O meu amigo saberá, seguramente, a baixa estima em que tenho a classe política. Nunca o escondi. Pelo contrário, faço sempre questão de o manifestar, e só não faço mais porque não me é possível, porque se fosse, a cadeia seria talvez o local dilecto para onde gostaria de ver muitos a passar boa parte do resto das suas vidas. Não lhes tenho respeito, porque não posso tê-lo.
E contudo, esta nossa democracia é tão utópica e vulnerável, que pode perfeitamente inverter a lógica das coisas e permitir que qualquer um desses senhores tente um dia destes meter-me a mim na cadeia sem que eu tenha cometido qualquer crime a não ser o de escrever o que penso.
O meu país (ao qual suponho ainda pertencer) e sobretudo a minha querida cidade do Porto justificam o risco. Como diz o Renovar o Porto, a nossa cidade tem sido demasiado maltratada.
Apesar de toda esta crispação para com os políticos eu sei que há excepções e essas, respeito-as. Por paradoxal que possa parecer, há até alguns ministros (muito poucos, é certo) que eu sei que estão a dar o seu melhor, mas o problema é sempre de quem os comanda e não é capaz de desenvolver um trabalho coordenado e equilibrado nas múltiplas áreas governativas. O resultado depois, é o caos que se vê. Se há um sector a funcionar bem e seis mal, o resultado é quase sempre fatalmente mau para o conjunto. Por isso me confrange elogiar o trabalho individual.
Posto isto, o que quero dizer-lhe, é que ainda acredito nas pessoas, na sua seriedade, nas suas competências e na sua vontade de remar contra esta maré de desprezo e provocação a que o Porto vem sendo sujeito. E suponho não cometer nenhum erro de avaliação se lhe disser que muitos portuenses acreditam (como é o meu caso) em si, no seu protagonismo natural, sem a tradicional muleta partidária (o que lhe confere, mais respeito) com que o conservadorismo ideológico ajuda a promover líderes sem alma própria.
Terá o meu apoio e decerto também o apoio de outros tantos que subscrevem o meu pensamento. Gosto muito de o ver no "Trio de Ataque", mas acho que poderá ser muito mais útil ao Porto fora do futebol...
Por favor, diga de sua justiça.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...