03 janeiro, 2013

Fernando Santos, não será outro Calimero?

O artigo de Fernando Santos que ontem aqui reproduzi e que prometi comentar, mais não é do que um fait divers inconsequente, pincelado de hipocrisia, igual a tantos realizados por este e outros jornalistas, venham eles da imprensa, da rádio, ou da televisão.  

Senão vejamos: em primeiro lugar, a máquina centrifugadora do centralismo não é coisa de agora, apenas se tem intensificado na exacta medida que a indiferença e o choradinho dos políticos nortenhos tem aumentado. Apesar disso, a comunicação social nortenha também não está inocente nesse capítulo, porque em vez de insistir na temática do centralismo/regionalização, permite-se criar longos períodos de jejum, sem dizer nada sobre o assunto, a não ser umas lamechices, como é, aliás, o próprio artigo de opinião do director-adjunto do JN. Em segundo lugar, sustentam a argumentação influenciados por discursos superficiais propalados por outros protagonistas, como está agora na moda, de chamar choramingas aos políticos nortenhos, sem terem a coragem de apontar os nomes e partidos, e de os responsabilizar. Pelo contrário, convidam-nos compulsivamente para opinar sobre temas dos quais foram responsáveis pela negativa, sendo inclusivé padroeiros e principais dinamizadores da perda de protagonismo do Porto e do Norte, junto do Terreiro do Paço.

Não basta por isso dizer que o Norte precisa de dar um murro na mesa, ou citar o exemplo de Pinto da Costa para espicaçar a apatia comum, é preciso apresentar exemplos concretos, e um deles podia passar por marginalizar os tais "protagonistas ocasionalmente abespinhados" de que fala Fernando Santos, que têm rosto e nome próprios... Nesta perspectiva, Fernando Santos daria um passo importante se procurasse, por exemplo,  convencer o patrão Joaquim Oliveira, a recuperar a génese nortenha que o JN que já teve no passado - num regime que nem sequer primava pelos ideais democráticos -, sem ter de emitir edições especiais para o Sul, e assumir a origem nortenha do jornal, naturalmente, sem complexos, nem subserviências. A menos que Fernando Santos queira continuar a imitar "os figurantes político-partidários do Norte, que batem a pala aos decisores do poder na capital, aspirando a dele fazer parte...".

Por este andar, a conunicação social acabará mesmo por perder a pouca credibilidade que lhe resta, pois pouca influência terá  sobre os cidadãos [se insistir em vender-lhes meias-verdades], que apesar da sua indolência, começam a abrir os olhos.


3 comentários:

  1. Amigo Rui estou totalmente de acordo com o que escreveu, e para reforçar o que disse,basta ver os apoios que o JN dá a filipe menezes,na candidatura à camara municipal do Porto,estão a fazer campanha nitida a favor deste senhor,quando ele nem sequer um dedo levanta a favor da regionalização, como é que se pode defender um presidente da camara que está contra a região, ou pelo menos não luta por ela? É só gente com duas caras como o feijão fradinho,dizem uma coisa aqui, outra no partido. Nas eleições, são a favor da regionalização, quando estão no governo dizem que não é oportuno,esta gente sem espinha não merece ser eleita,nem para porteiro da camara, quanto mais para presidente. Ainda há pouco tempo,ouvi o manuel carvalho director adjunto do jornal "O publico",dizer no porto canal,no programa "Polo Norte" temos que ir com calma,referindo-se à regionalização.Com calma? Andamos nisto desde o 25 de Abril,estes senhores jornalistas nortenhos, deviam ter vergonha na cara,porque são cúmplices desta situação.
    Abraço
    manuel moutinho

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  2. É verdade, caro Moutinho, eles têm todos uma necessidade incontrolável de impor aos outros o ritmo e o modo das reformas.

    São como os políticos, as reformas têm todas de passar pela sua prévia aprovação, e segundo as suas conveniências. Devem pensar que somos todos atrasados mentais. Acho que é isso mesmo que eles pensam.

    Abraço

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  3. Estamos cansados de conversa da treta, são mais de que muitos que falam na Regionalização, mas é só para acalmar.
    Os partidos que estão no governo, arranjo sempre desculpas para tratar o assunto com a treta, que este não é o momento oportuno.
    Já lá vão mais de trinta e tal anos desde do 25 de Abril e a conversa é sempre a mesma.
    vamos ser honestos, os padrinhos que chefiam os partidos não estão nada interessados na Regionalização, sem Regionalização é mais fácil para esta gente mandar mais comodamente da cadeira de mofo da centralização.
    Já sabemos que não podemos fazer a Regionalização com armas nem cravos, mas podemos fazer à bofetada ou simplesmente ignora-los.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...