11 junho, 2013

O Porto Canal, as cassetes repetidas, e o silêncio...


Juca Magalhães
Não sei o que estará a passar-se na cabeça dos "notáveis" deste país, que anda a bloquear-lhes o bom senso, tanto nos momentos em que são chamados a fazer declarações públicas, como naqueles em que deviam tomar decisões, e não tomam. 

Já nos habituamos a ouvir os maiores disparates, da boca das pessoas mais improváveis [Passos Coelho, Cavaco, Victor Gaspar, Isabel Jonet, Carlos Abreu Amorim, etc.], não precisamos é que Júlio Magalhães lhes siga o (mau) exemplo... Não porque diga disparates, mas porque anda a querer silenciar o que não dá mais para silenciar.

O estranho, é que a imprudência, parece começar a fazer escola com determinadas figuras públicas que até aqui nos vinham transmitindo a imagem de pessoas moderadas e pouco dadas a cometer asneiras grosseiras. Parece ser esse o caso de Júlio Magalhães, o actual director geral do Porto Canal, agora sob a tutela do FCPorto.

Não faz qualquer sentido, depois de tanto se andar a apregoar a missão de âmbito regional [e nacional] da estação da Senhora da Hora, depois de procurar "agarrar" audiências com promessas de uma televisão pronta a servir o Norte e a cidade do Porto, que os fins de semana, e mesmo algumas horas durante a semana, os espaços sejam ocupados com gravações e programação ultra-repetidas, sem haver sequer o cuidado de apresentar uma simples explicação para o facto. Não me parece sério, nem de bom auguro.

Se porventura tal desleixo assentar na ideia de que as audiências estão garantidas por se tratar de um canal ligado a um clube com o prestígio do FCPorto, então ainda é pior, porque o prejuízo é duplo. Não creio mesmo, que a repetição excessiva de programas eminentemente desportivos relacionados com o FCPorto, possa atenuar a situação. As pessoas gostam demais de futebol, mas não andam a dormir, nem gostam que as intoxiquem com cassetes usadas. Nem o bem disposto Futre pode servir de engodo.  As  pessoas - o público, se entenderem melhor -, precisa acima de tudo de ser respeitado, e não é isso que Júlio Magalhães está a fazer.

Ressalvo que, o melhor que o Porto Canal tem, descontando a área desportiva, já vinha de trás, quando ainda era dirigido por Bruno Carvalho, por ironia, um ex-candidato vencido à presidência do Benfica... O FCPorto, o programa "Caminhos da História", de Joel Cleto, e a irreverência de Maria Cerqueira Gomes, são a alma do canal. O resto, continua assim, assim... Prometeu, mas deixou-se estagnar. O que se passa?

Tem a palavra Júlio Magalhães. 

Nota de RoP: 
De pouco deve valer, mas não resisti de enviar a carta a Garcia, e dei conhecimento deste desabafo ao Porto Canal.
 

4 comentários:

  1. Estou de acordo com o que escreveu, só falta dizer que o canal foi ocupado por comentadores de direita que até parece os outros canais, não me parece que isso seja para defender a regionalização, pelo contrário, as vozes que defendem o norte não são ouvidas, salvo raras excepções,isto de querer dar um passo maior que a perna, é capaz de dar mau resultado.
    Abraço
    Manuel moutinho

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  2. Anda lá tanta gente repetitiva e sem graça.
    Tirando as transmissões desportivas, e mais um ou outro programa razoável, não vejo boas e grandes ideias para um pacote mais atractivo deste canal.
    Penso que o sr Júlio Magalhães é capaz de fazer muito mais e melhor que algumas banalidades de programas já lá existentes e cansativos.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

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  3. Silva Pereira12/06/13, 20:42

    Boa tarde,

    Meu caro Rui Valente comungo a 100% das suas ideias.
    Na minha apreciação juntaria ao programa de Joel Cleto os programas moderados por Fernando Tavares e 2 outros que nunca falho (gravo) Pólo Norte e o Clube de Cozinheiros do chefe José Alexandre também vejo alguns programas Mentes Que Brilham.
    Quanto aos programas associados ao FCP são demasiado repetitivos e um puco fastidiosos, parece que a mensagem de JNPC transmitiu quando se associou ao Porto Canal não passou, foi como se ligassem à terra ( … optamos por nos associarmos ao PC porque quando vejo os canais de clubes de outras ligas e são demasiados repetitivos e fastiosos…).
    Na minha interpretação o Porto Canal não está a transmitir a mensagem de contrapoder do centralismo fico a sensação que não querem “ofender” o status quo do poder macrocéfalo.
    Por exemplo esta nova instituição financeira criada pelo Governo que irá gerir os dinheiros do novo pacote de ajudas e se associarmos ao esvaziamento político das CCDR(s), visa mais uma vez a prejudicar o Norte e o restante país em benefício de Lisboa e clientes, quem parte e reparte ....
    Ainda hoje, comentei no blogue Reflexão Portista que tinha a sensação de que a postura de Júlio Magalhães no PC seria para não obstaculizar a possibilidade de voltar á capital do império, tive como resposta que estava a ser injusto. Talvez esteja mas não era isto que esperava do PC.

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  4. Quando o responsável máximo do Porto Canal, canal gerido pelo F.C.Porto, é colunista do jornal Record, um dos que mais descrimina o clube do Dragão, está tudo dito.

    Abraço

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