07 dezembro, 2007

Oliveira Marques sim, João Cravinho não!

Os novos bons costumes "democráticos" mandam que sejamos cinicamente educados mesmo para quem da educação retirou muito pouco. Por isso serei comedido nos meus adjectivos.

O "Termómetro" do JN de hoje, atribui duas setas ascendentes a João Cravinho e Oliveira Marques respectivamente, mas, do meu ponto de vista, só uma delas se compreende e aplaude: a de Oliveira Marques, obviamente.

Oliveira Marques, teve um papel preponderante no projecto do Metro do Porto, apesar das dificuldades financeiras que (como já vem sendo hábito) o Estado tem criado à sua sustentabilidade. Como sempre, o Estado persiste em dar maus exemplos. Através dos governos, o Estado faz aprovar e propagandear os investimentos públicos que lhe convém para recolher votos, mas depois vira as costas ao planeamento atempado dos respectivos financiamentos.

Assim mesmo, com todas estas incongruências da parte do Governo, Oliveira Marques fez o seu trabalho com distinção. Teve, é verdade, algumas falhas na concepção técnica de alguns detalhes (como o sistema de aquisição de títulos, a leitura de zonas, a falta de protecção solar nos monitores das box de títulos, etc.), mas, ultrapassados esses e outros pormenores importantes, o grosso da obra é altamente lisonjeiro para a sua administração.

Agora, João Cravinho? O protótipo do político portuga, que na oposição diz uma coisa e mal põe os pezinhos no governo, diz outra? O JN, ter-se-à esquecido do entusiasmo que este cavalheiro mostrava com a Regionalização quando o PSD governava, e mal o PS venceu as eleições perdeu completamente o pio, nunca mais tocou no assunto?

Este homem que se fosse do Norte e adepto do FC do Porto tinha toda a comunicação social a censurá-lo por "misturar" política com futebol e vice-versa, mas como é simpatizante do Benfica não se coíbe, mesmo fora do contexto desportivo tecer loas ao seu Benfica como se isso fosse a coisa mais natural do Mundo e sem que ninguém ouse criticá-lo?

Este homem que agora se cola ao mega projecto da OTA e anda outra vez arrogantemente convencido que os portugueses são parvos e que só existem dentro da grande Lisboa?
E é a um homem com estas características, que nada fez de verdadeiramente notável pelo país que o JN considera meritório o lugar que lhe ofereceram no Banco Europeu de Reconstrução de Desenvolvimento? Não será antes provocatória para a população uma promoção desta natureza artribuída a um homem que só se notabilizou pelo método ziguezagueante de fazer e estar na política. O JN hoje equivocou-se. O Jornal de Notícias de hoje, promoveu o oportunismo na política como se os portugueses já não tivessem que baste. Assim, definitivamente jamais seremos um país de gente séria. João Cravinho, devia ser sim, era irradicado da vida política, porque é um dos muitos que nos vem enganando, compulsivamente.

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