16 fevereiro, 2011

Ainda sobre jornais e jornalistas


Já repararam que com tantas operadoras de televisão, com montes de jornais, de estações radiofónicas, em 36 anos de democracia não tivemos uma única oportunidade para conhecer a verdadeira dimensão da liberdade de pensamento dos jornalistas? De sabermos o que é que eles próprios pensam das políticas editoriais veículadas pelas direcções (e) ou administrações dos jornais onde trabalham? Saber se de facto se sentem livres, se os deixam escrever tudo o que pensam ? De quantos programas se lembram  ter acompanhado que abordassem de forma frontal e regular estes assuntos?

Não será estranho que profissionais da informação, sempre tão diligentes com  questões da Justiça, de Liberdade, de Democracia [ainda agora vímo-los na cobertura aos acontecimentos do Egipto e Tunísia], revelem tamanha indiferença face à ausência de uma informação pluralista aceitando passivamente a via centralista seguida pela maioria dos órgãos de comunicação social? Afinal, comportamentalmente, o que os separa  da Net, dos Combustíveis, das Redes Móvel? Haverá, entre estes últimos e o jornalismo assim tantas diferenças, exceptuando as de estilo? Onde está afinal a tão badalada concorrência quando alinham todos pelos padrões centralistas? O que será isto,  senão uma óbvia cartelização  mediática? Até onde pensam chegar, traindo as expectativas da população de uma importante região do país? 

Temos, apesar de tudo, algumas inofensivas excepções a esta regra: o semanário Grande Porto e a estação de tv Porto Canal. Mas, ainda é pouco. O Grande Porto é um jornal semanário, não sai todos os dias, tem uma tiragem média de 12.000 exemplares e perde-se escondido nas bancas das tabacarias. Veremos se o Porto Canal não constituirá para o Norte uma outra decepção [mais uma] se decidir levar avante a alteração da sigla e o nome do canal em claro sinal centralista, precisamente agora que parece estar a crescer com a abertura de novas delegações  em outras cidades nortenhas. Veremos também se  repetirá os erros cometidos pela NTV e RTP N... Seja como for, tanto o semanário como a operadora de tv ainda têm pouca implantação para se poderem considerar alternativas ao que existe.

Sei que o Renovar o Porto não é propriamente o tipo de blogue que os jornais apreciam,  apesar de já ter sido destacado em alguns ditos de referência, porque é dos poucos que não tem preocupações promocionais nem se inibe de criticar o péssimo jornalismo que por cá se produz. Este post é só mais um exemplo. Por isso, não passa despercebido aos destinatários, embora possa dar essa ideia... Continuo portanto a aguardar que por aqui apareça a comentar um qualquer senhor jornalista que tenha a coragem de me provar, sem tentar deitar-me areia para os olhos, que estou enganado.

Hoje, o jornal "I" foi distinguido com um prémio pela Society for News Design , facto que explica a euforia do título da edição de hoje: i é o melhor jornal do Mundo! Mas, não era preciso exagerar! Realmente, a distinção em termos de design e conteúdos é merecida [eu também gosto], mas a questão que se coloca é saber até que ponto o júri terá tido conhecimento do cariz centralista da imprensa portuguesa e se, em caso afirmativo entregaria o prémio ao jornal dirigido por Manuel Queiroz.

2 comentários:

  1. É caso para dizer: "ELES «comem» ROUBAM TUDO E NÂO DEIXAM NADA" espero que o Porto Canal e o jornal Grande Porto ( de que sou leitor assíduo) não caiam na patétice das grandezas centralista!... depois, perdemm a liberdade de informação, e andam a rastejar pelos bueiros da capital do Império.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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  2. Esses srs. sindicalistas do jornalismo, deviam era preocuparem-se com a discriminação das RTPs e jornais centralistas, feitas pelos mesmos jornlistas que fazem tão mau jornalismo (faccioso), e que a maior parte deles são tão rebaixistas... que entidade patronal nem os respeita.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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