18 novembro, 2013

Os melindres de um canal com pouco PORTO

Se há forma de contribuirmos para a manutenção da degradação do património urbanístico da cidade do Porto e para a perda de qualidade de vida dos seus habitantes, é sonegarmos o reconhecimento de tudo o que está mal e que urge mudar, e sentirmo-nos ofendidos quando alguém, portuense ou não, nos alerta para essa realidade.

Vem isto a propósito de uma notícia veículada na 6a feira passada pelo Porto Canal pela voz da apresentadora Claudia Fonseca, segundo a qual, um jornalista da BBC teria ficado chocado com o número elevado de casas degradadas no centro da cidade e com o facto de ainda se verem pessoas a lavar roupa na rua em tanques públicos. Com maior ou menor sarcasmo, o facto, é que infelizmente para nós, as declarações do jornalista inglês não são nenhuma deturpação da realidade. Por isso, não posso compreender o excesso de melindre manifestado pela apresentadora quando comunicava a notícia mais se parecendo com as virgens ofendidas dos canais lisboetas que relevam o irrelevante e omitem a substância. Para dourar a pílula, de quem é que os repórteres do Porto Canal se lembraram de entrevistar para falar da heresia? Adivinham quem? As lavadeiras das Fontaínhas, que com a vida já desgraçada pelas asneiras da garotada que (des)comanda o país, desataram a desancar no tipo da BBC com medo que lhes fossem roubar o tanque e a contradizer o que está à vista de toda a gente, ou seja, a degradação urbana e social do Porto. 

Contudo, o que é realmente reprovável, é o alarido gerado pela repórter do Porto Canal e o melindre empolado por uma notícia que esteve longe de ser excessiva. Se houvera necessidade de provar o estado lastimável em que (ainda) se encontram inúmeros edifícios do Porto [e não apenas do centro histórico], bastaria clicar no blogue As Casas do Porto   , que as dúvidas ficavam logo desfeitas. Não creio é que alguma jornalista do Porto Canal esteja interessada em trocar a máquina de lavar roupa por um tanque público, apenas para dar um ar mais bucólico ao Porto ou para seduzir turistas...

A direcção do Porto Canal parece partilhar a ideia daqueles imbecis de Lisboa que só sentem motivação para apelar ao orgulho pátrio beliscado quando lhes falam mal de Mourinho ou do Ronaldo, ou quando alguém lhes aponta os erros que cometem, como por exemplo, o de andarem há mêses com uma programação baseada em gravações repetidas, sem dar uma simples explicação aos espectadores. Nem sequer se dignaram informar em 1ª. mão os espectadores sobre o recente internamento hospitalar de Pinto da Costa, deixando o campo vazio às especulações de Correios das Manhãs e quejandos. É assim que pensam levantar o Norte? Se é, ficam sabendo que só estão é a contribuir para o afundar ainda mais.

4 comentários:

  1. Caro Rui,

    Sempre a bombar e com isto quero dizer, sempre a defender o nosso Norte.

    Que pena não haver mais comentários ao que aqui escreve. Nem mais revolta.

    Abraço

    F. Couto

    ResponderEliminar
  2. Pois é, caro F. Couto,

    se calhar, o defeito é meu...

    Um abraço

    ResponderEliminar
  3. É, isto de D.Quixotes está a começar a cansar... Mas pior é que eles acham que estão no bom caminho, vão ter um grande sucesso, ficam todos melindrados quando lhes tocam nas feridas...

    Abraço

    ResponderEliminar
  4. Porto Canal ou um canal do porto!? pois é; ainda não entendi, o que o sr Maga trouxe de bom a este canal repetitivo. Em vez de ficarem surpreendidos com factos reais, peguem nas câmaras de filmar, e vão para o terreno e já podem tirar as devidas conclusões, de um Portugal pequenino e abandonado.

    Quem se der ao trabalho de reparar na maior parte de edifícios podres a cair que há por esta cidade o (Bolhão é um exemplo real) fica com a sensação de uma cidade abandonada e esquecida. Espero, que o presidente Rui Moreira esteja atento e não se deixe embalar só pela movida da noite do Porto, isto não é uma crítica é uma chamada de atenção.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

    ResponderEliminar

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...