Na noite passada tive um sonho curioso que quero partilhar com os leitores deste blogue.
Um tsunami tinha atingido a costa portuguesa, mas tratava-se dum tsunami que os cientistas chamam de "selectivo". A gigantesca onda apenas colheu gente ligada ao futebol. Foi o Ricardo Costa, o Madail, o Herminio, o Vitor Pereira, o Vieira. Por razões inexplicaveis, apenas dois árbitros, o Paixão e o Baptista. Pseudo-jornalistas e paineleiros foram alguns, entre os quais o Serpa, o Guerra, o Delgado, o Marcelino e também, segundo constou, o Cervan e o Vasconcelos. Ignora-se o que aconteceu a todos eles, e as opiniões dividiam-se. Uns diziam que tinham ido para o fundo do mar, arrastados para baixo pelos enormes pesos que tinham nas suas consciências. Outros argumentavam que isso não era possivel pela simples razão de nenhum deles saber sequer o que é ter consciência. Inclinavam-se mais para a hipótese de terem sido arrastados para uns ilheus desertos no meio do Pacífico, onde tentavam sobreviver comendo peixe crú e bebendo água da chuva, recordando com imensa saudade os restaurantes de luxo onde se reuniam para estudar e pôr em prática as estratégias destinadas a que o clube do regime fosse sempre campeão nacional.
Os novos dirigentes do futebol profissional decidiram então que os principais jogos da primeira Liga seriam dirigidos por árbitros estrangeiros de reconhecido mérito. Os árbitros nacionais ensaiaram uma greve de protesto, mas vendo que não conseguiam nada, desistiram e voltaram a apitar. Erros continuaram a ocorrer, mas com a diferença que deixaram de beneficiar sempre o clube da capital que havia sido pré-designado como campeão.
Acordei com a sensação de respirar um ar mais saudável, menos pestilento, mas logo caí na realidade e me rendi à evidência de que se tinha tratado de um mero sonho e não duma verdadeira operação de desratização. Infelizmente.
Pois é meu caro Rui Farinas, mas foi apenas um sonho e meu caro, vá sonhando que não é pecado nem paga imposto...quem sabe um dia, o sonho não se torna realidade? Lá para Maio já poderemos saber alguma coisa...
ResponderEliminarUm abraço
Caro Rui Farinas!
ResponderEliminarComo era bom para nós que se tornasse realidade, esse "magnifico" sonho!
Como diz o ditado, e que talvez voltemos a enunciar "Deus escreve direito por linhas tortas"!
Um abraço,
Renato
Amigo Rui Farinas
ResponderEliminardeixo aqui um belo texto do JF
(J.Fiél)
adorava ter escrito isto.
de uma "lavandaria" perto de si:(by Jorge Fiel)
Como eu gostava de ter sido um dos bravos que a 9 de Julho de 1832 desembarcaram no Mindelo e acompanharam D. Pedro IV até ao Porto, onde o exército libertador esteve durante mais de um ano cercado pela tropa realista, leal a D. Miguel, o rei absolutista e usurpador.
O cerco do Porto (Julho 1832-Agosto 1833) é uma das mais belas e gloriosas histórias da minha cidade, que em tributo à sua heróica resistência, conquistou o direito a inscrever no seu brasão o qualificativo de “mui nobre, invicta e sempre leal”, concedido por D. Pedro IV de Portugal – ou D. Pedro I do Brasil.
Nascido no ano da Revolução Francesa (1789), o Rei Soldado foi, no século XIX, um misto, avant la lettre, de Amílcar Cabral e Che Guevara.
É difícil não simpatizar com um rei anti-colonialista que ao proclamar a independência do Brasil (dando o célebre grito do Ipiranga) prescindiu do trono de Portugal.
É difícil não simpatizar com um imperador que mostrou o desapego ao poder ao abdicar da coroa brasileira, nove anos depois de ter ser aclamado, para assumir o comando do exército que libertou o país do jugo absolutista que o seu irmão Miguel queria impor, faltando ao que lhe tinha prometido.
Apesar de ter faltado tudo na cidade, durante os longos e perigoso 13 meses que durou o cerco, eu gostaria muito de ter estado a lutar pela liberdade e os outros ideais liberais, de arma na mão, ao lado de Alexandre Herculano, Joaquim António de Aguiar ou Almeida Garrett (quem sabe teria ganho o direito a entrar para a toponímia e ser nome de uma avenida ou de um praça!).
Apesar de correr o risco de encontrar a morte, por tifo, cólera ou na ponta de uma bala realista, eu adoraria ter participado na corajosa defesa da Serra do Pilar, comandada pelo general Torres, e de ter estado sob as ordens do marechal Saldanha na batalha que rechaçou uma incursão realista no lugar que, em homenagem à bravura dos defensores do Porto, se viria a chamar a rua do Heroísmo.
Ao cabo de um ano, com o apoio da população tripeira, os 12 mil soldados do exército libertador (o contingente dos bravos do Mindelo foi engrossado pelos voluntários, à época conhecidos por “polacos”) aguentaram sitiados as ofensivas dos 60 mil soldados realistas e lograram romper o cerco e partir à conquista de Lisboa.
D. Pedro jamais esqueceu o vibrante apoio das gentes do Porto. Para lhes agradecer, usou o gesto sem precedentes de deixar o seu coração em testamento à cidade.
Após a sua morte prematura em 1834, com apenas 36 anos, a viúva cumpriu-lhe a vontade e entregou ao Porto o coração de D. Pedro, que está guardado na igreja da Lapa - e é um das mais preciosas e simbólicas relíquias que a cidade alberga.
Como eu gostaria de ter escrito isto.
Outra Grande Cronica de MST, digna de 1ªPagina.
ResponderEliminarNum mundo de Ladrões é loucura ser
ResponderEliminarhonesto...Vamos a eles.
Não há tsunami nenhum que limpe tanta merda.
Quem com ferros mata com ferros morre.
Deus é grande; e que os f...com uma
pancada santa.
O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.
Caro Portodocrime,como são longínquos os tempos em que se lutava corajosamente pelas nossas convicções! Gente desse tempo não toleraria a colonização em que nos encontramos hoje. Cumprimentos.
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