Adoro
dar boas notícias. E esta é grande. Caro leitor: a partir de agora,
para o bem ou para o mal, é empresário. Uma oferta do ministro Álvaro,
com o patrocínio do Governo de Portugal. Como? É simples: o Governo tem
mil milhões para 'injetar' na economia (tipo heroína) e a seringa é a
Caixa Geral de Depósitos. Basta-lhe optar. Hipótese 1: é empresário e
beneficia do dinheiro. Hipótese 2: não é empresário mas suporta o risco
do "crescimento económico", como contribuinte, pelo muito provável
aumento exponencial do crédito malparado num banco público. Brilhante.
Álvaro Santos Pereira terá pensado nisto sozinho ou inspirou-se nalgum
livro?
Esta ideia da 'Caixa' a financiar sob pressão do Governo
faz lembrar os agora famosos contratos de "swaps": em 2008 era uma ideia
brilhante, de sofisticados financeiros; cinco anos depois não é culpa
de ninguém - é o mercado. E o contribuinte paga.
No caso da Metro do Porto, Valentim, presidente da empresa, não percebia de 'swaps' (o seu estilo financeiro é mais terra a terra). Rui Rio, o economista, fez parte dos que votaram a decisão por unanimidade mas diz que é uma responsabilidade da Comissão Executiva da Metro. A ex-Comissão Executiva, liderada por brilhantes académicos ou gestores públicos (alguns com recrutamento tipo "cartão de militante" do partido do Poder) lembra agora que os autarcas é que mandam... E o tempo passou e ninguém renegociou ou limitou perdas... O leitor percebe de "swaps"? Nada? De castigo vai pagá-los, para aprender.
É como o "pacto de crescimento económico" do Governo. Que definição de "crescer" nos foi proposta? "Movimento gradual previsto para 2020 em que as empresas são encaminhadas para um banco público a fim de se financiarem e deixam o risco 'bomba-relógio' em cima dos contribuintes". Também classificado como "pacote financeiro tipo-Sócrates mas pintado de laranja". Ou ainda "ilusão cosmética servida de seis em seis meses pelos média".
Companheiros, está na hora de abrir conta na Caixa. É desleal para com os outros bancos privados, que supostamente também têm algum dinheiro para emprestar mas, já se sabe, os bancos privados fazem mais contas ao risco. Álvaro manda. É banco, é Caixa.
Dito de outro modo: haveria outra fórmula de crescimento económico mais horizontal e transparente - fora da 'Caixa'? Desde logo o Estado daria uma enorme ajuda se pagasse as dívidas (quatro mil milhões, calcula-se). Depois, medidas horizontais: baixar o IRC ou o IVA, além da simplificação de dezenas de obrigações fiscais encapotadas. Um crescimento económico mais eficaz, de menor risco, mais visível até para quem está no estrangeiro e queira investir em Portugal.
Outras ideias: trabalhe-se realmente nos custos da energia. Veja-se este exemplo: a subsidiária da EDP Renováveis nos Estados Unidos recebe 40 euros por megawatt/hora de energia produzida. Em Portugal o valor pago é de 95 euros. Pode manter-se assim, indefinidamente? Baixem-se também as taxas públicas, como as portuárias (que o Governo diminuiu, e bem). Acabe-se com o (monárquico!!!) imposto de selo. Investigue-se a escandalosa opacidade dos seguros obrigatórios em Portugal.
As seguradoras são o segmento financeiro mais jurássico do país e convenientemente jurássico. É incompreensível termos a Banca mais moderna do Mundo e as companhias de seguros (pertencentes aos mesmo grupos financeiros) ainda na pré-história da Internet. O crime do anacronismo digital compensa. O leitor já pensou por que não tem uma conta online de seguros para gerir a depreciação dos bens segurados, saber quais as taxas de risco, que itens pode mudar em cada renovação de apólice, comparar preços, etc.? Um roubo diário face ao qual nada pode fazer porque os seguros são obrigatórios e estão cartelizados na ineficiência.
