14 agosto, 2013

FCPorto e estratégias

Há pelo menos duas coisas em comum entre o Porto Canal e os jogadores do FCPorto: têm contratos legais com o clube, e ambos precisam urgentemente de uma estratégia.

Começando pelo Porto Canal, é imperiosa uma maior cooperação entre clube e estação, de modo a minimizar a péssima imagem que esta vem dando nos últimos tempos, de falta de liderança e de programação. Mais que não seja, porque existe um acordo entre a MediaPro e o FCPorto para a aquisição completa do capital em 3 anos [o clube já detém 97%], além de um compromisso de fornecimento de programas durante 4 anos, facto que pode virar-se contra o clube, caso não se sejam tomadas atempadas precauções.

Por qualquer razão, talvez de ordem financeira, o Porto Canal não ata, nem desata. O que é lamentável, porque, admitindo que se trate apenas de uma situação passageira, tudo podia ser atenuado com uma política de comunicação mais próxima dos espectadores, de forma a evitar antipatias, inerentes duma gritante falta de respeito para com eles. É pois necessária uma estratégia, não apenas comunicacional, como programática, e procurar fugir o mais possível ao déjà vu medíocre das outras estações. Para isso, é muito importante saber, antecipadamente, se o "treinador", no caso o Director Geral, terá ou não, de facto, perfil para o cargo. De gajos "porreiros" está o jornalismo cheio... Aliás, em matéria de gestão, não é o clube que tem de aprender com o canal, mas talvez o contrário, isto, salvaguardando a especificidade de cada área. Daí, não me escandalizar um maior controle do FCPorto dentro do  Porto Canal.

Com os jogadores terá também de haver uma estratégia de comunicação e de pedagogia para fazer escola. Em cada nova época será necessário reunir todo o plantel e transmitir, sobretudo aos jogadores recém chegados, não só o histórico do clube, como um determinado tipo de regras a seguir religiosamente. Ou seja, lembrar-lhes que estabeleceram contratos com o clube, com vencimentos, prémios e prazos bem definidos, não sendo toleráveis comportamentos extemporâneos que possam comprometer a estabilidade desportiva e financeira do clube. Alertá-los para a importância de não se deixarem influenciar por empresários, nem com as notícias dos jornais, ou com as transferências, que são na maior parte das vezes falsas. Recomendar-lhes prudência nas redes sociais e aconselhá-los a não as usarem para falar da sua vida profissional e até mesmo privada, sob pena de poderem gerar problemas não só na sua própria carreira como para o clube. Acho mesmo, que nesse âmbito, podiam ser estabelecidas regras [comportamentais] passíveis de punição e coimas. 

Os clubes hoje, os principais, são sociedades anónimas, têm deveres laborais e fiscais, mas tal como os jogadores, também direitos. Os primeiros a quebrar as condições contratuais e os códigos de conduta terão de ser responsabilizados. Se nada for feito, tanto no caso do Porto Canal, como dos jogadores, estará instalada a bagunça, e daí à falência, o passo é muito curto.

PS-Não me passa sequer pela cabeça que no FCPorto não haja um código deontológico instalado, resta saber, é se disciplinarmente ele dará a cobertura devida a casos como os de Iturbe [que felizmente parece controlado] de Atsu, Rolando, e agora até Jackson Martinez. O que duvido é que a mensagem esteja a passar.

3 comentários:

  1. Estou totalmente de acordo com o que escreveu, no caso do Porto Canal, foi uma decepção, eu estava à espera de um canal virado para a região norte, mas o que nos saiu, foi uma tvi em ponto pequeno, só vejo os programas de desporto, e mesmo esses, só repetições, e mais repetições, ou eu me engano muito ou qualquer dia, só os amigos do director é que vêm aquilo.
    No caso dos Rolandos, Atsus e cª, é fácil, equipa B até acabar o contrato, senão qualquer dia não temos jogadores, assinam o contrato, e no dia a seguir já estão a pedir aumento, esses jogadores não têm carácter para jogar no FCP.
    Cumprimentos
    Manuel moutinho

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  2. Sobre o PC, já disse e nem vale apena repetir, falta ali alma e vontade para fazer diferente. No FCP, concordo e também não tenho pachorra para este futebol mercenário, em que os contratos que livremente se assinam, passado um ano já não valem nada.

    Abraço

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  3. Hélder Pinto18/08/13, 11:59

    Creio apesar de tudo que o FCP vai conseguindo controlar o comportamento dos jogadores de futebol. Casos como as declarações de Atsu, aliás da esposa de Atsu, não me parece que tenham alguma ponta de verdade. Haverá outros casos é certo, mas o Porto sempre primou pela discrição no sentido em que "o que se passa lá dentro, fica lá dentro". Veremos se no futuro esta postura se mantém.

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