12 janeiro, 2011

As promessas da ruína


Sou tão português como os portuguêses que nos "governam", mas não deixo por isso de me sentir envergonhado, quase vexado com a lixeira social que eles fizeram do país. Em Portugal, dá-se mais importância ao canudo do que àquilo que se é capaz de fazer com ele. Apesar disso, havendo muitos licenciados broncos e ignorantes, no grupo dos quais abundam os políticos, continuamos a entediar de tanto ouvirmos os governantes a exigir da população mais e mais formação, sem nada ter para lhe entregar em troca. Os governantes em Portugal existem para dar conselhos. Ponto.

Aos jovens pais, recomendaria pois esta palestra a fim de assegurar o futuro dos filhotes: forma-te, em 3 ou 4 áreas técnicas e académicas e terás garantida fortuna para o teu ego. Só. Emprego, já não te prometo! Se pretendes ser recompensado em bom dinheiro, então dedica-te à política. Se não for dentro, será através dela que atalharás caminho para a cadeira suprema de um qualquer Banco, ou de uma Mota Engil.  Sobretudo, se não tiveres fortuna própria...Muitos já o conseguiram.

É um mistério para mim, como em tantos anos de práticas governativas mentirosas e incompetentes,  alguns portugueses conseguem ainda ter margem de manobra para acreditar nas promessas políticas. Pessoalmente, quando leio qualquer "boa" notícia fico sempre de pé atrás. Digámos que, regra geral, a percentagem de alegrias é substancialmente dominada pela das decepções. Essa regra,  não se aplicou à Casa da Música, ao Estádio do Dragão, nem ao Metro do Porto [agora com o serviço a piorar a olhos vistos], nem ao Aeroporto, nem ao Parque da Cidade, mas aplicou-se principalmente às obras urbanas de reabilitação, que deviam merecer toda a prioridade.

O Shopping Grand Plazza, que antes de construído garantiam tonar-se num must para o Porto, está às moscas. O cinema Batalha que deixou de o ser para se tornar em algo híbrido, acaba de fechar. O Edifício Trindade Domus [a Pedreira] está praticamente disfuncional sobrevivendo apenas à custa do supermercado Froiz, apesar da falsa promessa [mais uma] de ali vir a implantar-se uma 2ª.Loja do Cidadão. O Rivoli, está à deriva, depois do La Féria ter percebido que o filão do Porto se esgotou com a desertificação da cidade e o desemprego.  O Teatro S. João, agora também está sob a cobiça centralista, correndo o risco de se degradar. Os mercados do Bolhão e do Bom Sucesso, não atam nem destam. O que é que se passa no Porto?

A mistura do Centralismo [do Governo] com o Imobilismo [da Câmara do Porto] nem sequer é explosiva, porque se o fosse, pelo menos teríamos a esperança de reconstruir o Porto com novos protagonistas, é antes implosiva, o que contribui para a aceleração da sua ruína.

Há muito anos que mantenho a ideia fixa de que à cidade do Porto falta preencher de residentes o buraco que o transformou no donut gigantesco de hoje, antes de Shoppings e de Grandes Hoteis. Uma cidade sem gente é uma cidade morta, e ninguém - nem os turistas - gosta de visitar cidades sem vida natural, mesmo que maquilhadas de movidas de fim de semana.

A reabilitação urbana tem de ser a prioridade das prioridades e deve ser levada a cabo sem mais perdas de tempo. Os valores do arrendamento têm de ser equilibrados e atractivos, sob pena de se abortar o melhor dos projectos de reabilitação. Só seguindo esse rumo se poderá evitar que os hotéis e o comércio em geral percam clientela.

O Porto está a tornar-se uma cidade deprimente. Por favor, salvem-no.


2 comentários:

  1. Quando temos um chico esperto Rei das corridas de carrinhos, armado em sério, tipo mão de vaca,a poupar dinheiros que não são dele e que durante 12 anos governou a segunda maior autarquia deste país;- diz estar satisfeito!!! por ter poupado uns cobres à câmara!? prejudicando a cidade e seus munícipes!...estamos falados.
    Vai ficar para história da Câmara como o pior presidente que lá passou.
    Esta personagem que nada revindicou para a cidade e para o Norte.
    É um ineficaz, um teimoso, um arrogante, que só ganhou a câmara a cavalo no CDS e por culpa do comunista que quase sempre atacava os outros candidatos dando votos ao inteligente.
    Só me apetece dizer vai-te embora ao Melga.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO

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  2. Penso que este é um desígnio dos Portuenses...
    Passeando pela Cidade, fica-se com pena e revolta...
    Um dia destes passei pelo Bolhão...
    Acho que há alguém que espera que aquilo caia e depois diga que não há remédio...
    E, como em todo o País, lá andamos amorfos a ver a crise e os políticos arrogantes e desonestos passarem...e o Porto a definhar...

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...