Já todos sabemos que os jornalistas não gostam de ser criticados, que preferem que os leitores aceitem incondicionalmente tudo o que escrevem e decidem, como se fossem proprietários exclusivos do saber. Afinal, esta forma de estar na vida não difere por aí além da dos políticos e de outras profissões com algum peso social. Julgam-se insubstituíveis a tal ponto que nem se dignam admitir que alguém, que não os próprios, possa ver as coisas com mais objectividade que eles. É pena que assim seja, porque se descessem mais vezes à terra, em vez de levitarem na inocuidade das sua convicções e das entrevistas à la carte, talvez prestassem melhor serviço público do que imaginam.
Os anos que tenho de idade a ler e a conhecer jornalistas são demais para poder tolerar o marasmo em que a classe se deixou cair. A ideia com que ficamos muitas vezes é que, mesmo quando se atrevem a usar da irreverencia junto de algumas figuras públicas poderosas, nunca tocam nos pontos mais incómodos de forma a deixá-las sem resposta. Parece que já ficam realizados com a glória de ter conseguido a entrevista. A proximidade com os poderosos inibe-lhes a coragem e fá-los imaginar estarem no mesmo patamar de importância, ainda que por instantes. A vaidade tem destas coisas...
Não tenho a menor dúvida do que atrás escrevi, porque se assim não fosse nunca mais veríamos na televisão figuras como o dono do Grupo Jerónimo Martins (do Pingo Doce) a dar pareceres políticos,como se fosse alguém com estatuto cívico e moral para o fazer. De todas as ocasiões que Alexandre Soares foi à televisão, não me lembro de nenhum jornalista lhe ter perguntado porque é que não pagava condignamente aos seus empregados para ajudar a economia a rolar, e porque é que sediou a empresa na Holanda e fugiu ao fisco escandalizando o país inteiro... Mas não. Só podemos deduzir que o exemplo deste "grande" empresário deve ser para louvar, caso contrário não se entenderia porque continuam a chamá-lo à televisão. O resultado é que cada vez o homem diz mais disparates, mas tal como num Big Brother ele aproveita para se achar importante. Mas, pior que ele, é o jornalismo de sarjeta que se continua a fazer em Portugal. O jornalistas querem audiências não querem mudar o país.
Para os jornalistas pode ser um Pingo Doce, para muitos espectadores que ouvem e vêm aquele cavalheiro é um Pingo Amargo. Ainda bem que se pode mudar de Canal para não levar com areia nos olhos, embora, a grande maioria dos programas de certos Canais, não passem de trampa.
ResponderEliminarA maior parte de jornalista não passam de uns lambe/botas para manter o emprego, porque eles são mais de muitos, mas, a ética profissional da grande maioria, vai no Batalha.
O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.