02 janeiro, 2008

REVOLTANTE!!!

De novo Hélder Pacheco a servir de referência para o "Renovar o Porto". Tenho uma especial simpatia por este portuense que não se explica apenas pelo seu apêgo sincero à cidade do Porto e à sua história, mas sobretudo porque o seu modo simples e objectivo de sentir a cidade espelha com fidelidade rara o sentimento tripeiro. Tenho a certeza que esta é também uma emoção partilhada pela maioria dos portuenses.

É nele que revejo o meu Porto, o Porto autêntico, sem vendidos, aberto ao exterior, mas dos portuenses, aquele Porto liberal e insubmisso que se afirmou como cidade empreendedora e de trabalho, muito antes do advento das televisões.

Infelizmente, a televisão foi para o Porto um veículo de progresso envenenado. Por estarem (como praticamente tudo, aliás) desarmoniosamente sedeadas em Lisboa, as televisões cresceram e desenvolveram-se de forma a atrair para a capital tudo o que de mais relevante se foi realizando no país, levando a que o sentimento de orfandade se apoderasse de muitos portuenses a ponto de os "obrigar" a partir para o estrangeiro ou para a capital com receio de não conseguirem vingar na sua terra. Esta é a realidade.

Por isso, é-me impossível deixar de sentir alguma hostilidade para com aqueles que, sendo de cá, e a pretexto de se quererem afirmar como gente moderna e optimista, sintonizada com os valôres da capital de um império já falido, defendem a tese do "todos nós somos culpados" como que a tentarem branquear mais de três décadas de políticas instáveis e progressivamente centralizadoras acompanhadas de promessas que nunca foram nem serão cumpridas.

Esta crónica de Helder Pacheco é muito mais do que um testemunho dessas arbitrariedades, é um convite à revolta. Se Lisboa e o Sul pretendem morrer por excesso de benesses, então que o façam dentro da sua própria casa.

Já nos comeram a carne. Estaremos dispostos a dar-lhes também os ossos?

E se alguém lhes deitasse os paineis abaixo, será que os meninos de Lisboa e o senhor Procurador nos impingiam mais um processo? E como o baptizariam? "Muppies Azúis e Brancos"?

Francamente, no mínimo, era o que mereciam.

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