Portugal não cresce por decreto nem sem confiança. O desemprego sempre serviu, no entanto, para justificar 'milhões' em nome dos pobres. Álvaro, um liberal de influência 'a la América do Norte' propõe-nos paradoxalmente 'A Caixa'. O Governo brilha. Nós pagamos. Esta história faz lembrar um famoso livro que estava para ser oferecido pela Caixa por estes dias. Como era o mesmo o nome? "Mr. Bentley"? O "economista"?
No caso da Metro do Porto, Valentim, presidente da empresa, não percebia de 'swaps' (o seu estilo financeiro é mais terra a terra). Rui Rio, o economista, fez parte dos que votaram a decisão por unanimidade mas diz que é uma responsabilidade da Comissão Executiva da Metro. A ex-Comissão Executiva, liderada por brilhantes académicos ou gestores públicos (alguns com recrutamento tipo "cartão de militante" do partido do Poder) lembra agora que os autarcas é que mandam... E o tempo passou e ninguém renegociou ou limitou perdas... O leitor percebe de "swaps"? Nada? De castigo vai pagá-los, para aprender.
É como o "pacto de crescimento económico" do Governo. Que definição de "crescer" nos foi proposta? "Movimento gradual previsto para 2020 em que as empresas são encaminhadas para um banco público a fim de se financiarem e deixam o risco 'bomba-relógio' em cima dos contribuintes". Também classificado como "pacote financeiro tipo-Sócrates mas pintado de laranja". Ou ainda "ilusão cosmética servida de seis em seis meses pelos média".
Companheiros, está na hora de abrir conta na Caixa. É desleal para com os outros bancos privados, que supostamente também têm algum dinheiro para emprestar mas, já se sabe, os bancos privados fazem mais contas ao risco. Álvaro manda. É banco, é Caixa.
Dito de outro modo: haveria outra fórmula de crescimento económico mais horizontal e transparente - fora da 'Caixa'? Desde logo o Estado daria uma enorme ajuda se pagasse as dívidas (quatro mil milhões, calcula-se). Depois, medidas horizontais: baixar o IRC ou o IVA, além da simplificação de dezenas de obrigações fiscais encapotadas. Um crescimento económico mais eficaz, de menor risco, mais visível até para quem está no estrangeiro e queira investir em Portugal.
Outras ideias: trabalhe-se realmente nos custos da energia. Veja-se este exemplo: a subsidiária da EDP Renováveis nos Estados Unidos recebe 40 euros por megawatt/hora de energia produzida. Em Portugal o valor pago é de 95 euros. Pode manter-se assim, indefinidamente? Baixem-se também as taxas públicas, como as portuárias (que o Governo diminuiu, e bem). Acabe-se com o (monárquico!!!) imposto de selo. Investigue-se a escandalosa opacidade dos seguros obrigatórios em Portugal.
As seguradoras são o segmento financeiro mais jurássico do país e convenientemente jurássico. É incompreensível termos a Banca mais moderna do Mundo e as companhias de seguros (pertencentes aos mesmo grupos financeiros) ainda na pré-história da Internet. O crime do anacronismo digital compensa. O leitor já pensou por que não tem uma conta online de seguros para gerir a depreciação dos bens segurados, saber quais as taxas de risco, que itens pode mudar em cada renovação de apólice, comparar preços, etc.? Um roubo diário face ao qual nada pode fazer porque os seguros são obrigatórios e estão cartelizados na ineficiência.
Portugal não cresce por decreto nem sem confiança. O desemprego sempre serviu, no entanto, para justificar 'milhões' em nome dos pobres. Álvaro, um liberal de influência 'a la América do Norte' propõe-nos paradoxalmente 'A Caixa'. O Governo brilha. Nós pagamos. Esta história faz lembrar um famoso livro que estava para ser oferecido pela Caixa por estes dias. Como era o mesmo o nome? "Mr. Bentley"? O "economista"?
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