21 junho, 2011

No FCPorto, o «special one» é: Pinto da Costa. O resto, é efémero.

Pinto da Costa
F. C. Porto confirmou rescisão "sem justa causa" de André Villas-Boas. Ler o resto da notícia, aqui.

Muita água ainda vai correr  debaixo das pontes em torno das contratações relâmpago de treinadores ou jogadores que, ao arrepio da ética, decidam dar o salto para o clube que lhes acenar com o maço de notas mais gordo.

Não tardará muito, até que os papeis se invertam e sejam os treinadores a chamarem à baila as questões de ética, ou de incumprimentos contratuais da parte dos clubes, quando acharem haver motivos para tal. Aliás, em muitos clubes, isso é recorrente, apesar de no FCPorto, tal ser raríssimo acontecer. Aguardemos pois, mantendo bem viva a memória...

É claro que a ruptura inesperada de Villas Boas  não deve ser vista como uma catástrofe, mas não pode deixar de ser analisada sem considerar as consequências que poderá ter para a preparação da próxima época, com as inerentes contratações e dispensas de jogadores. A saída polémica de José Mourinho só não teve consequências mais graves porque o FCPorto tem a comandá-lo um homem como Pinto da Costa, um Presidente que é líder, um estratega como não há igual no mundo do futebol. Esse, é o grande trunfo do FCPorto, o grande, o verdadeiro «special one» é: Pinto da Costa. Mas, como qualquer líder que se preze, precisa de tempo para se reorganizar, sobretudo depois desse tempo ter sido queimado pela fuga incontrolável de gente demasiado ambiciosa, como foi Mourinho e agora é Villas Boas. Pinto da Costa é competente, não é bruxo. Por isso, quando Mourinho fugiu [o termo é esse] não pôde preparar-se convenientemente para a época seguinte, e o resultado foi a perda desse campeonato.

Dir-me-ão: ninguém é insubstituível. Está bem. Mas, se perguntarmos à grande maioria dos portistas se querem ver Pinto da Costa substituído nos próximos tempos, é fácil adivinhar a resposta. Se Mourinhos e Villas Boas não se encontram aos pontapés, Pintos da Costa nem com um telescópio. Além de que, foi através de um FCPorto superiormente gerido por PC, que estes, e outros treinadores, se projectaram no palco do futebol mundial, e em mais nenhum outro clube. Essa medalha, essa honra, é pertença exclusiva de um grupo homogéneo: Pinto da Costa, directores, equipa de treinadores e jogadores. De mais ninguém. 

Por esta altura, o chinfrim que as televisões e os jornais estão a fazer com a milionária contratação de Villas Boas pelo Chelsea de Abramovich, devia naturalmente incidir sobre a fantástica capacidade do FCPorto multiplicar rapidamente os seus activos, valorizando extraordinariamente jogadores e treinadores, coisa que nenhum outro clube nacional sabe fazer com a mesma eficiência e regularidade . Mas não, o líder Pinto da Costa nunca será elogiado em tempo útil e sem reticências pelos media centralistas, porque para eles representa o espelho do fracasso dos clubes do regime e ele... nunca abandonará o FCPorto! Por isso, num país com resquícios ditatoriais como este, jamais terá boa imprensa.

Do sangue azul de Villas Boas, resta agora um tom mais prosaico, quase avermelhado... e os inimigos do FCPorto agradecem-lhe. Não tarda muito, vão ver, de miúdo inexperiente, vai passar a treinador fantástico. Outro, «special qualquer coisa».

2 comentários:

  1. Rui, assino por baixo.
    Um grande abraço e envio-lhe um pouquinho de Sol... é tanto que até faz mal e dá tempo a umas fugidas à Net.

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  2. Eh pá que inveja! Sol, mar, arroz de lingueirão... Já foi ao Toino Zé - O Mata Porcos de Portimão? Se o restaurante ainda existir e lá puder dar um salto, recomemdo-lhe uns choquinhos fritos em alho, vinho branco e azeite que era de comer e chorar por mais.

    Um abraço e continuação de boas férias!

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