23 setembro, 2010

Apoiemos o MPPNorte, contra o centralismo

Salvo raras excepções, não deixa de me surpreender o aparente alheamento de alguns adeptos de futebol pela situação política do país, nomeadamente de clubes do Norte do país que são aqueles que, por razões óbvias, mais motivação deviam revelar pelos graves problemas que a região atravessa. Este fenómeno não é exclusivo dos portistas, estende-se a todos os clubes da região Norte e da cidade do Porto,  e adensa-se com algumas coligações estratégicas feitas com clubes de Lisboa [a última foi entre Guimarães e  Benfica] com resultados desastrosos que em nada abonaram para a união dos nortenhos.

Os nortenhos ainda não foram capazes de separar as águas entre a rivalidade clubística e a solidariedade regional - que devia existir e não existe -, porque ainda não se determinaram a constituir-se como uma força poderosa capaz de pôr em sentido o Governo de Lisboa. Quando o fizerem, podem estar certos, também os clubes do Norte beneficiarão com isso. Todos. Deste comportamento estúpido [desculpem-me, mas é mesmo o que penso], se tem aproveitado o centralismo. As cobranças das portagens nas SCUTS exclusivamente a Norte numa fase inicial [que pode bem tornar-se definitivamente exclusiva], são a grande prova do desrespeito que o Governo nos vota. Como sentem a nossa desunião, abusam.

Entendo que, como nortenho que também sou, temos motivos de sobra para estar decepcionados, revoltados mesmo, com a política e com a crescente mediocridade da governação, mas isso não devia alhear-nos da busca de alternativas para invertermos este clima de profunda depressão e de descarada discriminação negativa que nos tem sido imposta de forma imperial , diria mesmo, de forma provocatória. Mas o que observo, não é isso, mas antes uma euforia excessiva totalmente centrada no sucesso dos clubes da terra... É que, mesmo que o êxito eventual do clube da terra nos possa servir como consolação, a verdade é que não será isso que fará alterar o rumo da situação económica e social da região. A prova, é o Futebol Clube do Porto: tem ganho frequentemente os campeonatos nacionais e até algumas provas internacionais, mas nós não ganhámos nada, em termos práticos, a não ser alegria na alma!

Acaba de ser inaugurada a sede de um novo partido no Porto. Não posso garantir se será através dele que poderemos começar a inverter o rumo desastroso que nos tem sido impingido desde Lisboa, mas é uma oportunidade que não nos podemos dar ao luxo de enjeitar sob pena de sermos os maiores responsáveis pela degradação total da nossa qualidade de vida. Esse partido tem, à partida, uma enorme vantagem em comparação com qualquer outro: pretende repor na Constituição a Lei que consagra a criação de Regiões e quer bater-se pela sua concretização.

Para mim, é um pequeno grande passo. Tudo o que existe a montante em termos político-partidários é passado. O futuro do Movimento Pró Partido do Norte depende de nós. Está na altura de transferirmos um pouco do nosso fervor clubístico, seja ele qual for, para a actividade política. Conscientemente, sem fanatismos, mas com muita determinação.

3 comentários:

  1. Até porque tudo está ligado, concordo totalmente com o post.

    Um abraço

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  2. Neste momento é a melhor maneira de deixarmos de estar colonizados pela centralismo bacoco que come tudo e não deixa nada!

    Vamos todos apoiar o MPPNorte, porque são pessoas que defendem a cidade, a Região e no fundo todas as Refiões a criar, retirando à capital do império à deriva os poderes e os dinheiros que deveriam caber às restantes regiões, bem mais pobres a cada ano que passa!

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  3. Não temos mais nenhuma via para regionalização que não seja apoiar o MPPNorte.
    Vamos esquecer os partidos tradicionais, porque estes não querem perder o poder; falam na regionalização, mas de uma forma envergonhada.
    Não é só essa gente ligada aos clubes!... há aqui muito bom senhor que não quer perde certos tachos e fazem-se passar por velhos do restelo a meter veneno.

    Pra frente MPPN...

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...