A atitude de desvalorização do fenómeno futebol é, na realidade, e sem muitos se aperceberem, uma atitude induzida pelas centrais centralistas de formatação de mentalidades.Há muito que querem fazer passar a ideia que o povo do norte devia de deixar de dar importância ao futebol. Não há nada de inocente nem de bondade nisto. O povo do norte não dá mais inportância ao futebol que outro qualquer. O facto é que em regra os seus clubes são melhores que os outros mesmo lutando com armas desiguais.O que está verdadeiramente em causa é o assalto ao negócio.
O futebol é hoje em dia uma indústria poderosíssima e (ainda) está centrado no Porto e a Norte. O que os apoquenta são os milhões de euros que lhes fogem e que por cá ficam. O FC Porto é o clube português que mais receitas publicitárias obtém no seu estádio. Isto apesar de ser um clube, segundo dizem, 'regional'. E é verdade: é um clube dos novos tempos, do pós-pós-modernismo: age localmente e pensa globalmente.
Toda esta sanha persecutória só existe porque existe muito dinheiro em jogo e também porque o FC Porto e outros são péssimos exemplos para o centralisto lisboeta: uma organização eficaz, eficiente, poderosa, de nível internacional e ganhadora fora da capital é algo de inconcebivel para aquelas cabeças. Logo terá que ser para derrubar sem apelo nem agravo.Infelizmente este país mediocre chegou a um ponto em que até a justiça e a política se faz segundo a côr clubística: onde, em qualquer lugar decente, um magistrado honesto e competente é impedido de assumir um lugar de liderança num corpo de polícia de investigação apenas porque é adepto de um determinado clube?
Acreditem no que quiserem, mas no dia em que derrubarem definitivamente o FC Clube do Porto, cujo poder simbólico é enorme, esta região estará condenada ao mais abjecto ostracismo e sub-desenvolvimento crónico. Depois disso só faltará transferir as caves do vinho do Porto para o Barreiro e passar a dizer que as encostas durienses se situam na região administrativa de Lisboa e Vale do Tejo.
Na realidade, quem dá uma impotância exagerada ao futebol é Lisboa e não nós. São eles que têm lá o famoso clube de 6 milhões de adeptos e imprimem diariamente dois jornais em que praticamente só falam deles, mesmo quando são desportivamente uma nódoa e nada vencem.
Publicada por António Alves
no blog Norteamos
Meu caro
ResponderEliminarNa realidade o seu post apesar de brilhante é apenas óbvio.
Complicado é, perceber por que é que o óbvio para alguns se transforma num bicho de sete cabeças...