27 janeiro, 2013

Treta

Nunca imaginei que a transição do Estado Novo para a democracia implicasse um percurso tão longo, incerto, repleto de armadilhas e decepções. E ainda menos imaginei que decorridos 39 anos após o 25 de Abril, ia experimentar um sentimento misto de traição e ironia, sempre que pronuncio e escrevo a palavra democracia. Da mesma maneira calculei, que como nortenho e portuense, por alguma vez deixaria de acreditar na génese libertadora e combativa dos meus conterrâneos, se alguém ousasse pô-la em causa, com provocações e faltas de respeito. 

Pois foi exactamente isso que aconteceu, e, desta feita, as humilhações, os abusos à dignidade e à soberania nortenha, não vieram dos nossos vizinhos espanhóis, ou de uma nova réplica napoleónica invasora, vieram e continuam a vir, de Lisboa, da capital de um país que é o mesmo aonde o Norte pertence, e o viu nascer... Irónico, não é ? E tremendamente humilhante, também, para os nortenhos. Para todos, é verdade, mas com responsabilidade acrescida para os políticos e grandes empresários da região, que são os únicos que têm poder e capacidade de intervenção para impedirem os excessos e as discriminações com que nos têm "brindado". Acontece, é que alguns desses nortenhos influentes, além de co-responsáveis pelo surto hiper-centralista do Terreiro do Paço, são cumplíces, e desprezivelmente complacentes com o que se está a passar. 

Se o povo fosse como esses traidores dizem, se tivesse culpas directas no cartório pela situação miserável a que se chegou, era  sinal que o governo estava na rua, que era exactamente aquilo que eles tanto criticaram no PREC [Período Revolucuonário em Curso], com a esquerda mais extremista. Mas não foi isso que se passou. As eleições foram democráticas e os governos que desde então sempre tivemos, foram sempre partilhados alternadamente entre o PS e o PSD/CDS. É nestes grupos que se podem encontrar os traidores. O resto, é conversa.

4 comentários:

  1. Treta!.. uma grande Treta.
    Neste país a democracia, é uma burca onde os Talibãs do governo e restante trupe política se escondem para actuarem como simples ditadores, carrascos do povo.

    Vejam o que se está passar no PS, as comadres alcoviteiras, espalham intriga para destronar um Seguro inseguro; e assim vai o reino Rosa.

    Somos governados sempre pelos mesmos partidos PS; PSD; com um partido à boleia para fazer contrapeso CDS.
    E assim vai o nosso mundo político português: ora agora gamas tu, ora agora roubo eu.

    Quanto ao Porto e ao Norte, nós somos os culpados de eleger parasitas, arranjistas acomodados, que vêm a caravana passar e não ladram, e se ladram são latidos de cachorrinho.

    Como diz jocosamente o povo: Um país que nasceu com um filho a bater na mãe referindo-se "Don Afonso e Dona Teresa" não se pode endireitar.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

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  2. Mas o povo é que tem culpa, porque votou nestes fascistas, e se houver eleições continuará a votar nos mesmos, basta ver as sondagens que o porto canal divulgou na sexta-feira, o menezes vai ganhar a camara do Porto, ele que é um grande apoiante deste governo, que tanto tem prejudicado a nossa região, e a nossa cidade em particular.Pelos vistos ae pessoas gostam de ser maltratadas.
    Abraço
    manuel moutinho

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  3. A culpa é do povo, sem dúvida, porque é sereno, aceita tudo, até que o culpem de situações que não tem culpa nenhuma.

    39 anos após o 25 de Abril e a classe política piora a olhos vistos.

    Abraço

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  4. Temos um 1º ministro que cheira a enxofre que tresanda, é uma peste um cataclismo.

    Temos uma oposição que é um lamaçal de intrigas, uma rosa murcha, com o Sócrates e seus fantasmas à espera de mais uma oportunidade para um governo sombra, a um líder já falido.

    Temos um CDS parasita, sempre à boleia do PSD, é um espécie de puta enjeitada.

    Temos os outros partidos, os infelizes que lutam mas nunca chegam lá.

    E nós o povo, o que somos!.. os Miseráveis, Empecilhos, Números, Mal/aventurados ou somos masoquistas.
    Acordem... vamos à luta, contra este lixo tóxico que nos está a tirar a respiração.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...