de auto-estima e do orgulho tripeiro.

A história encarregar-se-à um dia de separar o trigo do joio e de identificar aqueles que numa época de sucessivas perfídias e humilhações dirigidas à cidade, e aos seus símbolos mais populares, optaram pela comodidade do silêncio e ficaram a aguardar para que lado cai o cutelo condenatório de uma Justiça encomendada. Esses, que noutras alturas se encostaram a Pinto da Costa para brilharem à boleia dos seus sucessos, estão hoje remetidos a um silêncio cobarde e oportunisticamente expectante, à espera de ver para que lados sopram os ventos, a fim de decidirem se o devem apoiar ou continuar a ignorar.

Miguel Sousa Tavares, quando escreveu este artigo, esqueceu-se que as más companhias de Pinto da Costa, não diferem de muitas outras, quando há muito dinheiro por perto (como nos Bancos e nas off-shores, por exemplo), só que estão menos expostas do que no futebol e por isso passam despercebidas, até serem descobertas. Cavaco Silva, também teve como seu Ministro, um homem que está envolvido até ao pescoço na fraude do BPN/BPP, mas hoje duvido que o tenha no rol das boas companhias...

Todos nós alguma vez na vida tivemos "más companhias", sem mesmo o sabermos. Não sei quem convenceu Miguel Sousa Tavares sobre a bondade de escrever num jornal como A Bola, mas que essa não é uma boa companhia, todos temos a certeza, excepto ele próprio. No entanto, é na Bola que ele gosta de escrever, é com os inimigos de Pinto da Costa e do FCPorto que ele colabora, mesmo que, em teoria, escreva em sua defesa...

De uma coisa estou certo. Pinto da Costa só pode ser ilibado de toda esta cabala forjada para o abater, tanto a ele, como ao Futebol Clube do Porto, um clube que, por mérito próprio, se transformou no maior óbice ao brilho dos clubes de Lisboa. Eu sei, tenho a certeza, que sairá limpo de toda esta enxovia de lama em que tentaram metê-lo, e que o clube voltará, com maior ou menor dificuldade, a seguir a senda de novos êxitos. Eu sei, que com todos os defeitos que tenha Pinto da Costa lhe devo mais a ele do que a qualquer borra botas da política nacional. Pelo menos, ele - ao contrário dos nossos governantes -, foi capaz de pôr em marcha uma máquina chamada Futebol Clube do Porto. Uma máquina que, para além da componente lúdica e desportiva. dá emprego a muita gente.

Falemos sério. Qual foi o Governo, que se pôde dar ao "luxo" de fazer o mesmo com a "máquina" chamada Portugal e a pôs a funcionar como Pinto da Costa o fez com o FCPorto? Sabem? Se sabem digam-no, mas sem delírios.

3 comentários:

  1. Completamente de acordo e a juntar a isso deixo mais esta pouca vergonha, que devia ser tratada por quem de direito:

    «A RTP no seu museu virtual (museu.rtp.pt) tem uns clips de vídeo onde fala dos principais acontecimentos das várias décadas.

    Ora, não é que a RTP se "esqueceu" de um acontecimento na década de 80 que talvez seja um bocadito relevante:

    O FC Porto foi campeão europeu e mundial.

    A RTP na década de 80 fala de tudo:
    - Festival da canção
    - Andebol
    - Râguebi
    - Formula 1
    - Atletismo
    - Futebol Internacional»

    Vi isto no blog jornaisdesportivos e chamou-me a atenção.

    Um abraço

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  2. É tudo inocente, meu caro, tudo inocente...

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  3. Amigos, o que me deixa realmente indignado, é que, os impostos de todos nós PORTISTAS, vão para a carteira desta cambada de pulhas.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...