Muitos dos comentadores que vão à televisão - armados em gente civilizada -, criticar os adeptos dos clubes pelos assobios lançados sobre os jogadores e o treinador, são os mesmos que hoje permitiram a edição de primeiras páginas com grandes parangonas a crucificar o guarda-redes Helton e a responsabilizá-lo pela derrota do FCPorto contra o Paris Saint Germain. E nem sequer me estou a referir às Bolas e aos Records, porque esses, só sobrevivem num país de corruptos como é Portugal [ainda agora, a organização Transparência Internacional o classificou na 15ª posição dos países mais corruptos da UE]. Refiro-me "ao mui portuense" Jornal de Notícias, que rotula de "Peru de Natal" o azar de um grande guarda-redes, como é Helton. No verso da 1ª.página, Norberto Lopes escreveu o seguinte, «Um erro de Helton ditou a derrota do FCPorto», e em baixo, na apreciação individual ao jogo acrescentou: «A nota negativa vai toda para Helton. Um guarda-redes experiente não pode sofrer um frango daqueles».
Não quero com isto dizer que Helton não tenha errado, nem mesmo exagerar na apreciação que fiz do título da notícia, porque o guarda-redes teve de facto a sua cota parte de responsabilidade no golo que deu o 1º.lugar do grupo ao PSG. Não. O que pretendo destacar é esta tendência dos jornalistas para forjar carrascos dentro da mesma equipa [Helton], esquecendo completamente as 4 ou 5 defesas extraordinárias que tinha feito anteriormente evitando assim que o FCP ficasse a perder mais cedo e por mais golos de diferença. Se fosse recorrente, se Helton tivesse por hábito estas distracções, talvez já não chocasse tanto aquelas parangonas, agora, fazê-lo, esquecendo que errar é humano, e sobretudo eles, jornalistas, que tantas gafes cometem, e que tantas notícias infundamentadas publicam, não transmite convicção às teses de fair-play que dizem defender. É aquilo a que se chama, desonestidade intelectual.
São também eles que às vezes fazem questão de "defender" os treinadores, considerando as críticas que os adeptos lhes fazem, como "fáceis". Mas isto também é uma hipocrisia, porque como sabemos são frequentemente os jornalistas quem se apressam a fazer-lhes o funeral. Ora, sobre este assunto quero dizer e repetir o seguinte: o treinador é o principal responsável pelo que faz, de bom e de mau, o grupo pelo qual é responsável. Ponto. À direcção do clube só lhe cabe facultar ao técnico as melhores condições para que ele possa trabalhar tranquilamente em busca dos objectivos, com os recursos humanos e técnicos disponíveis, sendo certo que para eles, técnicos, nunca são os recursos ideais. Nem Mourinho, terá seguramente no Real Madrid todos os jogadores que gostaria de ter, apesar de andar lá perto, mas o FCPorto não tem o dinheiro do R. Madrid. Como tal, volto a insistir na importância do lado psicológico de um treinador. Não basta dizermos, antes dos jogos, que "acreditamos", que temos a nossa "identidade", se a espaços damos umas escorregadelas que nos custam caro e comprometem os objectivos. Assumir a responsabilidade pela equipa, é um dever, não é uma originalidade. Mas não chega. Isso, também fazem os políticos, e nós sabemos como eles gostam de se desculpar, no fim dos mandatos. Dir-me-ão, mas é este o treinador que temos. Pois bem, mas será assim tão difícil fazer algumas correcções? Errar é humano, mas evitar o erro é sinal de inteligência.
Já o escrevi e repito, Victor Pereira para estar no FCPorto e ter o aval de Pinto da Costa, é porque tem de ter qualidades. Até já ganhou um campeonato. Só que, digo eu, se calhar não são qualidades que cheguem. O plantel é desiquilibrado, está provado, e a culpa não é dele. Há jogadores que não têm lugar no plantel, como Kléber, por exemplo, que não se pode queixar da falta de oportunidades, porque tem-nas tido mais do que muitos outros jogadores que passaram pelo FCPorto. Mas esse, não foi Victor Pereira quem o contratou... Agora, o que me parece, é que, Victor Pereira está a encontrar muitas dificuldades em implantar na equipa uma maior consistência de jogo. Mesmo nas exibições mais conseguidas, e sabendo que nenhuma equipa do Mundo pode produzir igual intensidade durante toda uma partida, a realidade é que os ciclos de bom futebol do FCPorto são demasiado curtos, e a oscilação dos níveis de concentração é uma constante, dando alguma razão àqueles que dizem, serem melhor os resultados que as exibições Parece-me que ninguém duvidará do que acabei de dizer, mas não sei se o problema estará a ser encarado com a merecida atenção.
Ontem, a equipa teve alguns jogadores que estiveram bem, e outros [como James, Lucho e até Moutinho] que não carboraram como lhes é habitual. A espaços [lá está, a espaços!], até gostei de algumas jogadas, mas depois, a equipa quebrou-se, e mais uma vez ficou-se com a ideia de que as substituições foram extemporâneas, aliás, curiosamente, como aconteceu em Braga...
Não é o fim do Mundo, dir-me-ão, o FCPorto afinal já estava classificado para a fase seguinte da Champions, e se calhar, até pode nem ter sido [veremos!] mau ficar em 2º no grupo. O milhão de euros, ou, na menos má das hipóteses, o meio milhão de euros é que não entrou nos cofres do clube, o que não é desprezível... Depois, este ano, o FCP já não vai poder contabilizar a Taça de Portugal como mais um troféu para o ranking dos que "tirou" ao Benfica, apesar de o Braga ainda estar na luta... Resta-nos o Campeonato, a Liga [a que não costumávamos dar muito valor...] e a Champions...
Não é o fim do Mundo, dir-me-ão, o FCPorto afinal já estava classificado para a fase seguinte da Champions, e se calhar, até pode nem ter sido [veremos!] mau ficar em 2º no grupo. O milhão de euros, ou, na menos má das hipóteses, o meio milhão de euros é que não entrou nos cofres do clube, o que não é desprezível... Depois, este ano, o FCP já não vai poder contabilizar a Taça de Portugal como mais um troféu para o ranking dos que "tirou" ao Benfica, apesar de o Braga ainda estar na luta... Resta-nos o Campeonato, a Liga [a que não costumávamos dar muito valor...] e a Champions...
Ângulo positivo: estamos fisicamente mais desponíveis para as competições que sobram. Veremos.
Helton é um grande guarda redes, mas como tudo na vida também pode falhar e comprometer, assim, como qualquer jogador quando falham golos de baliza aberta, ou, fazem um auto golo. Não me parece que foi por aí que o FCP perdeu com o PSG. Os franceses fizeram um bom jogo, e nós estivemos uns furos abaixo do que seria esperar.
ResponderEliminarQuanto ao sr Treinador, aí é que as coisas não correram pelo melhor.
Então se tinha-mos passado a fase de grupos, e porque ainda não ganhamos nada, este sr. vai a Braga sem sete titulares facilitar a vida ao adversário para a passagem da Taça de Portugal. Depois das dificuldades que tivemos em ganhar para campeonato nacional! não percebi tanta poupança.
Um amigo meu, treinador profissional de outra modalidade, disse-me, que na maioria das vezes ou quase sempre não se deve fazer poupanças quando a equipa está bem, por varias razões. O ano passado, já tinha visto este filme com Académica para a Taça de Portugal. Tenho atravessado na garganta, a eliminação de uma das competições que eu gosto.
Infelizmente o nosso jornalismo está pelas horas da morte: faccioso, sensacionalista, piroso sem qualidade.
O fCP tem sido uma vitima desta praga de má formação. O que nos vale, é que eles ladram, e FCPorto continua a ganhar.
O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.
Rui, há um ou outro ponto no post que são fundamentais: o plantel é desequilibrado. Concordo. Houve jogadores, Lucho, James e até Moutinho que não estiveram bem. Também concordo. Sendo assim, tendo em conta a sua importância, porquê a culpa do VP? Não há milagres.
ResponderEliminarQuanto ao Helton e JN, hoje era, após duas derrotas o F.C.Porto está em crise, só posso estar de acordo.
Abraço
Vila,
ResponderEliminareu não falo em culpas, falo em responsabilidades. Sobre isso, você já sabe o que eu penso, é o treinador quem responde pela equipa. Ponto. Senão repare: você mesmo corrobora a opinião que Lucho, Moutinho e James, não estiveram bem. Se calhar, até podíamos apontar mais alguns, como Fernando e Varela. Por pouco, acabaremos por estar a falar da equipa toda, não é assim? Então, quem responde pela equipa, pela inconstância das exibições? O Moutinho, o Helton? Quem?
O Moutinho, ontem, o Lucho amanhã, e o Fernando ante-ontem?
A apreciação de uma equipa não pode deixar de passar pelo treinador. É impossível passar-lhe ao lado.
Quando começa uma nova época, o que é que os adeptos esperam? Que a equipa vá melhorando de jornada a jornada. Que ganhe a jogar feio, mas também a jogar bonito, não é verdade? Ora, apesar de irmos à frente no Campeonato, a Taça já foi à vida, e a Champions não se compadece com "erros" ou se quiser, distrações como as dos 2 últimos jogos. A partir de agora, concordará, VP não tem muita margem de manobra para errar. Ou tem? E o campeonato deste ano tem concorrência...
Não era expectável que o grupo já estivesse mais consolidado? Nós, não temos a massa do Barcelona ou do PSG, mas temos o hábito do rigor,e da consistência competitiva. Será que não estamos a facilitar demais?
Rui, os jogadores podem treinar muito bem, estarem bem preparados e depois, lá dentro, não fazerem nada de jeito, estarem desinspirados.
ResponderEliminarMas o grupo está consolidado, teve dois jogos em que não ganhou, mas podia ter ganho. Agora, se quando as coisas correm menos bem, a culpa for sempre do treinador, não há discussão possível.
O futebol não é apenas preto e branco.
Abraço
Vila,
ResponderEliminara desinspiração momentânea, de um ou outro jogador, aceita-se, é natural. Agora, quando ela é mais generalizada, não se faz nada? Aceita-se, simplesmente?
Nós podemos falar melhor sobre isto, mas os resultados não explicam tudo e sempre. Estamos a falar da percepção que temos das coisas. Foi boa medida ter-se hipotecado a conquista da Taça quando afinal a qualificação para as Champions já estava garantida?
Se tivesse resultado, se tivéssemos ficado em 1º.no Grupo na Champions, mesmo assim, podíamos dizer que tinha valido a pena? Desportivamente parece-me que não, financeiramente, concerteza. Mas a Taça, esta, é que já se foi...
Depois falamos.
Um abraço